João Turin deixou um legado de obras que valorizam a temática indígena

Dezenas de esculturas e baixos-relevos retratam povos indígenas em situações de seu cotidiano, com destaque para o Cacique Guairacá

João Turin - obra em homenagme ao Cacique Guairacá - foto Daniel Castellano (1).jpg
Foto: Daniel Castellano

Um dos maiores mestres da arte escultórica do Paraná, João Turin (1878-1949) teve dois temas como os principais de suas obras: os animais selvagens (em especial onças, que lhe conferiu o título de maior escultor animalista do Brasil), e os povos indígenas
Segundo o pesquisador José Roberto Teixeira Leite (responsável pelos livros “João Turin: Vida, Obra, Arte” e “Paranismo”), os povos originários do Brasil foram o segundo tema de maior destaque do artista, rendendo dezenas de obras. “Afastando-se das representações idealizadas do Romantismo brasileiro, ele buscou retratar em seus hábitos e costumes o primitivo senhor de uma terra que lhe foi usurpada - como aquele Guaicará que há séculos teria oferecido desesperada resistência ao invasor europeu.”, escreveu o pesquisador.

O Guairacá, a que Teixeira Leite se refere, pode ser apreciado em duas esculturas ampliadas em tamanho heroico no Jardim de Esculturas do Memorial Paranista, no Parque São Lourenço, em Curitiba. Há ainda diversas outras esculturas e baixos-relevos com temática indígena na exposição permanente, em uma área interna do Memorial Paranista. Os indígenas são mostrados em diversas situações: retornando de caçadas, fazendo trabalhos manuais, entre outras. O local está aberto para visitações diárias e gratuitas.

Guairacá em Guarapuava
Localizado na região Centro-Sul do Paraná, o município de Guarapuava conta com um monumento em homenagem ao Cacique Guairacá, inaugurado em 1978. A estátua tem cerca de 2 metros de altura, colocada sobre um pedestal de 5 metros. Segundo o jornalista e pesquisador paranaense Aramis Millarch (1943-1992), o cacique Guairacá era um chefe indígena que habitava as terras que hoje são o terceiro planalto paranaense e que enfrentou os desbravadores espanhóis, no século XVII.

De acordo com um registro feito pelo IBGE, uma das vertentes históricas afirma que o Cacique Guairacá viveu pela região de Guarapuava em meados do século XVII. Na época, a colonização estava sendo combatida pelos indígenas. Guairacá teria comandado os embates gritando “Co ivi oguereco yara!”, ou seja “Esta terra tem dono!”, frase que foi incluída no Monumento.

Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do Paraná, mudou-se ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura em Bruxelas e em seguida morou por 10 anos em Paris.

Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa, e deu início à etapa mais produtiva de sua trajetória. Foi premiado no Salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949 e é considerado o maior escultor animalista do Brasil. Possui obras em espaços públicos no Paraná, Rio de Janeiro e França. Em sua homenagem, foi inaugurado o Memorial Paranista, em Curitiba, que reúne 100 obras.

Em junho de 2014, seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses e foi citada em um ranking da revista britânica The Art Newspaper. Esta exposição também recebeu o Prêmio Paulo Mendes de Almeida, da ABCA - Associação Brasileira de Críticos de Arte, de melhor exposição do ano, e teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e em 2016 na Pinacoteca de São Paulo.

Serviço:
Memorial Paranista João Turin: Rua Mateus Leme, 4700 (Curitiba, Paraná).
Entrada gratuita.
Agendamento de visitas guiadas no site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista
Site sobre João Turin: joaoturin.com.br
Redes sociais: @escultorjoaoturin e facebook.com/escultorjoaoturin

Vídeo sobre o Memorial Paranista João Turin:
https://youtu.be/0ZevRuwdti8

João Turin - voltando da caça - Foto Maringas Maciel (web).jpg
Foto: Maringas Maciel

Obras do escultor João Turin fazem parte de acervos de 15 museus e instituições

João Turin - Onça à espreita - foto Maringas Maciel 1958.jpg

Considerado o mais importante escultor animalista do Brasil, João Turin (1878-1949) é também um dos maiores mestres da arte escultórica do Paraná. Sua obra repleta de simbolismos está presente não só em espaços públicos, como parques e praças, mas também fazem parte dos acervos de museus e instituições em três estados do Brasil: Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Ao todo, são 15 instituições que possuem obras de Turin em seus acervos. No Rio Grande do Sul, estão na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo (que é gerenciada pelo Instituto de Artes da UFRGS) e na Pinacoteca Aldo Locattelli (da Secretaria da Cultura da capital gaúcha). Esta última disponibilizou de seu acervo um baixo-relevo de Turin em exposição permanente no Paço Municipal de Porto Alegre.

Na cidade do Rio de Janeiro, também há obras em dois espaços: no Museu de Arte do Rio e no Museu Nacional de Belas Artes – mesmo local que recebeu a exposição, “João Turin – Vida, Obra, Arte”, em 2015, que atraiu cerca de 25 mil pessoas.

O Paraná, onde o artista passou maior parte de sua vida e realizou a etapa mais representativa de sua trajetória artística, é o estado com mais instituições que possuem obras em seus acervos. Ao todo, são 11 locais, na capital Curitiba: Museu Oscar Niemeyer, Memorial Paranista, Museu Ferroviário, Museu Paranaense, Museu Alfredo Andersen, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Palácio Iguaçu, Museu Municipal de Arte de Curitiba – MUMA, Memorial de Curitiba, Clube Curitibano e Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

“Ter obras de João Turin em acervos de diversos museus e outras instituições é um fator bastante positivo para seu legado artístico”, afirma Samuel Ferrari Lago, um dos gestores da obra do artista. “Uma vez presente em acervos, os trabalhos de João Turin podem vir a integrar exposições e outras atividades artísticas realizadas por essas instituições, tornando-se acessíveis a um público ainda maior”, completa.

Exposição permanente
O Memorial Paranista, inaugurado em 2021, apresenta uma seleção representativa de obras de João Turin em exposição permanente, acessível de forma gratuita ao público. Ao todo, o acervo permanente é composto por 100 obras, sendo que 78 delas foram doadas pela Família Ferrari Lago (gestora do patrimônio artístico de Turin, que realizou um resgate de ponta a ponta de seu legado artístico) ao Governo do Paraná, que cedeu as obras à prefeitura de Curitiba para exposição no local.

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No exterior
Fora do Brasil, uma escultura de João Turin integra o acervo do Vaticano. Trata-se de “Frade Lendo”, obra doada pela Família Ferrari Lago e entregue ao Papa Francisco pelo governo brasileiro durante sua visita ao país, em 2013.

Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do Paraná, mudou-se ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura em Bruxelas e em seguida morou por 10 anos em Paris.

Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa, e deu início à etapa mais produtiva de sua trajetória. Foi premiado no Salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949 e é considerado o maior escultor animalista do Brasil. Possui obras em espaços públicos no Paraná, Rio de janeiro e França. Em sua homenagem, foi inaugurado o Memorial Paranista, em Curitiba, que reúne 100 obras.

