Primeiro disco da banda gaúcha tem o apoio da Natura Musical
Mario Arruda, Leonardo Serafini e Ricardo Giacomini por Kim Costa Nunes
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Com apenas uma semana de lançamento, o primeiro disco da Supervão, que antes lançou os EPs Lua Degradê (2016) e TMJNT (2017), já arrancou ótimas críticas da mídia especializada. Nesse ritmo, Mario Arruda (vocalista e programação eletrônica), Leonardo Serafini (guitarra e sintetizador) e Ricardo Giacomoni (contrabaixo e guitarra) se preparam para os shows da turnê de lançamento que passa por Curitiba, dia 09 de agosto, sexta-feira, com entrada gratuita no Raposa Clube Recreativo, a partir das 22h30.
Viabilizado pelo edital da Natura Musical junto à Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, além do selo HoneyBomb Records, o disco mistura elementos orgânicos e digitais e dá força ao conceito de psicodelia e pista que a banda celebra nos shows.
A identidade visual do projeto traz elementos gráficos, que remetem à estética vaporwave e glitch, além de bastante saturação e um flerte com o lo-fi e a alta definição, ao mesmo tempo. Assim como as letras e a sonoridade, a Supervão não escolhe apenas uma direção. Tudo se choca na tentativa de ser complementar, como uma enorme colagem.
O disco foi gravado em um home estúdio na casa de Mario Arruda, em São Leopoldo, que também foi quem fez o trabalho de mixagem. Apesar de ser um ambiente caseiro, o estúdio traz alguns recursos profissionais, uma vez que, tudo o que ganharam com a banda, foi investido em equipamentos. “A ideia era que o disco mantivesse esse fazer Do it Yourself, que tem se tornado característica no cenário brasileiro. Mas para que se alcance uma estética melhor acabada, buscamos fazer a masterização com o Felipe Tichauer, RedTraxx. O objetivo da montagem dessa lógica de produção foi desenvolver uma estética que dialoga com o que mais gostamos nas bandas gringas, e também com as plásticas que ficaram conhecidas em discos e filmes brasileiros. Buscamos uma sonoridade que, em seu ideal, seria como um filme de Glauber Rocha com som remasterizado em um stereo 5.1”.
Capa de Faz Party – para baixar clique aqui
Faz Party foi selecionado pelo Natura Musical por meio do edital 2018 com financiamento da Lei de Incentivo à Cultura Pró-Cultura RS por meio da Secretaria de Estado da Cultura e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. “O Natura Musical foi criado para valorizar a diversidade e identidade da música brasileira”, diz Fernanda Paiva, gerente de Marketing Institucional da Natura. “Desde 2014, o edital já ofereceu recursos para 23 projetos no Rio Grande do Sul, como Dingo Bells, CCOMA, Yangos, Musa Híbrida e, agora, o Supervão”, completa.
Faixa-a-faixa
Toneladas
Esta é a música com maior evidência de sonoridade brasileira. A temática é sobre encontrar caminhos alternativos em pleno momento distópico que vivemos no país e no mundo. No entanto, isso é proposto pela letra através da vida cotidiana: sair para a rua para ver o que acontece e experimentar encontros inesperados. O acontecimento para a transformação só se dá por meio do encontro. O caminho invisível também é o percurso da energia, da motivação. O som é descrito pela banda como um Jorge Ben psicodélico, com beats e percussões árabes, e tem como inspiração o álbum Duas Cidades (2016), do Baianasystem.
Asabelha e a Capoeira
Uma transição do EP TMJT (2017) para este primeiro disco. Asabelha e a Capoeira é um olhar sobre como a natureza se recompõe e se transforma, mas nunca morre por completo. A aroeira cortada se transforma em capoeira. Cair é “party” da transformação, mesmo que isso possa ser difícil e doloroso. É uma música sobre existência em tempos de medo. As cordas foram baseadas no disco Os Afro-Sambas (1966), de Baden Powell e Vinicius de Moraes, e também em Warpaint. Utilizaram beats de 2 step garage mesclados ao deep house.
