Orquestra Sinfônica do Paraná apresenta O Anel sem Palavras, no Guairão

 

 

Concerto será no dia 04 de março sob regência do maestro titular Stefan Geiger

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A Orquestra Sinfônica do Paraná, apresentará O Anel sem Palavras, de Richard Wagner (Lorin Mazel), sob regência do maestro titular Stefan Geiger. O concerto da OSP será no dia 4 de março, às 10h30, no Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto, o Guairão. A entrada é R$20,00 (vinte reais).

 

No programa Richard Wagner (Lorin Mazel) – O Anel sem Palavras. “A execução dessa obra é rara no Brasil, pois requer uma orquestra muito grande como a nossa e também são necessários instrumentos especiais, por exemplo, no total são 8 trompas, sendo 4 tubas wagnerianas. Há um trombone contra baixo, que tem mais ou menos dois metros, um trompete baixo especial e 18 bigornas, que emitem um som singular”, conta Stefan Geiger, maestro titular da OSP.

 

Em pouco mais de uma hora, a mais famosa ópera alemã, será executada, sem cantores apenas com instrumentos. “Para mim é um grande momento e também é assim para os nossos músicos da OSP, pois alguns deles terão poucas chances de repetir isso. Eu estou consciente de que este momento é único e fico muito grato por isso, especialmente pelo fato da obra ser de um músico alemão,” comenta Geiger.

 

Wilhelm Richard Wagner (1813-1883)

Além de compositor era poeta, libretista, diretor de teatro, maestro e ensaísta alemão.

É reconhecido como o principal compositor do romantismo, sendo grande sua contribuição para a reforma do teatro musical. Ao contrário da maioria dos outros compositores de ópera, Wagner, autodidata, sempre escreveu o libreto e o roteiro para suas obras.

Ele transformou o pensamento musical em sua idéia de Gesamtkunstwerk (obra de arte total), síntese de artes poéticas, visuais, musicais e dramáticas. Este conceito encontra sua realização no Festspielhaus de Bayreuth, o teatro que ele construiu para a representação de suas peças, onde o Festival de Bayreuth ainda é feito, completamente dedicado a ele.

A sua arte revolucionária, na qual existem, desde o ponto de vista dos libretos, influências da tradição da mitologia nórdica, dos poemas germânicos e cavalheirescos, bem como da filosofia de Arthur Schopenhauer e do ponto de vista musical influências de toda a história de música clássica, desencadeou reações conflitantes no mundo artístico e críticos e entusiastas divididos em “wagneriano” e “anti-wagneriano”: foi também por essa razão que o compositor conheceria o sucesso apenas nos últimos anos de sua vida.

O filósofo Friedrich Nietzsche, durante o período de amizade com o compositor, considerou a música de suas obras para a tetralogia O Anel do Nibelungo como o renascimento da arte trágica na Europa, representando o mais alto exemplo do espírito dionisíaco na história da própria música, ou sua aparência instintiva.

Mais tarde, o próprio Nietzsche retraiu suas ideias, definindo, ao contrário, a obra de Wagner como expressão de uma civilização decadente. Paradoxalmente, os argumentos do filósofo, nos dois períodos contrastantes, estão entre os mais citados pelos admiradores e pelos críticos do compositor alemão.

 

O Anel sem palavras

O maestro Lorin Maazel selecionou aqueles que seriam os melhores momentos da ópera O Anel do Nibelungo, de Richard Wagner, sob encomenda da Telarc Records, em 1987.

O trabalho de Maazel foi condensar as 17 horas de genial música Wagneriana em 1:15h, relevando os momentos de maior paixão e dramaticidade, articulando vinte excertos do ciclo operístico, relevando os principais temas orquestrais a fim de preencher a ausência do texto e das vozes.

Quando morava em Dresden, precisamente em 4 de outubro de 1848, que Wagner cria o primeiro debuxo de “O Anel do Nibelungo”. Após longos 26 anos de estudos e inspiração Wagner pode finalizar e estrear, em 1874, as quatro óperas no Festival de Bayreuth, regidas por Hans Richter.