Em junho de 2014, seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses e foi citada em um ranking da revista britânica The Art Newspaper. Esta exposição também recebeu o Prêmio Paulo Mendes de Almeida, da ABCA - Associação Brasileira de Críticos de Arte, de melhor exposição do ano, e teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e em 2016 na Pinacoteca de São Paulo.

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Obra perdida de João Turin ganha releitura e será símbolo de comemorações em Curitiba

Escultura foi realizada pelo artista em Bruxelas e premiada em Paris; releitura vai celebrar os 100 anos do Movimento Paranista

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Durante os 15 anos em que viveu na Europa, o escultor João Turin (1878-1949) realizou diversas obras, tanto na Bélgica quanto na França, onde fixou residência. Parte dos trabalhos produzidos pelo artista naquele período não puderam ser trazidos ao Brasil e foram perdidos. Um deles foi “No Exílio”, primeira escultura de grandes proporções feita por Turin, concebida em Bruxelas e premiada com Menção Honrosa em Paris.

Uma iniciativa vai possibilitar que o público de hoje aprecie esta obra. A artista Luna do Rio Apa fez uma releitura de “No Exílio” a partir de fotografias de época. O trabalho foi realizado no Atelier de Esculturas do Memorial Paranista, em Curitiba, onde também há uma exposição permanente e um jardim de esculturas ampliadas de João Turin, com uma centena de obras. A releitura de “No Exílio” vai simbolizar os 100 anos do Movimento Paranista (do qual João Turin foi um dos fundadores), a ser comemorado em 2023.

A releitura tem 2,70m de altura e foi moldada em argila. Em uma segunda etapa, o escultor Edson de Lima realiza a moldagem para produção da escultura em gesso pedra. A Prefeitura de Curitiba tem a intenção de fazer uma fundição em bronze da obra.

Resgate de ponta a ponta do legado de João Turin
Desde 2011, quando os direitos patrimoniais sobre as obras de João Turin foram adquiridos pela Família Lago, foi iniciado um resgate de ponta a ponta de seu legado artístico, algo até então inédito na área de artes no Brasil), com nova catalogação dentro de critérios museológicos, numeração, higienização e preservação das obras.

A realização da releitura de “No Exílio” é uma nova etapa deste resgate, conforme explica Samuel Ferrari Lago, um dos gestores da obra de João Turin. “Em 2013 conseguimos localizar a obra perdida de João Turin ‘Pietá’ em uma cidade da França. Fizemos uma busca também por ‘No Exílio’. Durante muito tempo procuramos por essa obra tanto em Bruxelas quanto em Paris, mas não conseguimos localizar. Por sugestão do pesquisador Maurício Appel, convidamos a artista Luna do Rio Apa para fazer uma releitura. Ela havia trabalhado conosco no Ateliê João Turin e fez esta releitura de forma brilhante”, afirma.

Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do Paraná, ele veio ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura em Bruxelas e em seguida morou por 10 anos em Paris. Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa, além de dar início à etapa mais produtiva de sua trajetória. Foi premiado no salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949 e é considerado o maior escultor animalista do Brasil. Possui obras em espaços públicos no Paraná, Rio de janeiro e França. Em sua homenagem, foi inaugurado o Memorial Paranista, em Curitiba, que reúne 100 obras.

Em junho de 2014, seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses e foi citada em um ranking da revista britânica The Art Newspaper. Esta exposição também teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e em 2016 na Pinacoteca de São Paulo.

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Família Lago faz doação de escultura de João Turin para o Consulado da Itália em Curitiba

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O Consulado Geral da Itália em Curitiba inaugurou sua nova sede, que conta com uma escultura do artista João Turin (1878-1949), doada pela Família Lago, responsável pela gestão das obras do escultor. A estátua de pouco mais de 25 cm de altura é “Imigrantes”, que traz um grande valor simbólico para o novo espaço localizado no bairro Batel, por representar povos de outros países que se fixaram no Brasil.

O tema tem ligação direta não só com o local, mas com as raízes de João Turin, filho de italianos vindos do Vêneto. Seus pais e suas duas irmãs mais velhas desembarcaram no Brasil em 1877 e se radicaram em Morretes (cidade litorânea do Paraná) , em um dos núcleos da colônia da Nova Itália onde o escultor nasceu, no ano seguinte.

“O Consulado Geral da Itália está muito honrado e satisfeito por receber esta obra. Não só porque João Turin e a Família Lago são de origem italiana, mas porque Turin sempre pensou em sua origem”, afirma Salvatore Di Venezia, Cônsul Geral da Itália em Curitiba. “A obra representa os imigrantes, e o Consulado Italiano é justamente o organismo que representa a comunidade italiana e, sobretudo lembra do grande esforço, da epopéia da imigração dos Italianos, que começou em 1870 em diante”, completa.

“Imigrantes” foi acomodada na Sala de Reuniões do Consulado. Ao seu lado está um exemplar do livro “João Turin: Vida, Obra, Arte”, do crítico de arte José Roberto Teixeira Leite, sendo a maior pesquisa já realizada sobre o artista e fonte de consulta para quem passar pelo local. “A escultura homenageia todos os povos que deixaram sua terra natal para construir uma nova história num país longínquo, em especial, aos nossos antepassados italianos que, assim como a família de João Turin, cravaram na história do nosso estado suas influências, costumes, cultura e força. Pelo contexto de mudança de sede, nossa família presenteou o Consulado com esta obra”, afirma Samuel Lago.

Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do Paraná, ele veio ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura em Bruxelas e em seguida morou por 10 anos em Paris. Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa, além de dar início à etapa mais produtiva de sua trajetória. Foi premiado no salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949 e é considerado o maior escultor animalista do Brasil. Possui obras em espaços públicos no Paraná, Rio de janeiro e França. Em sua homenagem, foi inaugurado o Memorial Paranista, em Curitiba, que reúne 100 obras.

Em junho de 2014, seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses. Esta exposição também teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e em 2016 na Pinacoteca de São Paulo.

anexos
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Mês em homenagem às artes é convidativo para conhecer o legado do artista paranaense João Turin

Agosto é um mês de homenagem às artes, com datas que celebram as atividades artísticas e os profissionais da área. Em 12/08 se comemora o Dia Nacional das Artes, enquanto 24/08 é o Dia do Artista. Por ocasião destas datas, este é um mês convidativo para realizar passeios culturais e visitas a espaços como museus, memoriais e galerias para conhecer mais sobre artistas brasileiros e suas obras, que muito contribuem com a cultura nacional.

Em Curitiba, é possível conhecer de forma gratuita a vida e o legado artístico do escultor João Turin (1878-1949), que tem boa parte de suas obras expostas em espaços públicos da cidade, como diversas praças e também no Memorial Paranista, construído em sua homenagem. Conhecido como o maior escultor animalista do Brasil, realizou esculturas e baixos-relevos não somente de animais (em especial onças, retratadas com realismo), mas também representações de personalidades, povos indígenas, momentos históricos, obras que dialogam com a arte sacra, entre outros temas.