Social Animal
Primeiro clipe lançado do álbum, a temática da música é uma tentativa de falar sobre o mundo pós-internet, ou seja, o mundo em que vivemos atualmente. Somos todos ET’s, uns em relação aos outros. Apesar de vivermos em um mesmo mundo, parece não sermos da mesma espécie. Isso se dá, porque a estrutura social reflete diretamente o modelo de estruturação das bolhas algorítmicas das redes sociais. Consequentemente, nunca nos sentimos satisfeitos e, por isso, tornou-se comum querer mudar o mundo (a partir de diferentes ideologias). Ao mesmo tempo, não é uma música trágica, já que existe a ideia de também encontrarmos o amor e a diferença, mesmo no mundo como está. Exposição degenerada é tanto uma menção ao tipo de arte proibida em regimes totalitários, quanto uma afirmação de que é a partir da mistura, e da produção de outros sentidos, que torna-se possível a criação de novos mundos. A sonoridade é descrita como um pós-punk brasileiro que pode ser tocado em uma rave clubber e tem influência de The Cure, Caetano Veloso e La Femme
Sol do Samba
Já a próxima faixa, foi o primeiro single divulgado. Trata-se de uma história urbana sobre uma pessoa que não acredita em mais nada no mundo. O plot twist acontece quando um amigo da rua a leva para um samba. Mas samba, aqui, é um termo que se refere a uma festividade qualquer, não necessariamente atrelada ao gênero musical samba. O resultado é uma espécie de cura pela festa. Trata-se de uma passagem do niilismo à celebração festiva, que cura a partir do vapor gerado pelo ato de dançar. A música é descrita como um tecno-house em uma festa de rua brasileira, reunindo diversas bandas. As guitarras foram influenciadas por Happy Mondays e a cena madchester, e os beats pela banda Teto Preto.
O Lírio Verde e Branco e a Druza de Ametista
Canção que trata da relação entre uma planta e um mineral, cena bastante comum em muitas casas e apartamentos. É uma música feita para plantas e para quem ama plantas. Representa a festa da simbiose orgânica-mineral. Tem também menção ao filme de Glauber Rocha, “Terra em Transe” (1967), mas em um contexto em que a própria terra parece estar em transe. Uma estética lúdica para além do antropocentrismo. É uma faixa de indie pop psicodélico, com guitarras tocadas como violão rítmico e synths seriais. Inspirada na música Young Folks, de Peter Bjorn and John, e na Freaking Out The Neighborhood, de Mac Demarco. A base com notas em sétima foi influenciada por Jorge Ben.
Castanha feat Irmão Victor
Quase uma marchinha de carnaval. Tudo se confunde. Uma metáfora em que o povo brasileiro contemporâneo é visto como uma castanha de caju mordida: não dá árvore, nem guarda-sol, mas quer árvore e quer guarda-sol. Conta com participação, nos sopros, do Marco Benvegnú, da banda Irmão Victor, e da Ana Alice, artista visual, nos vocais. É uma marchinha de carnaval psicodélica.
Cor Guia
Sobre desemprego e o Brasil contemporâneo, como se fosse um pós-carnaval. Sobre morar no subúrbio e pegar trem frequentemente. A sonoridade é um pós punk brasileiro. “Tipo um Fellini com atabaques e beats”.
Carro dos Sonhos
Uma música feita a partir do sampleamento de um dos vendedores ambulantes mais queridos do centro de Porto Alegre. O carro dos sonhos só aparece aos domingos em frente ao mercado público da cidade. No contexto do disco, tornar-se um vendedor ambulante ou ter um emprego informal, é uma saída no Brasil. A guitarra com muito reverb passa a atmosfera de se estar sonhando acordado. Um indie pop que relembra a música da pamonha. Principal inspiração: Doce, dos Boogarins.
Loteria
Um respiro idealista. Uma volta ao hippie dos anos 1960, que desacelera o passar do tempo, e os corres, para fechar o mês financeiramente. Lembra encontros entre amigos para festividades especiais, seja na hora de organizar um ônibus na intenção de ir a um festival de música alternativa, ou quando nos reunimos para passar a virada do ano próximos à natureza. Inspirada na música Kids, do MGMT, embebida no tilelê brasileiro.
