Instituto TMO incentiva doação de sangue no Biobanco

Coletas são realizadas em ambiente seguro, em um espaço anexo do Hospital de Clínicas da UFPR; estoque está baixo devido à falta de doadores

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Lide Multimídia – Neste ano, os bancos hospitalares de sangue passam por um desabastecimento em escala mundial por causa da quarentena gerada pela pandemia de Covid-19, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo informações do Biobanco, em Curitiba, o estoque está baixo devido ao número reduzido de doadores. É preciso reverter este quadro, pois as demandas continuam. Há pacientes que não podem esperar, entre eles estão os que passam por transplantes, que são realizados mesmo na quarentena.

O Instituto TMO, que há 31 anos apoia ações em prol do transplante de medula óssea, está incentivando pessoas a realizar doações de sangue no Biobanco. O ambiente é seguro, uma vez que está localizado em um anexo do Hospital de Clínicas da UFPR. Os procedimentos de coleta são feitos dentro das normas de segurança sanitária necessárias durante a atual conjuntura.

Quem doa sangue também pode se tornar doador de medula óssea
O momento da coleta de uma bolsa de sangue também é a oportunidade da pessoa se registrar para ser um possível doador de medula óssea. Para isso, é feito um cadastro no Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea) e é coletada uma pequena amostra de sangue, que será analisado para que sejam identificadas as características das células.

Com estas informações, a pessoa poderá ser chamada futuramente para doar medula óssea, caso seja um doador compatível para um paciente que necessite de um transplante.

Quem pode doar sangue
Segundo orientações do Biobanco, o doador deve ter idade entre 16 a 59 anos, peso acima dos 52 quilos, não ter viajado recentemente e nem apresentar sintomas de gripe ou Covid-19. Adolescentes devem estar acompanhados de um responsável.

As doações devem ser agendadas pelo telefone (41) 3360-1875, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. As coletas são feitas com hora marcada, para evitar aglomerações.

No momento da ligação, também é feita uma orientação sobre alguns fatores que podem ser determinantes para saber se a pessoa pode doar, relacionados a vacinas, medicamentos, cirurgias, tatuagens ou uso de piercing.

Sobre o Instituto TMO
Em atividade desde 1988, o Instituto TMO é uma associação de apoio sem fins lucrativos que concentra seu esforço, trabalho e dedicação a ações em prol do transplante de medula óssea, tais como ações beneficentes, jornadas e encontros nacionais, lançamentos de campanhas solidárias, além de levantar recursos para aquisição de equipamentos médicos e de insumos que beneficiam profissionais de saúde e pacientes em tratamento de TMO no HC-UFPR/EBSERH.

Para conhecer outras campanhas do Instituto TMO, basta acessar www.institutotmo.org.br/apoie

Redes sociais do Instituto TMO:
www.instagram.com/institutotmocasamalice
www.facebook.com/institutotmo

Serviço:
Biobanco
Endereço: Av. Agostinho Leão Junior, 108 - Alto da Glória (Curitiba – PR)
Agendamento de doação de sangue pelo telefone (41) 3360-1875

Foto: Agência Brasil

Campanha para doar parte do Imposto de Renda ao Instituto TMO vai até 30/06

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Lide Multimídia - O Instituto TMO, por meio da campanha “Abrace o Leão e doe parte do seu imposto”, está recebendo doações de pessoas físicas, que podem destinar até 3% do seu imposto de renda. O prazo vai até o dia 30 de junho, último dia em que a Receita Federal receberá as declarações dos contribuintes. A doação deve ser feita durante o preenchimento do formulário de declaração, conforme instruções abaixo.

Pessoas Jurídicas também podem contribuir, mas de uma forma diferente: doando até 1% do imposto devido, deduzindo o valor destinado no pagamento que será realizado no ano subsequente.