O roteiro cultural pode começar pela Praça Tiradentes, onde há uma estátua do personagem da História do Brasil que dá nome à praça, em uma obra que completa 100 anos. Criada em 1922 quando Turin morava na França, foi exposta no Salão dos Artistas Franceses em Paris, onde recebeu boas referências da crítica francesa. No ano seguinte, participou do Salão Nacional de Belas Artes de 1923, no Rio de Janeiro, tendo recebido na ocasião menção honrosa e um prêmio em dinheiro. No mesmo local, também há obras do artista no Monumento à República.

A cerca de 800 metros de distância, na Praça Santos Andrade, está a Águia de Haia, que integra o monumento a Rui Barbosa. Assim, o roteiro começa a mostrar Turin como escultor animalista. Em outro ponto próximo, na rotatória do Centro Cívico, está uma das obras mais representativas do artista, “Luar do Sertão”, de uma onça rugindo. Originalmente batizada como “O rugir do Tigre”, rendeu ao artista a medalha de ouro no Salão Nacional de Belas Artes em 1947. Além de Curitiba, um exemplar está presente também no Rio de Janeiro, na Praça General Osório. É possível encontrar em outros locais públicos da capital paranaense bustos de celebridades assinados por Turin, como o do maestro Carlos Gomes (na praça de mesmo nome).

Jardim de Esculturas - Memorial Paranista João Turin - Onça e Tartaruga - Foto Maringas Maciel.jpg

Memorial Paranista reúne 100 obras do artista
O local mais importante para conhecer João Turin e seu legado artístico é o Memorial Paranista, no Parque São Lourenço, que conta com uma seleção representativa das obras do artista. Construído pela Prefeitura de Curitiba, o espaço abriga cerca de 100 esculturas e baixos-relevos em bronze de João Turin em uma exposição permanente disposta em dois ambientes: em uma área interna (onde estão a maior parte das obras e também murais com informações sobre a trajetória do artista) e outra externa, que constitui o maior jardim de esculturas público do Brasil, com 13 obras ampliadas em bronze, a céu aberto. Boa parte delas são de onças em diversas situações (em repouso, em combate, brincando com um filhote, etc), com destaque para “Marumbi”, que retrata a luta de dois grandes felinos, em uma ampliação em proporção heróica, com quase 3 metros de altura e 700 quilos. Quem quiser saber mais sobre o artista, também tem a opção de agendar uma visita guiada no site do Memorial Paranista.

A conquista de um espaço privilegiado como este, que proporciona grande visibilidade ao legado de João Turin é um dos pontos mais altos de um trabalho minucioso de levantamento de seu legado: um resgate de ponta a ponta, realizado pela Família Lago, algo até então inédito no mundo das artes. Foi iniciado em 2008, quando tiveram início as negociações com a família do artista, e compreendeu uma série de etapas, como pesquisa, localização de obras, catalogação, recuperação, fundição, entre outras. Foram catalogadas 410 obras, contemplando não somente esculturas, mas também desenhos, pinturas, design de moda e criações arquitetônicas. “Estamos em um caminho de tornar João Turin cada vez mais conhecido e sem dúvida uma exposição permanente é importante nessa estratégia. Além disso, o Memorial Paranista começou a ser apontado como um dos pontos turísticos mais procurados de Curitiba, o que contribui para aumentar a popularidade do artista”, comenta Samuel Lago, um dos gestores da obra de João Turin.

Serviço:
Memorial Paranista João Turin: Rua Mateus Leme, 4700 (Curitiba, Paraná).
Entrada gratuita.
Agendamento de visitas guiadas no site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista
Site sobre João Turin: joaoturin.com.br
Redes sociais: @escultorjoaoturin e facebook.com/escultorjoaoturin

Vídeo sobre o Memorial Paranista João Turin:
https://youtu.be/0ZevRuwdti8

João Turin - Índio Guairacá II - foto André Castellano (1).jpg

João Turin: o maior escultor animalista no Brasil

Legado do artista tem entre seus principais destaques as esculturas de animais selvagens, em especial de onças, que podem ser apreciadas no Memorial Paranista, em Curitiba

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Na obra deixada por João Turin (1878-1949), que pode ser apreciada gratuitamente pelo público que visitar o Memorial Paranista, em Curitiba, um dos temas de maior expressão e destaque são as esculturas de animais, que o artista retratou com fidelidade, o que lhe valeu o título de maior escultor animalista do Brasil.

Em quase 50 anos de carreira ele imortalizou animais selvagens ou domésticos, em especial a onça, maior felino da América Latina e um dos símbolos da fauna brasileira. Elas foram retratadas em diversas situações (em repouso, em combate, brincando com um filhote, rugindo, etc), em peças de bronze em pequeno e médio porte na área interna do Memorial Paranista, até obras ampliadas em grandes proporções no Jardim de Esculturas.

Para ser um escultor animalista, não basta esculpir animais (o que foi feito aos milhares em todas as épocas e civilizações), mas sim “representar o animal como um tema em si mesmo e não mais como símbolo, atributo, alegoria ou mero enfeite, ocupando lugar secundário nas bases ou pedestais dos monumentos”, segundo explicação do professor e crítico de arte José Roberto Teixeira Leite, que realizou a mais completa pesquisa sobre o artista, publicada em seu livro “João Turin, Vida, Obra, Arte”.

A trajetória da escultura animalista
Segundo Teixeira Leite, foi no século XIX, na França, que surgiram os escultores animalistas, tendo a frente de todos Antoine-Louis Barye, quando em 1831 conseguiu emplacar sua escultura de um tigre devorando um gavial no conceituado Salão Parisiense, vencendo a resistência que os júris tinham em aceitar obras sobre animais. Turin também conquistou espaço nesta importante exposição, 90 anos depois de Barye. Durante o curso na Academia de Bruxelas (na Bélgica) ganhou prêmios em anatomia animal, e em 1921 expôs a escultura de um cão em tamanho natural no Salão Parisiense. Chegou a ser saudado por um anônimo articulista como "um grande escultor de animais".

Turin conheceu as obras de Barye e de outros animalistas, que serviram para confirmar ou indicar um caminho a seguir, imprimindo sua própria personalidade artística. O Brasil tem artistas que esculpiram animais (entre eles, Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho), porém, não existe qualquer outro brasileiro a quem mais seja adequado o título de escultor animalista do que João Turin, de acordo com Teixeira Leite.

Além de ser notável o senso de observação e o profundo conhecimento da anatomia animal, suas obras assumiam conotações simbólicas. “A despeito da fidelidade anatômica e das proporções corretas, não é o animal em si que importa, mas o que simboliza, tanto que para representar o Marumbi, maciço da Serra do Mar que se avista de sua cidade natal, não encontrou forma melhor que a de duas onças em furioso embate, magníficos de força e agilidade, cujos dorsos habilmente reproduzem os contornos da rocha”, explica o pesquisador. A obra em questão, “Marumbi” é o destaque principal do Jardim de Esculturas do Memorial Paranista, presente em uma ampliação em proporção heróica, com quase 3 metros de altura e 700 quilos.