Vê Se Chega Na Terra Sem Nome
Quando o reggae encontra a música eletrônica e um arranjo que remete música árabe. Última música do disco, trata-se de anunciar que buscar o impossível é o que nos move. Utopia de encontrar uma terra sem dono. Um reggae com momentos de reggaeton na arábia, sendo tocado por uma banda psicodélica setentista em uma Voodoohop na cachoeira. A principal inspiração é o álbum Transa, do Caetano.
OUÇA O DISCO FAZ PARTY AQUI
SERVIÇO
Supervão lança Faz Party em Curitiba
Data: 09/08
Local: Raposa Clube Recreativo – R. Campos Sales, 904
Horário do show: 22h30
ENTRADA GRATUITA
FICHA TÉCNICA – FAZ PARTY:
Todas as músicas por Supervão
Gravado em 2018 no estúdio Lezma Records em São Leopoldo
Produção Musical e Mixagem por Mario Arruda
Masterizado por Felipe Tichauer em Red Traxx Mastering
Todas as letras por Mario Arruda
Arranjos por Supervão
Voz, Violão, Guitarra, Percussão, Sintetizadores, Beats, Contrabaixo por Mario Arruda
Guitarras e Sintetizadores por Leonardo Serafini
Contrabaixo, Guitarras e Sintetizadores por Ricardo Giacomoni
Sopros na música 06 por Marco A. Benvegnù
Back vocal na música 06 e letra na música 08 por Ana Paula da Cunha
Sample na música 09 por Rogério Bernardes
Produção Executiva – Marquise 51
Lançamento – Honey Bomb Records e Lezma Records (2019)
Patrocínio – Natura Musical
Financiamento – Pró-Cultura RS e Governo do Estado do Rio Grande do Sul
LINKS:
PARA OUVIR:
DISCOGRAFIA:
Lua Degradê – EP (2016, HoneyBomb/Lezma Records)
TMJNT – EP (2017, HoneyBomb/Lezma Records)
CRÉDITOS CAPA:
Direção – Supervão
Foto – Maurício Kessler
Produção – Shico Menegat
Produção executiva – Chico Soll
Produção de arte – Talita Menezes
Realização – Clava
SOBRE SUPERVÃO
Supervão é uma banda brasileira, de São Leopoldo – RS, que começou em 2016. Formada por Mario Arruda, Leonardo Serafini e Ricardo Giacomoni, a banda lançou os dois primeiros EP’s, Lua Degradê (2016) e TMJNT (2017), em parceria com os selos Honey Bomb Records e Lezma Records.
Lua Degradê (2016)
No primeiro EP, Lua Degradê, o grupo iniciou o desejo de desconstrução musical misturando diferentes gêneros através da junção de beats de música eletrônica com ritmos brasileiros e outras referências que passam pelo rock, pós-punk, distorções e o indie psicodélico. O lançamento levou a banda a participar dos principais festivais independentes de música do Rio Grande do Sul, como o Morrostock e o Festival Brasileiro de Música de Rua, e também para palcos de São Paulo e do Rio de Janeiro.
TMJNT (2017)
A partir de uma mistura de sons bastante heterogêneos, a banda produziu no EP TMJNT (2017) uma sonoridade que dialoga com as cenas independentes brasileiras mais energéticas dos últimos dois anos: as raves de rua e os festivais de bandas independentes. O show que emerge dessa produção é um misto de beats eletrônicos, graves dançantes e guitarras psicodélicas. Após o lançamento, o grupo abriu o show da banda canadense HOMESHAKE, em Porto Alegre, no Agulha e tocou em importantes festivais como Festival Bananada, PicniK Festival, Dia da Música e MECA Maquiné. E, além da imprensa brasileira, o lançamento também foi destaque no site japonês, Niche Music e escolhido como o melhor disco de 2017, mesmo sendo um EP, pelo Popload.
SOBRE NATURA MUSICAL
Natura Musical é a principal plataforma de patrocínio da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu R$ 132 milhões no patrocínio de 418 projetos – entre CDs, DVDs, shows, livros, acervos digitais e filmes. O último edital do programa neste ano selecionou 50 projetos em todo o Brasil, entre artistas, bandas e coletivos. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do país e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. A plataforma digital do programa leva conteúdo inédito sobre música e comportamento para mais de meio milhão de seguidores nas redes sociais. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente para a rica e pulsante produção musical brasileira.
*com divulgação
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