Peça teatral PENéLOPE discute as relações familiares e convida as mulheres a uma viagem sem volta.

Peça da la lettre criação estreia em Curitiba e tem temporada de 28 de abril a 7 de maio, no Teatro José Maria Santos, com entrada gratuita.

Foto de Elenize Dezgeniski. Faça o download de mais fotos de divulgação clicando aqui:

https://drive.google.com/drive/folders/1camIVg7HU9EqHZyi4NqIb6tjPxy6qeiB?usp=share_link

Um dos trabalhos curitibanos criados durante a pandemia e apresentado em lives no Instagram, chega em versão presencial: PENéLOPE ganha os palcos em estreia nacional na capital paranaense. O roteiro debate e reflete relações familiares entre homens e mulheres nos dias atuais e sobre como Elas têm problematizado papéis históricos. A peça – com texto de Lígia Souza e direção de Nadja Naira – realiza seis apresentações no Teatro José Maria Santos, todas gratuitas. O texto leva ao palco os encontros e reencontros de dois irmãos ao longo de 10 anos: ela uma mulher desprendida e viajante; ele o responsável por permanecer na casa em que cresceram cuidando dos pais. 

A fonte de inspiração é Penélope. A personagem título, no original da mitologia grega (Odisseia de Homero) passa 20 anos esperando o retorno de Ulisses, seu marido, que lutava na Guerra de Tróia. No texto de Lígia Souza, a dinâmica é repensada para as relações familiares já que, agora, nesta nova história, entre os dois irmãos, é a mulher quem ganha o mundo, enquanto ele permanece esperando. Segundo Lígia, PENéLOPE debate a própria presença da mulher na contemporaneidade já que “faz parte da arte repensar e problematizar as condições atuais, e o papel da mulher na manutenção e cuidado da família ainda é um tabu que merece ser mais discutido”. 

Em cena, se reencontram os atores Uyara Torrente (também vocalista da curitibana A Banda Mais Bonita da Cidade) e Pablito Kucarz. Os dois estiveram juntos em diversos trabalhos que marcaram a cena curitibana, como Chiclete & Som, Com Amor e O Beijo. A peça também marca a volta de Uyara aos palcos, depois de anos se dedicando à música. Capitaneados pela direção de Naira, os artistas dão vida a estes dois irmãos, seus afetos, dilemas e desamores. Em PENéLOPE, o histórico de trabalho que os dois atores já haviam construído em outros trabalhos trouxe uma nova camada pra relação dos personagens e um vínculo muito maior entre os irmãos.

Embora tenha sido viabilizada sem recursos, com investimento da companhia, a temporada tem entrada franca. O público que desejar poderá contribuir voluntariamente adquirindo cartões postais exclusivos com frases da dramaturgia, ou, ainda, o livro com o texto da peça, também publicado pela la lettre, a partir de R$5,00 e R$25,00, respectivamente. Estes produtos estarão disponíveis após as apresentações, na lojinha montada no hall do teatro.

SINOPSE

Dois irmãos se encontram depois de muitos anos sem contato. O que essa escolha vai gerar? Eles possuem um passado em comum, algumas lembranças que surgem de um passado compartilhado. Eu conheço você! Mas, ao mesmo tempo, o luto, a distância e o silêncio mantido por anos faz surgir uma culpa e um ódio pela ausência.

Quais são as ficções possíveis de quem fica e de quem parte?

SERVIÇO

PENéLOPE – Teatro adulto 

De 28 de abril a 7 de maio I Sextas e sábados às 20h, domingos às 19h. 

Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655 – São Francisco, Curitiba)

Entrada Franca. Retirada de ingressos a partir de 1 hora antes no local. Sujeito à lotação.

Classificação: 14 Anos I Duração: 60 Minutos

FICHA TÉCNICA

Texto: Ligia Souza

Direção: Nadja Naira

Assistente de Direção: Paulo Rosa

Elenco: Pablito Kucarz e Uyara Torrente

Desenho de Som: Álvaro Antônio

Iluminação: Paulo Rosa

Cenografia e Identidade Visual: Pablito Kucarz

Direção de Produção: Igor Augustho

Produção Executiva: Bruna Bazzo e Rebeca Forbeck

Cenotécnico: Fabiano Hoffmann

Fotografias: Elenize Dezgeniski

Assessoria de Imprensa e Redes Sociais: Bruna Bazzo 

Assessoria em Marketing Digital: Platea Comunicação

Realização e Produção: Pomeiro Gestão Cultural

Realização e Criação: la lettre criação

CONTATO

Bruna Bazzo I Assessoria de Imprensa I 41 9 9808-8009

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

MULHERIDADES

Dando sequência à pesquisa de Lígia Souza em dramaturgia criada por mulheres, PENéLOPE parte de diversos debates sobre mulheridades em voga nos dias de hoje. Porque é ela, sempre a mulher, quem espera? A peça rompe com essa estagnação, acreditando que a importância do trabalho está em criar novos imaginários e novas narrativas para as mulheres. O público poderá identificar uma situação muito comum, cotidiana, na relação entre irmãos, mas a peça propõe construir novos estigmas para as convivências entre homens e mulheres, mesmo que num contexto familiar. 