Observação de onças no zoológico
A grande inspiração de João Turin para o estudo da anatomia animal eram as onças do Passeio Público, primeiro zoológico de Curitiba. Como dormiam a maior parte do dia, o artista as visitava à noite, quando estavam mais alertas. Assim poderia captar seus movimentos em rápidos esboços. Muitas vezes oferecia carne aos animais para que ficassem quietos e ele pudesse desenhá-los com tranquilidade. Mais tarde, em seu ateliê, passava os croquis para realizar suas obras em argila até lhes imprimir a silhueta, o volume e a posição desejados.

Duas esculturas de onças de João Turin lhe renderam premiações no Salão Nacional de Belas Artes: medalha de prata em 1944 por “Tigre esmagando a cobra” e medalha de ouro em 1947 por “O rugir do Tigre”, mais conhecido como “Luar do Sertão” (presente em dois espaços públicos brasileiros: Centro Cívico em Curitiba e Praça General Osório, no Rio de Janeiro).

Serviço:
Memorial Paranista João Turin: Rua Mateus Leme, 4700 (Curitiba, Paraná).
Entrada gratuita.
Agendamento de visitas guiadas no site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista
Site sobre João Turin: joaoturin.com.br
Redes sociais: @escultorjoaoturin e facebook.com/escultorjoaoturin

Vídeo sobre o Memorial Paranista João Turin:
https://youtu.be/0ZevRuwdti8

Maior jardim de esculturas público do Brasil, com obras de João Turin, vai completar um ano

Espaço de 8 mil m2 conta com 13 obras de bronze ampliadas com métodos que usaram tecnologias 3D avançadas, algumas chegam a 3 metros de altura
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Perto de completar seu primeiro aniversário de inauguração, o Memorial Paranista, espaço de preservação e difusão de obras de arte em Curitiba, tem entre seus atrativos o maior jardim de esculturas público do Brasil, com 13 obras ampliadas em bronze de João Turin (1878-1949) em um espaço de 8 mil m2 no Parque São Lourenço, local de grande circulação de pessoas na capital paranaense.

No Jardim de Esculturas, o público pode apreciar alguns dos trabalhos mais representativos deixados pelo artista, com destaque para animais selvagens, como onças, que o artista representou com grande realismo. Profundo conhecedor da anatomia animal, Turin destacou-se como o maior escultor animalista do Brasil. A obra de maior destaque no local é “Marumbi”, que apresenta a luta de duas onças. Completam o conjunto de obras expostas a céu aberto dois baixos relevos (um deles com a lendária imagem da fundação de Curitiba) e duas representações de indígenas do povo Guairacá, sendo que um deles tem 3 metros de altura, na entrada do parque.

Construído pela Prefeitura de Curitiba e inaugurado em 14 de maio de 2021, o Memorial Paranista conta com três edificações interligadas por uma galeria com cobertura de vidro. O local reúne cerca de 100 trabalhos de João Turin, sendo que 13 estão no Jardim de Esculturas, que possui obras ampliadas. Algumas ganharam proporções heróicas, sendo a maior de todas “Marumbi”, com 3 metros de altura e aproximadamente 700 quilos.

Processo de ampliação das obras
As obras originais deixadas por João Turin, em sua maioria eram gessos que tinham em média 40 centímetros de altura. Para se chegar às obras em grandes proporções do Jardim de Esculturas, foi feito um processo de ampliação, em que se fabrica o molde da obra no tamanho desejado, para em seguida fazer a fundição, que resulta na escultura ampliada. “É muito complexo fazer isso da forma tradicional. Existem métodos antigos de se fazer ampliação manualmente usando proporções e determinados instrumentos”, comenta Samuel Lago, um dos detentores dos direitos autorais do artista.

As obras ampliadas de João Turin foram feitas com tecnologias avançadas, aliadas com técnicas tradicionais. Os moldes foram produzidos com impressoras 3D a partir de um minucioso processo de digitalização tridimensional das esculturas originárias, com um scanner específico. Samuel Lago explica que as novas tecnologias trazem um resultado mais fiel à obra originária, além de poupar tempo na produção. “Os benefícios são imensos. Porém o que fizemos foi aliar os métodos mais modernos com as técnicas milenares como a da cera perdida, muito utilizada para fundições em bronze. Unimos o melhor dos dois mundos, sempre pensando pra frente, mas sem descartar métodos clássicos que funcionam bem. O resultado é notável”. Após a feitura dos moldes, foram realizadas as fundições das obras em bronze. Todo o processo foi feito por uma experiente empresa da Califórnia, nos EUA. As obras ampliadas foram transportadas de navio até o Brasil.

Obras em outros locais públicos do Paraná e Rio de Janeiro
João Turin foi um dos primeiros artistas a levar a arte de seu estado para o Brasil e o mundo. Suas esculturas estão em locais públicos de municípios paranaenses, no Rio de Janeiro e até na França, onde o artista tem exposta uma Pietá, feita em 1917, para a Igreja de Saint Martin, em Condé-sur-Noireau, uma verdadeira relíquia, que resistiu aos bombardeios da Segunda Guerra. Um exemplar desta obra estará exposto no Memorial.

Curitiba, onde Turin passou boa parte de sua vida, possui muitas obras do autor espalhadas por parques e praças da cidade, como “Tigre Esmagando a Cobra”, localizada próxima ao portal do bairro de Santa Felicidade, “Luar do Sertão”, em frente à Prefeitura Municipal e “Tiradentes”, na praça de mesmo nome. A cidade do Rio de Janeiro também conta com esculturas de João Turin a céu aberto. Um exemplar de “Luar do Sertão” está na Praça General Osório, no bairro Ipanema, enquanto a escultura de uma onça pode ser apreciada no Jardim Botânico.

Turin também está no acervo de arte do Vaticano. A escultura “Frade Lendo” foi entregue como presente do povo brasileiro para o Papa Francisco, em 2013, na primeira visita do pontífice ao Brasil.

Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do estado do Paraná, ele veio ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura na Bélgica. Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa. Foi premiado no salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949.

Em junho de 2014, seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses. Esta exposição também teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e na Pinacoteca de São Paulo.

Serviço:
Memorial Paranista João Turin: Rua Mateus Leme, 4700 (Curitiba, Paraná).
Entrada gratuita.
Agendamento de visitas guiadas no site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista
Site sobre João Turin: joaoturin.com.br
Redes sociais: @escultorjoaoturin e facebook.com/escultorjoaoturin

Vídeo sobre o Memorial Paranista João Turin:
https://youtu.be/0ZevRuwdti8

João Turin tem a obra Homem-Pinheiro em exposição do Sesc 24 de Maio, em São Paulo

Obra de João Turin no Sesc 24 de maio em SP - foto Drika Alves(1).jpg
Foto: Drika Alves

O artista João Turin (1878-1949) integra a exposição “Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil”, que está em cartaz no Sesc 24 de Maio, Centro de São Paulo. A mostra reflete sobre a noção de arte moderna no Brasil para além da década de 1920 e do protagonismo muitas vezes atribuído pela história da arte a São Paulo, reunindo obras de vários estados brasileiros, nas mais diversas linguagens. A entrada é gratuita.