O Instituto TMO é uma instituição sem fins lucrativos que há 31 anos realiza ações em prol do transplante de medula óssea e do acolhimento a pessoas em tratamento. Possui uma residência de passagem chamada Casa Malice, que hospeda gratuitamente pessoas de outras cidades que vêm a Curitiba fazer tratamento no Hospital de Clínicas da UFPR. Existem diversas formas de contribuir, que estão disponíveis no site www.institutitmo.org.br/apoie .

Como doar:

Critério: Declarar por formulário completo (seja IR a restituir ou a pagar). Valor: Até 3% do IR devido, referente ao exercício. O valor será calculado automaticamente pelo programa de declaração da receita federal.

1. DOAÇÃO: Depois de informar as possíveis doações realizadas em 2019 e terminar o preenchimento da sua declaração, selecione, “Resumo da Declaração” e escolha a opção “Doação diretamente na declaração – ECA”. Clique em “Novo”, escolha o “Fundo Municipal”; em UF, selecione “PR – Paraná”; e em Município, “Curitiba”. Na sequência digite o valor calculado pelo programa da receita federal.

2. IMPRESSÃO: Entre na opção “Imprimir” e selecione “DARF – Doações diretamente na declaração – ECA”.

3. PAGAMENTO: Pague a guia até o dia 30 de junho de 2020.

4. E-MAIL DE CONFIRMAÇÃO: Para direcionar sua doação a Associação Alírio Pfiffer/Instituto TMO, envie um e-mail para captacao@institutotmo.org.br, contendo as seguintes informações: Comprovante de pagamento do DARF de doação; nome completo, CPF, endereço e telefone. Obs.: O envio deste e-mail é fundamental para que o seu recurso direcionado aos nossos projetos.

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Pesquisa brasileira será apresentada no maior congresso mundial de transplante de medula óssea com apoio do Instituto TMO

Estudo de 11 autores, desenvolvido no Hospital de Clínicas da UFPR, contribui para evitar a rejeição da medula óssea após o transplante, favorecendo para que o resultado seja o melhor possível

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Lide Mutimídia - O Instituto TMO é uma instituição que há 31 anos apoia o transplante de medula óssea (também conhecido pela sigla TMO) em várias frentes, inclusive dando suporte a pesquisas que beneficiam inúmeros pacientes. Recentemente, a instituição viabilizou a apresentação de um estudo desenvolvido no Hospital de Clínicas da UFPR (em Curitiba, Paraná), que será apresentado no maior congresso de TMO do mundo, em Madri, Espanha.

A última edição do Congresso Anual da Sociedade Europeia de Transplante de Medula Óssea (EBMT) contou com mais de 5500 participantes de 94 países. 1068 trabalhos foram selecionados. Destes, somente 182 (17%) foram escolhidos para apresentação oral. A data da 46ª edição deste congresso está agendada para agosto deste ano (originalmente seria em março, mas foi transferida devido à pandemia de coronavírus). Após a apresentação no congresso, os trabalhos serão publicados na revista Bone Marrow Transplantation, que pertence ao conceituado grupo Nature Research.

O Instituto TMO viabilizou a inscrição no congresso e também a viagem a Madri de um dos pesquisadores para a apresentação oral. O bioquímico Alberto Cardoso Martins Lima ficará encarregado de apresentar o trabalho, que faz parte de sua tese de doutorado. Entre os 11 autores, estão incluídos médicos que fizeram ou ainda fazem parte do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Complexo Hospital de Clínicas (STMO/CHC): Ricardo Pasquini (médico que integrou a equipe que realizou o primeiro transplante de medula óssea no Brasil, no HC/UFPR e foi orientador do estudo), Carmem Bonfim (coorientadora), Samir Kanaan Nabhan, Vaneuza Araújo Moreira Funke, Gisele Loth e Samantha Nichele.