Na peça o irmão afirma para a irmã: “Você é a filha, é mulher, teria mais jeito com nossos pais”. E a personagem feminina responde com uma provocação: “Não te incomoda a vida assim, tão previsível?”. Essa pergunta irá ecoar em todos na plateia, como um convite a repensar as relações de gênero principalmente nas construções familiares.

FAMÍLIA

Sobretudo, o espetáculo aborda as relações familiares. De um modo ou de outro, todos temos alguma relação com pais e mães, estejam eles ausentes ou presentes. É justamente por esta razão que esta nova criação se faz tão universal. Falar sobre relações familiares é, também, falar sobre o envelhecimento e, portanto, sobre a juventude. Aparentemente, durante toda a vida, cabe ao pai/mãe a responsabilidade pelo cuidado. Ao filho/filha, o ato de ser cuidado, protegido. Em que momento da vida de um ser humano estes papéis se invertem? Como lidar com a altura do percurso em que são os filhos quem precisam cuidar de seus pais? 

Na peça, os dois personagens discursam também sobre isso. O personagem de Pablito diz: “Eu escovei dentes, os cabelos. Eu cortei a barba e os pelos todos. Eu paguei as contas. Dei remédio, muitos remédios. Cortei as unhas da mão e do pé. Eu limpei a bunda.” Já a personagem de Uyara conta: “Você, em algum momento da vida, já pensou que ficar, permanecer no mesmo lugar, seguir as regras como esperam que você o faça, seja talvez só esperar que a morte chegue?”

CRÍTICAS

Em sua versão online, o texto de Lígia Souza foi amplamente aclamado pela crítica e repercutiu nacionalmente. Dentre os críticos e portais dirigidos à crítica em dramaturgia e teatro que promoveram o trabalho, citam-se: 

Amilton de Azevedo, Ruína Acesa

“O que há é aquele momento de diálogo, conflito, confronto, pensamentos em fluxo. Um instante que perpassa anos e a dúvida do tamanho do agora. Sobre ele mesmo, sobre o ontem, sobre o amanhã. Nosso tempo é especialista em produzir ausências, escreve Ailton Krenak, do sentido de viver em sociedade, do próprio sentido da experiência da vida. Ausências, partidas e expectativas. Penélope carrega esses temas nas suas diversas camadas.”

Ivana Moura, Satisfeita Yolanda?

“Penélope inspira, respira, transpira. Mas como é longo o caminho e incerto o destino. Desta vez, ela não espera pelo retorno de Ulisses, como condenou Homero. Essa mulher foi à luta, mesmo fraturando sentimentos. Ela não é vítima, é senhora de si. Os riscos são enormes. Mas o benefício é estar viva e bulindo.”

Natasha Centenaro, Agora Crítica Teatral

“O acontecimento de quem parte, como fuga ou plano, e de quem fica, como resignação ou escolha, movimenta as engrenagens narrativas e os arranjos familiares. […] Ela não retorna porque precisa se encontrar e reviver nas graças da família, Ela se achou quando resolveu partir e se perder no mundo. Ela retorna porque assim decidiu. E não é, para Ela, uma verdade incontestável as mudanças de rotas, os erros, as vacilações, tampouco o retorno.”

Helena Carnieri, Bem Paraná

“É verdade que relacionamento dá trabalho. Por isso em “Penélope” surge a acusação da fuga, algo que todo mundo que emigra escuta em um ou outro momento. Descobrir-se e conquistar o mundo pode requerer alguns abandonos. Mas quem pode dizer o que é certo? Existe uma lei onde esteja escrito que é necessário ou proibido partir? Aqui entra também o tema do que é exigido das mulheres.”

LIVRO

A la lettre espaço de criação (assim mesmo, em minúsculas) surgiu, inicialmente, como um selo de publicação de textos teatrais. Isto porque, no Brasil, muito pouco se fala sobre a leitura de dramaturgias. Atualmente, a la lettre é um espaço que também produz espetáculos, mas, seguindo suas origens, não poderia deixar de lançar o livro com o texto da peça. Assim, o público presente poderá adquirir uma versão inédita e original do livro com o texto integral do espetáculo. Por R$35,00, as pessoas que comparecerem durante a temporada terão a oportunidade não apenas de assistir ao espetáculo, mas também de levar para casa a dramaturgia de Ligia Souza, para ler e reler quantas vezes desejarem. 

UYARA TORRENTE

A peça marca a volta da cantora Uyara Torrente, d’A Banda Mais Bonita da Cidade ao teatro. Ela abriu um espaço na agenda de viagens e enfrentou o desafio da sala de ensaio do teatro. A cantora, que já é conhecida por sua presença de palco marcante, volta agora a evidenciar seu talento como atriz no trabalho artesanal do teatro. 


*com divulgação

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VanessaMalucelliAndersen

Colunista do Site — Divirta-se Curitiba!

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