A obra escolhida é o baixo relevo “Homem-Pinheiro”, uma das mais icônicas do artista. A consultora Fernanda Pitta explica que na pesquisa realizada, a equipe de curadores já tinha conhecimento da obra de João Turin por meio de uma exposição que esteve em cartaz na Pinacoteca de São Paulo em 2016. Segundo ela, a curadoria observou em Turin “um certo projeto moderno ligado ao regionalismo”, fazendo referência ao Paranismo como ideia de renovação das artes modernas no estado, focado em uma negociação com aspectos locais e regionais

“Nós selecionamos a obra ‘Homem-Pinheiro’ por nos parecer uma das mais representativas desse esforço do João Turin de criar uma linguagem dentro do campo da escultura que dissesse respeito a esse contexto regional paranaense, fazendo isso numa linguagem experimental dentro da escultura, que relaciona passado e presente, faz referência ao Homem Vitruviano, mas ao mesmo tempo atualiza essa imagem com a figura dessa simbiose com a natureza a partir do pinheiro. Por esse motivo nós selecionamos a obra do João Turin para integrar a exposição”, comenta.

A mostra integra o projeto Diversos 22, do Sesc São Paulo, que celebra o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da Independência, refletindo criticamente sobre as diversas narrativas de construção e projeção de um Brasil, e traz cerca de 600 obras de 200 artistas, como Lídia Baís, Mestre Zumba, Genaro de Carvalho, Anita Malfatti, Tomie Ohtake, entre outros.

Serviço:
Exposição “Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil”
Datas e horários: A exposição pode ser visitada até 07/08, de terça a sábado das 10h às 20h, e nos domingos e feriados das 10h às 18h.
Local: Sesc 24 de Maio (Rua 24 de Maio, 109, São Paulo – SP)
Classificação livre
Entrada gratuita

Curadoria: Aldrin Figueiredo, Clarissa Diniz, Divino Sobral, Marcelo Campos, Paula Ramos e Raphael Fonseca
Curadoria-geral: Raphael Fonseca
Curadores-assistentes: Breno de Faria, Ludimilla Fonseca e Renato Menezes
Consultoria: Fernanda Pitta

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Exposição permanente de João Turin em espaço público promove acessibilidade da arte

As 100 obras mais representativas do artista podem ser apreciadas gratuitamente no Parque São Lourenço, em Curitiba, contribuindo para a popularização do legado deixado por João Turin

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Uma seleção representativa das obras do artista João Turin (1878-1949) está hoje acessível em um ambiente público, e pode ser apreciada gratuitamente por todas as pessoas que visitarem o Parque São Lourenço, na cidade de Curitiba. Lá foi construído pela Prefeitura da cidade o Memorial Paranista, em homenagem ao artista como um espaço para preservação e difusão de obras de arte, que abriga cerca de 100 esculturas e baixos relevos de João Turin em uma exposição permanente e em um jardim de esculturas ampliadas, a céu aberto. “Ser público e de graça nos aproxima do ideal de popularização da arte. O local passa a ser um espaço de convivência”, afirma Samuel Lago, um dos detentores dos direitos autorais do artista.

A conquista de um espaço privilegiado como este, que proporciona grande visibilidade ao legado de João Turin é um dos pontos mais altos de um trabalho minucioso de levantamento de seu legado: um resgate de ponta a ponta, realizado pela Família Lago e SSTP Investimentos, algo até então inédito no mundo das artes. Iniciado em 2008, quando tiveram início as negociações com a família de João Turin, o resgate compreendeu uma série de etapas, tais como pesquisa, localização de obras, catalogação, recuperação, fundição, entre outras.

Foram catalogadas 410 obras, contemplando não somente esculturas, mas também desenhos, pinturas, design de moda e criações arquitetônicas mostrando o quanto João Turin foi um artista versátil. As cerca de 100 obras presentes no Parque São Lourenço compreendem esculturas e baixos relevos em bronze. Antes do resgate artístico, muitos trabalhos deixados pelo artista estavam disponíveis apenas em gesso. “Estamos em um caminho de tornar o João Turin cada vez mais conhecido e sem dúvida uma exposição permanente é importante nessa estratégia e funciona super bem”, comenta Samuel Lago.

Construído pela Prefeitura de Curitiba e inaugurado em maio de 2021, o Memorial Paranista, no Parque São Lourenço, reuniu quase 100 obras de Turin graças a uma junção de esforços. Das 15 esculturas ampliadas, 12 foram compradas pela Prefeitura, e as outras 3 foram doadas pela Companhia Paranaense de Energia (Copel), por meio da Lei Rouanet (de incentivo à cultura). 78 esculturas em tamanho original foram doadas pela Família Lago para o Governo do Estado do Paraná, que emprestou as obras à Prefeitura de Curitiba em regime de comodato.

“É muito significativo ter um espaço de exposição permanente para um artista como João Turin, que retrata o imaginário do povo paranaense. Isso é muito importante como reconhecimento ao artista e como reforço de auto-estima do paranaense, que é um povo multifacetado devido a suas influências de colonização. É imprescindível que as pessoas conheçam os artistas locais. A gente só consegue isso com algo de larga extensão como uma exposição permanente, pois uma exposição temporária não teria esse alcance”, avalia Samuel Lago.

Na área externa há um Jardim de Esculturas com mais 13 obras em bronze, que podem ser vistas pelo público que visitar o parque. Todas essas esculturas são ampliadas e algumas ganharam proporções heróicas. A maior de todas é Marumbi, com 3 metros de altura e aproximadamente 700 quilos. Outro espaço importante é uma fundição elétrica e moderna, que também foi doada pela Família Lago e SSTP Investimentos, substituindo uma antiga fundição que estava obsoleta. Para agendar uma visita guiada, basta fazer um agendamento através do site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista.

Além de um reconhecimento de preservação cultural tão importante, o Memorial Paranista é também uma oportunidade de incentivar o turismo na cidade de Curitiba. “Do ponto de vista econômico para a cidade é muito interessante, pois tem um grande potencial de se tornar um local de visitação de turistas, como a Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame, que ficam próximas do Parque São Lourenço”, observa Samuel Lago.

Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Há esculturas em locais públicos de municípios do Paraná, Rio de Janeiro e na França. Turin também está no acervo de arte do Vaticano. A escultura “Frade Lendo” foi entregue como presente do povo brasileiro para o Papa Francisco, em 2013, na primeira visita do pontífice ao Brasil.

Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do estado do Paraná, João Turin veio ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura na Bélgica. Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa. Foi premiado no salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949.

Em junho de 2014, seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses. Esta exposição também teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e na Pinacoteca de São Paulo.

