Marcos Sacramento & Luiz Flávio Alcofra apresentam em Curitiba o espetáculo Aracy de Almeida, by Vanessa Malucelli

A Rainha dos Parangolés na Caixa Cultural. O cantor Marcos Sacramento – considerado pela crítica musical uma das melhores vozes da atualidade – e o virtuoso violonista Luiz Flávio Alcofra apresentam em Curitiba o espetáculo Aracy de Almeida – A Rainha dos Parangolés, nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro, sexta e sábado às 20 horas, domingo às 19 horas, na CAIXA Cultural Curitiba (R. Conselheiro Laurindo, 280). O musical – uma homenagem ao centenário de Aracy de Almeida – tem concepção e roteiro assinado pelo poeta, produtor e compositor Hermínio Bello de Carvalho de quem foi amigo pessoal por mais de 20 anos. No repertório estão clássicos da música brasileira, principalmente de Noel Rosa – de quem Aracy foi a principal intérprete.

171Marcos Sacramento & Luiz Flávio Alcofra

077Luiz Boal produção Rio de Janeiro e produção local Rodrigo Browne

Misturando música e pequenas histórias, o espetáculo “A Rainha dos Parangolés” revive as múltiplas facetas Aracy de Almeida (1914-1988). Amiga de artistas e intelectuais, ela se consagrou na história da música popular brasileira como uma estilista do samba. Quem nos conduz pela trajetória da homenageada, em 70 minutos de espetáculo, é o cantor Marcos Sacramento. Na companhia do violonista e diretor musical Luiz Flávio Alcofra, ele interpreta as canções que ficaram consagradas na voz de Aracy, como as marchas carnavalescas “O passarinho do relógio” e “A mulher do leiteiro” (ambas de Haroldo Lobo / Milton de Oliveira), os sambas “Fez bobagem” (Assis Valente) e “Camisa amarela” (Ary Barroso), além de canções de autoria de Noel Rosa, a exemplo de “Coisas nossas”, “Último desejo” e “O orvalho vem caindo”.

Teatro lotado e o espetáculo? sensacional.Simples assim..Adorei.

Que maravilha!!!!!!!!!!!!!!!!!

O título do evento faz referência aos parangolés criados pelo artista plástico carioca Hélio Oiticica (1937-1980), uma espécie de capa que possibilitava novas identidades a quem a vestia. “Aracy de Almeida também era, por natureza, uma artista multiplicante e provocativa”, explica Hermínio. De acordo com o poeta e produtor, ela trazia em si uma carga de estranheza na voz, o que a diferenciava de outras cantoras. “Equilibrava-se muito bem na linha entre o deboche e o sarcasmo, e ao seu temperamento (dizia-se judia e comunista) somava aquilo que diagnosticava de vagotomia – uma tristeza que, subitamente, arroxeava-lhe a pele. Vivia, digo sempre, à flor dos ossos”, completa.

Em 1987, quando apresentava um programa semanal na TVE do Rio de Janeiro, Hermínio gravou uma longa entrevista com a amiga. Trechos desse raro especial compõem o roteiro de “A Rainha dos Parangolés” e serão exibidos num telão no palco. O espetáculo é uma produção da Olhar Brasileiro Produções Artísticas.

Aracy

Aracy de Almeida, “O Samba em Pessoa” ou “A Dama do Encantado”, foi, ao lado de Carmen Miranda, a maior cantora de sambas dos anos 30. Depois de atuar com sucesso na boate Vogue em Copacabana na década de 40, entre 1950 e 1951, gravou dois álbuns dedicados a Noel Rosa, que seriam responsáveis pela reavaliação da obra do poeta da Vila.

A trajetória de Aracy revela uma intérprete à frente de seu tempo. Quando surgiu na década de 1930, já trazia o marco divisor que o movimento modernista de 1922 delineara. Daí ter gravado (e de uma certa forma consagrado) Noel Rosa, e também Custódio Mesquita, Ari Barroso e Valzinho. Fecharia esse ciclo, décadas depois, com Caetano Veloso.

“Ao nascer em 1914, parecia já ter traçado seu rumo: beber cerveja Cascatinha com Noel Rosa na Taberna da Glória, onde encontraria Mário de Andrade, e se tornar amiga de personagens como Vinicius de Moraes, Antonio Maria, Paulo Mendes Campos, Di Cavalcanti, Tônia Carrero e tantos outros”, explica Hermínio. Aracy gravou dezenas de discos e atuou em boates as mais refinadas, até que, aos poucos, foi se retirando para sua casa no bairro do Encantado, onde curtia plantas e cachorros e quase não recebia visitas.

Ao ser chamada para fazer parte do júri do Programa Silvio Santos, ela ganhou um súbito vento de notoriedade, porém não mais na qualidade de cantora. “Era simplesmente uma jurada, vestindo o parangolé de um personagem de maus bofes, desaforada – e foi essa imagem que se cristalizou diante do enorme público que a assistia. Paradoxalmente, era adorada pelo personagem/parangolé que passou a fantasiá-la”, comenta Hermínio.

Serviço:

Aracy de Almeira – A Rainha dos Parangolés – com Marcos Sacramento (voz) e Luiz Flávio Alcofra (violão).

Concepção e roteiro: Hermínio Bello de Carvalho.

Local: CAIXA Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR)

*com divulgação

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VanessaMalucelliAndersen

Colunista do Site — Divirta-se Curitiba!

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