“O Anel do Nibelungo” reúne as óperas “O Ouro do Reno”, “A Valquíria”, “Siegfried” e “O Crepúsculo dos Deuses”, sintetizando em sua trama diferentes textos de tradição nórdica do século XIII, combinando filosofia, história e mitologia com música, drama, poesia e arquitetura, na busca por uma forma completa de expressão artística.

 

Ao contrário do que pode parecer, o ouvinte definitivamente não encontrará na seleção de Maazel apenas uma música de acompanhamento, ocasional e fragmentada. Pelo contrário, para além das especificidades técnicas (também elas importantes), a grande revolução de Wagner foi conceber a ópera como um verdadeiro drama musical. Para que isso se tornasse possível, a orquestra, a música instrumental passou a desempenhar na ópera de Wagner o papel de uma espécie de viga mestra, de fio condutor a partir do qual todos os outros elementos (vozes, personagens, enredos) se desenvolvem e se encontram para dar unidade ao conjunto.

 

O enredo versa sobre o roubo do ouro do Reno pelo nibelungo Alberich, que, renunciando ao amor, forja um poderoso anel e um elmo mágico capazes de derrotar todos e libertar aquele que os possui do jugo dos deuses. Seguem-se então as diversas disputas entre nibelungos, deuses, gigantes, heróis e guíbiches pela posse do anel, tendo como pano de fundo a maldição do anel e o lamento constante das filhas do Reno, guardiãs do ouro mágico. Mais do que uma obra sobre culpa, maldição, opressão, traição ou ganância e poder, O Anel do Nibelungopode ser visto como uma espécie de panegírico do amor, muito embora de caráter fatalista. Tanto o poder quanto a maldição do anel, resultados da abjuração de Alberich, simbolizam a renúncia ao amor, e tudo o que se segue é, em essência, um emaranhado de formulações sobre o amor: seja ele o amor incestuoso entre os irmãos Siegmund e Sieglinde; ou o amor fracassado de Fricka e Wotan, origem da ganância e da obsessão pelo poder; ou o amor como ilusão e trapaça de Siegfried e Gutrune; ou, finalmente, o amor como sacrifício de Brünnhilde e Siegfried. Em O Anel sem Palavras, Maazel articula os mais dramáticos, bem como os mais apaixonados momentos do ciclo, numa tentativa feliz de sintetizar o que não pode ser sintetizado, assim como faz Wagner.

 

 

Stefan Geiger: Maestro titular

Stefan Geiger recebeu formação musical em Colonia, Trossingen, Bremen, Paris e Philadelphia. Foi bolsista da “Studienstiftung des deutschen Volkes” e ganhou prêmios em diferentes concursos internacionais. A atenção do maestro está tanto para a interpretação do repertório básico de sinfonia como pela busca do novo: Geiger é um dos fundadores e presidente do Júri do “German Music Award”, concurso em cooperação com a Rádio Bremen que, a cada dois anos, oferece um fórum para jovens que compõem músicas para videogames.

Entre os trabalhos que realizou junto à orquestra paranaense estão diversos concertos apresentados desde 2012, incluindo os concertos, tocados ao vivo, com projeção dos filmes: “As Aventuras do Príncipe Achmed  (As Die Abenteuer des Prinzen Achmed)”, de Lotte Reiniger, trilha sonora de Wolfgang Zeller; “Metropolis”, de Fritz Lang, trilha sonora de Gottfried Hupertz; “Marinheiro de encomenda (Steamboat Bill Junior)”, de Buster Keaton, trilha sonora de Timothy Brock.

 

 

A Orquestra Sinfônica do Paraná é mantida pelo Centro Cultural Teatro Guaíra e pelo Serviço Social Autônomo Palco Paraná, e conta ainda com patrocínios (Lei Rouanet) das empresas: BRDE, Elejor e Huhtamaki.

 

Foto: divulgação (primeira – maestro Stefan Geiger)

Foto: Kraw Penas (segunda)

Serviço:

Concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná – Duração 1h15

Programa do Concerto: Richard Wagner (Lorin Mazel) – O Anel sem Palavras.

Dia 4 de março, às 10h30

Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto – Guairão

Regência: maestro titular da OSP Stefan Geiger

Classificação: maiores de 7 anos

Ingressos: R$ 20,00

*com divulgação

 

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VanessaMalucelliAndersen

Colunista do Site — Divirta-se Curitiba!

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