Serviço:
Memorial Paranista João Turin: Rua Mateus Leme, 4700 (Curitiba, Paraná).
Entrada gratuita.
Agendamento de visitas guiadas no site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista
Site sobre João Turin: joaoturin.com.br
Redes sociais: @escultorjoaoturin e facebook.com/escultorjoaoturin

Vídeo sobre o Memorial Paranista João Turin:
https://youtu.be/0ZevRuwdti8

A escultura Pietá, de João Turin, resistiu aos bombardeios de uma guerra e foi encontrada em 2013; um exemplar está exposto no Memorial Paranista

Obra feita na França resistiu a uma série de bombardeios da Segunda Guerra Mundial e foi dada como perdida por quase 70 anos, até ser encontrada e ganhar uma reprodução em bronze no Brasil, em um intenso trabalho de resgate artístico

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Entre as muitas obras de João Turin (1878-1949) no Memorial Paranista, uma delas chama a atenção não só pela expressividade, pelos motivos religiosos, mas também por ter sido realizada na França. Trata-se de uma Pietá, que até alguns anos atrás era dada como perdida, pois se imaginava que havia sido destruída por um bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial.

A obra primígena é uma escultura em baixo relevo em pedra, feita em 1917 quando o artista morava na França. Foi concebida para homenagear os combatentes mortos na Primeira Guerra Mundial da cidade de Condé-sur-Noireau, na região da Baixa Normandia. Instalada na Igreja de Saint Martin, a Pietá de João Turin tem uma representação de Jesus Cristo e da Virgem Maria, rodeados por nomes dos soldados falecidos em combate.

Um fato curioso é que por quase 70 anos, a escultura foi dada como destruída por outro conflito, a Segunda Guerra Mundial, que devastou a cidade de Condé-sur-Noireau com uma série de bombardeios em 1944. A Igreja de Saint Martin foi parcialmente destruída, mas a Pietá conseguiu se manter intacta. No entanto, boa parte dos arquivos da cidade foram destruídos, apagando vestígios da existência da obra e sobre seu autor. A Pietá caiu no esquecimento.

O resgate de uma obra dada como perdida
Somente em 2013 confirmou-se que aquela era uma obra de João Turin. Samuel Lago, um dos detentores dos direitos autorais do artista, comenta que até aquele ano, a única referência sobre a Pietá era uma foto do acervo do pesquisador Saul Lupion de Quadros adquirido pela família Lago, que realizou um resgate da vida e obra de João Turin.

“Encontramos nos escritos deixados por Turin uma referência dele a uma obra que foi feita quando ele andava pela Normandia. Mas quando ele relatou isso cometeu um erro de grafia no nome da cidade. Então não se conseguia encontrá-la. O professor José Roberto Teixeira Leite, autor do livro ‘João Turin – Vida, Obra e Arte’, escreveu uma carta para algumas prefeituras da Normandia. Felizmente ele recebeu resposta da cidade de Condé-sur-Noireau que confirmou que estava lá uma obra assinada por Z.Turin, em vez de J.Turin, como ele costumava assinar. O ‘Z’ é a inicial de seu nome do meio, Zanin, o que dificultou um pouco mais a busca. Mas eles acharam que poderiam ser, mandaram resposta e de fato foi encontrada a Pietá”, relata Samuel Lago.

Com a identificação, foi iniciada uma ação para integrar a obra ao acervo do artista, com o trabalho de produção de um molde a partir da obra primígena, para que a Pietá pudesse ser reproduzida no Brasil. “Foi montada uma equipe multidisciplinar com um produtor brasileiro que morava na França na época, Odilon Merlin. Mandamos para lá o escultor Elvo Betino Damo, de Curitiba, que coordenou a moldagem no local. Depois disso, o molde foi transportado de navio para o Brasil, onde fizemos a primeira fundição inédita em bronze da Pietá”, relata. Todo esse processo foi registrado no documentário “A Pietá de João Turin”, dirigido por Fabrizio Rosa e produzido por Samuel Lago (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=P7Xlh92EzSo).

Obra em exposição permanente
A Pietá está hoje entre as quase 100 obras de João Turin que podem ser apreciadas no Memorial Paranista, construído em homenagem ao artista pela Prefeitura de Curitiba como um espaço para preservação e difusão de obras de arte. Possui uma área interna de exposição permanente com 78 esculturas de Turin em tamanho original que foram doadas pela Família Lago (detentora dos direitos autorais do artista) e pela SSTP Investimentos, para o Governo do Estado do Paraná, que emprestou as obras à Prefeitura em regime de comodato.

Na área externa há um Jardim de Esculturas com mais 13 obras em bronze, que podem ser apreciadas pelo público que visitar o parque. Todas essas esculturas são ampliadas e algumas ganharam proporções heróicas. A maior de todas é Marumbi, com 3 metros de altura e aproximadamente 700 quilos. Outro espaço importante é uma fundição elétrica e moderna, que também foi doada pela Família Lago e SSTP Investimentos, substituindo uma antiga fundição que estava obsoleta.

Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Há esculturas em locais públicos de municípios do Paraná, Rio de Janeiro e na França. Turin também está no acervo de arte do Vaticano. A escultura “Frade Lendo” foi entregue como presente do povo brasileiro para o Papa Francisco, em 2013, na primeira visita do pontífice ao Brasil.

Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do estado do Paraná, João Turin veio ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura na Bélgica. Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa. Foi premiado no salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949.

Em junho de 2014, seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses. Esta exposição também teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e na Pinacoteca de São Paulo.

Serviço:
Memorial Paranista João Turin: Rua Mateus Leme, 4700 (Curitiba, Paraná).
Agendamento de visitas no site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista
Site sobre João Turin: joaoturin.com.br
Redes sociais: @escultorjoaoturin e facebook.com/escultorjoaoturin
Documentário “A Pietá de João Turin”: https://www.youtube.com/watch?v=P7Xlh92EzSo
Vídeo com detalhes da moldagem: https://www.youtube.com/watch?v=LK5CVSCPo7U

*Vídeo sobre o Memorial Paranista João Turin (legenda em inglês):*
https://youtu.be/wxxtuNEcOEM

A arte de João Turin é tema de cursos no Memorial Paranista

Artista que foi um dos fundadores do movimento conhecido como Paranismo tem sua obra preservada por meio de exposição permanente e também por uma série de atividades artísticas para pessoas de todas as idades no Memorial Paranista

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Foto: Cido Marques/FCC

O legado artístico do escultor João Turin (1878-1949) está perpetuado no Memorial Paranista não apenas pela exposição permanente de cerca de 100 obras do artista no local, mas também através de cursos e oficinas que fazem referência a este importante nome da arte do Paraná. Turin, que foi um dos fundadores do movimento artístico conhecido como Paranismo (que buscava construir a identidade do estado do Paraná por meio da arte e de símbolos locais), se destacou criando esculturas e baixos relevos sobre animais selvagens, povos indígenas e reproduções de momentos históricos.

Construído no Parque São Lourenço pela Prefeitura de Curitiba, o Memorial Paranista conta com diversos espaços culturais e educativos. Os cursos e oficinas são realizados em um Liceu de Artes. A área interna de exposição tem 78 esculturas de João Turin em tamanho original que foram doadas pela Família Lago (detentora dos direitos autorais do artista) e pela SSTP Investimentos, para o Governo do Estado do Paraná, que emprestou as obras à Prefeitura em regime de comodato. Outro espaço importante é uma fundição elétrica e moderna, que também foi doada pela Família Lago e SSTP Investimentos, substituindo uma antiga fundição que estava obsoleta.

Desde o mês de outubro, o Liceu de Artes realiza diversas atividades artísticas gratuitas para pessoas de todas as idades. Entre elas está a oficina de escultura, direcionada para crianças, que se relacionam com técnicas básicas de modelagem feita com argila, um dos materiais mais utilizados por João Turin. Esta oficina tem sido oferecida ao público mensalmente, com algumas variações. No mês de dezembro, ela é realizada não só com crianças, mas também com seus pais, avós, ou outros parentes, com a proposta de estimular habilidades artísticas e a criatividade em grupos familiares de até 4 pessoas.

Em outra oficina, chamada “Imagens afetivas”, pessoas com mais de 60 anos entram em contato com suas memórias e experiências com o objetivo de se aproximarem das narrativas próprias de João Turin para desenvolver inspiração para produções artísticas com diversos materiais como fotografias, pinturas, gravuras e colagens.

A programação também contempla palestras relacionadas à obra do artista, como ocorreu em “Diálogos entre a escultura de João Turin e a fotografia na Illustração Paranaense”. De caráter acadêmico, essa palestra trouxe reflexões sobre as imagens no Paraná dos anos 1920, especialmente as esculturas de Turin e as fotos publicadas em uma revista daquela época.

“O trabalho desenvolvido no Liceu de Artes do Memorial Paranista João Turin é de imensa importância, pois permite que crianças, famílias, jovens, adultos e estudantes universitários tenham oficinas, palestras, atividades formativas e informativas acerca dos temas ligados às artes e à cultura. O próprio João Turin, como um dos professores fundadores da escola de Belas artes do Paraná certamente ficaria feliz em ver toda esta movimentação”, comenta Samuel Lago, um dos detentores dos direitos autorais de João Turin.

As inscrições para os cursos ocorrem no início de cada mês no site www.sympla.com.br/memorialparanista. As vagas são limitadas e as oficinas respeitam as regras sanitárias e os decretos municipais de combate à Covid 19. O uso de máscaras e o distanciamento entre pessoas é obrigatório. O limite de capacidade respeita o decreto municipal vigente no momento da oficina.

"As atividades no setor educativo do Memorial Paranista têm tido grande procura, especialmente as oficinas infantis. Notamos nas crianças uma curiosidade muito grande em relação às obras de João Turin, elas têm questionamentos muito contundentes sobre os processos de criação e de execução das peças. Aproveitamos essa curiosidade para trabalhar experiências que vinculem o acervo do Memorial ao imaginário infantil", destaca Desire Fabri, coordenadora do Memorial Paranista.

Exposição permanente
Inaugurado em maio de 2021 no Parque São Lourenço, o Memorial Paranista é um espaço de preservação e difusão de obras de arte em Curitiba. Possui um Jardim de Esculturas com 13 obras de João Turin em bronze, que podem ser apreciadas pelo público que visitar o parque. Todas essas obras são ampliadas e algumas ganharam proporções heróicas. A maior de todas é “Marumbi”, com 3 metros de altura e aproximadamente 700 quilos. O Memorial também conta com três edificações interligadas por uma galeria com cobertura de vidro. Para visitar a exposição de João Turin na parte interna é necessário fazer um agendamento através do site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista.

Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Há esculturas em locais públicos de municípios paranaenses, no Rio de Janeiro e até na França, onde o artista tem exposta uma Pietá, feita em 1917. Turin também está no acervo de arte do Vaticano. A escultura “Frade Lendo” foi entregue como presente do povo brasileiro para o Papa Francisco, em 2013, na primeira visita do pontífice ao Brasil.

Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do Paraná, João Turin veio ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura na Bélgica. Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa. Foi premiado no salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949.

Em junho de 2014, seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses. Esta exposição também teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e na Pinacoteca de São Paulo.

Vídeo sobre o Memorial Paranista João Turin:
https://youtu.be/0ZevRuwdti8

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Foto: Daniel Catellano/SMCS

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Foto: Maringas Maciel

Legado do artista João Turin pode ser apreciado em um dos maiores jardins de esculturas do Brasil

E em memorial que reúne quase 100 obras

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Lide Multimídia - O escultor João Turin (1878-1949) é o grande destaque do Memorial Paranista, inaugurado em 14 de maio no Parque São Lourenço, em Curitiba. O novo espaço conta com 78 obras de Turin em uma exposição permanente, que pode ser visitada gratuitamente com agendamento antecipado pela internet (www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista) limitada a pequenos grupos em razão das medidas de prevenção de covid-19. O local guarda a memória do Paranismo, movimento artístico que exalta a identidade do estado do Paraná. Na área externa foi construído um dos maiores jardins de esculturas do Brasil, com 15 obras de Turin ampliadas em bronze. Ao todo, são quase 100 obras reunidas no Parque em uma junção de esforços entre Prefeitura de Curitiba (coordenadora geral do projeto), Copel, Família Lago (detentora dos direitos autorais de João Turin) e Governo do Estado do Paraná.

Vídeo sobre o Memorial Paranista João Turin:
https://www.youtube.com/watch?v=0ZevRuwdti8

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Família Lago entrega três obras para o Memorial Paranista João Turin

Memorial Paranista João Turin - entrega de obras 08-04-2021 - foto Maringas Maciel (2).jpeg

Na última quinta-feira (08/04), a Família Lago realizou a entrega de três obras do artista João Turin para a Fundação Cultural de Curitiba, em regime de comodato. Na ocasião, estava presente o prefeito Rafael Greca. As obras vão integrar o Memorial Paranista João Turin, construído pela Prefeitura no Parque São Lourenço, e que deverá ser inaugurado em breve. Detentora dos direitos autorais de João Turin, a Família Lago entregou duas estátuas em gesso (“Luar do Sertão” e “Tigre Esmagando Cobra”) e um baixo relevo em bronze de uma Pietá, que o escultor produziu em 1917. Quanto a esta obra, o primeiro exemplar foi feito em pedra e está na França, em uma Igreja de Saint Martin, em Condé-sur-Noireau, considerada uma verdadeira relíquia, que resistiu aos bombardeios da Segunda Guerra Mundial.

Obras do artista João Turin serão reunidas em memorial em sua homenagem

Artista que foi um dos criadores do Movimento Paranista conta com esculturas espalhadas pelo Brasil e França, além de ter uma obra no acervo do Vaticano, entregue ao Papa Francisco

João Turin - escultura Marumbi no Parque São Lourenço (foto Maringas Maciel) 2.jpeg

Lide Multimídia - Considerado precursor da escultura no Paraná, o artista João Turin (1878-1949) terá suas obras reunidas e reverenciadas no Parque São Lourenço, um dos cartões postais da cidade de Curitiba (PR), onde será abrigado o Memorial Paranista João Turin, uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Curitiba.

Em 19/12 (sábado) será realizada às 11h a entrega simbólica do novo memorial pelo prefeito de Curitiba, Rafael Greca. Nesta ocasião, o parque contará com uma das obras mais conhecidas de Turin, “Marumbi”, em uma ampliação em tamanho heroico, com cerca de 3 metros.

Até a data do aniversário de Curitiba, em março de 2021, está previsto para inaugurar todo o complexo que fará parte do Memorial Paranista João Turin, onde estarão reunidas 78 esculturas do artista, doadas ao Governo do Estado do Paraná pelos detentores dos direitos autorais, a SSTP Investimentos Ltda, da Família Lago. Estas obras foram cedidas pelo Governo do estado em regime de comodato para o município de Curitiba.

A SSTP Investimentos Ltda também doará uma fundição elétrica, segura, moderna e ambientalmente correta, em substituição à existente no local, que está obsoleta. “Isso vai propiciar aos novos artistas meios para fundir suas peças, estimulando e ajudando o desenvolvimento da arte escultórica paranaense. Acreditamos que seria o que João Turin gostaria de ver, pois ele mesmo teve imensa dificuldade em fundir suas peças à sua época, deixando muitas obras inéditas”, comenta Samuel Lago, da SSTP Investimentos Ltda.

“Além disso, também fará parte do Memorial Paranista João Turin o Jardim das Esculturas, um espaço de mais de 8 mil m², que vai contar com outras 12 obras de bronze, adquiridas pelo Governo Municipal, em tamanhos ampliados, sendo que duas terão proporções heroicas, com cerca de 3 metros de altura, que transformarão o Parque em um grande centro de artes a céu aberto”, completa.

Quem assina o Projeto é o arquiteto Guilherme Glock, do IPPUC – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, órgão ligado à Prefeitura Municipal da cidade. “O memorial se ergue como uma grande galeria em aço e vidro translúcido, que pede licença ao conjunto existente para conduzir a uma nova experiência e produzir uma sinergia capaz de organizar os espaços, distribuir as funções, orientar os visitantes e conduzir às artes da fundição, para compreender nossos maiores mestres nas artes da proporção, modelagem e técnica”, comenta o arquiteto.

A iniciativa tem o objetivo de atrair um grande público, entre admiradores das artes e turistas que visitam a capital paranaense, valorizando este importante artista e também o Parque São Lourenço, que já é um espaço privilegiado com uma série de atrativos de cultura e lazer. Além de ser próximo de outros dois pontos turísticos da cidade: a Ópera de Arame e a Pedreira Paulo Leminski.

"Além de um reconhecimento internacional de preservação cultural tão importante, o Memorial, no Parque, vai incentivar o turismo, trazendo mais recursos à cidade. Trata-se de um pensamento de desenvolvimento sustentável, e precisamos lembrar que a preservação cultural e o patrimônio cultural são benefícios bastante diretos para a cidade", avalia Samuel Lago, da SSTP Investimentos Ltda.

Obras no Brasil e na França
Hoje é impossível falar na arte paranaense sem citar João Turin. Ele foi um dos primeiros artistas a levar a arte de seu estado para o Brasil e o mundo. Há esculturas de Turin em locais públicos de municípios paranaenses, no Rio de Janeiro e até na França, onde o artista tem exposta uma Pietá, feita em 1917, para a Igreja de Saint Martin, em Condé-sur-Noireau, uma verdadeira relíquia, que resistiu aos bombardeios da guerra. Um exemplar desta obra estará exposta no Memorial.

Curitiba, onde Turin passou boa parte de sua vida, conta com muitas esculturas do autor espalhadas pela cidade, como “Tigre esmagando a cobra”, localizada próximo ao portal do bairro de Santa Felicidade, “Luar do sertão”, na rótula do Centro Cívico e “Tiradentes”, na praça de mesmo nome.

Existem 410 obras catalogadas. Apesar de ser associado como escultor, João Turin também produziu desenhos, pinturas, design de moda e criações arquitetônicas com sua arte. Essa versatilidade pôde ser conferida de perto pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Foi inaugurada em junho de 2014, com duração de oito meses no espaço mais nobre e privilegiado do museu (a construção conhecida como “olho”, que confere o nome como o local é popularmente conhecido).

Tal sucesso de público levou-a a compor o ranking anual das exposições mais visitadas no mundo, no ano de 2014, realizado pela revista inglesa especializada The Art Newspaper. Esta exposição também teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e na Pinacoteca de São Paulo.

Obra de Turin nas mãos do Papa Francisco
Em julho de 2013, a escultura “Frade Lendo”, de João Turin, foi entregue como doação para o Papa Francisco, na primeira visita do pontífice ao Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude. A troca de presente faz parte do protocolo de encontro entre chefes de Estado, sendo a escultura um presente oficial do Governo Brasileiro.

Criada nos anos 30, a estátua de 44 centímetros de altura representa um frade de meia idade, levemente curvado, calvo e com uma longa barba, lendo um livro. Turin está entre os raríssimos artistas brasileiros presentes no acervo de arte do Vaticano.

Uma vida envolta na arte da escultura
Nascido em 1878 em Morretes, cidade histórica do litoral do Paraná, João Turin veio para a capital Curitiba, ainda garoto, onde foi aprendiz de ferreiro, torneiro, marceneiro e entalhador. Em seus estudos, foi aluno e posteriormente professor na Escola de Belas Artes e Indústrias do Paraná.

Mais tarde seguiu para a Bélgica, para a Real Academia de Belas-Artes, onde se especializou em escultura. Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa. Destacou-se como escultor animalista, conforme afirmava seu sobrinho-neto Jiomar Turin, falecido em 2014: “João Turin talvez seja o maior escultor animalista do Brasil, pois era profundo conhecedor da anatomia animal e suas obras, mais especificamente as esculturas de onças, que apresentam muito vigor e movimento”.

João Turin também é lembrado como um dos criadores do Paranismo, movimento regionalista que buscava uma identidade para a arte paranaense, caracterizando-se pelo uso de motivos típicos do estado do Paraná em arquitetura, pintura, escultura e grafismos.

“Turin é um dos expoentes deste movimento, que buscava construir a identidade regional do Paraná por meio da arte e de símbolos como o pinheiro e a erva-mate. Ou seja: sua arte está nas veias de todos os paranaenses, ela marca uma parte bastante importante da nossa história e do nosso jeito de ser”, afirma Samuel Lago, da SSTP Investimentos Ltda.

Foi premiado no salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949, quando ainda exercia seu trabalho, deixando um precioso acervo, que inclui pequenas esculturas e baixos relevos, pinturas, monumentos, desenhos, documentos e obras em locais públicos.