Os demais autores incluem os bioquímicos Noemi Farah Pereira (coorientadora), Luciana Nasser Dornelles, Margareth Kleina Feitosa e Geovana Borsato do Amaral, que fazem parte do Laboratório de Imunogenética do CHC/UFPR. Este laboratório foi o primeiro do Brasil credenciado pela Sociedade Americana de Imunogenética, o que lhe confere um dos maiores padrões de qualidade do mundo.

Importância da participação brasileira
A seleção do estudo para o maior congresso de transplante de medula óssea do mundo vem a confirmar a importância do Hospital de Clinicas da UFPR na área, há muitos anos conhecido como referência mundial em TMO.

A conquista conta com vários outros méritos, conforme cita o bioquímico Alberto Cardoso Martins Lima. “É muito difícil ser selecionado para os 17% que vão apresentar, entre tantos trabalhos inscritos mundo afora. O segundo ponto é que este congresso tem foco nos aspectos clínicos do TMO. Ter um trabalho de imunogenética aceito para apresentação oral é muito raro”, afirma.

Mesmo não sendo um trabalho 100% clínico, o estudo tem um grande impacto prático, pois contribui para evitar a rejeição da medula óssea após o transplante, favorecendo para que o resultado seja o melhor possível. Afinal, uma rejeição que é evitada contribui para: poupar tempo de recuperação do paciente, poupar mais trabalho da equipe médica e poupar recursos e insumos. Além disso, um paciente com rejeição tem maior probabilidade de ter complicações depois do transplante.

“É interessante citar que este é um trabalho feito na área de doenças não-malignas, que é muito carente de estudos sobre o HLA-DPB1 (há apenas um, com pacientes com doença Thalassemia) e feito com 106 pacientes com doenças não-malignas, atendidos no HC/UFPR entre 2008 a 2017”, cita Alberto. Mesmo sendo doenças não-malignas, o transplante é necessário.

Questões técnicas sobre o estudo
A pesquisa intitulada “A Alorreatividade contra HLA-DPB1 na direção HvG está associada com risco aumentado de falha de enxertia após transplante com doador não aparentado para doenças não-malignas" foi desenvolvida no Laboratório de Imunogenética em conjunto com o STMO/CHC.

Antes de um transplante ser feito, é necessário encontrar um doador. O mais adequado seria um doador da mesma família do paciente (aparentado HLA idêntico), mas como nem sempre isso é possível, uma opção é a busca por um doador não-aparentado, que geralmente são localizados no Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea) ou em Registros Internacionais.

Para saber se há compatibilidade, é feito em laboratório um trabalho de tipagem para identificar os genes HLA compatíveis. Este estudo tem como objetivo avaliar o papel da resposta imunológica contra os antígenos HLA-DPB1 incompatíveis no contexto do transplante de medula óssea com doadores não aparentados para doenças não-malignas.

Uma peculiaridade que se observa é que nos transplantes com doadores não aparentados, a grande maioria (80% a 85%) dos voluntários apresentam incompatibilidades HLA-DPB1. Além disso, essas incompatibilidades podem ser classificadas em permissíveis (mais adequadas para transplante) e não permissíveis (menos adequadas e com maior risco).

Uso de algoritmos para encontrar doador compatível
Uma pesquisadora da Alemanha desenvolveu um estudo com uso de algoritmos na busca de doadores e criou um website para classificar o risco dos vários doadores não aparentados. Essa ferramenta, chamada IMGT/T-Cell-Epitope 3 (TCE3), classifica as incompatibilidade HLA-DPB1 em permissíveis e não permissíveis, e os médicos do STMO/CHC usam essa informação para selecionar o doador com menor probabilidade de ter complicação. Clinicamente, as incompatibilidades HLA-DPB1 permissíveis são melhor toleradas e conferem menor risco de complicações. Já as incompatibilidades HLA-DPB1 não permissíveis estão associadas a desfechos deletérios após o transplante. Este tipo de incompatibilidade DPB1 podem ser divididas em duas: não permissíveis na direção do paciente contra o enxerto (HvG) e não permissíveis na direção do enxerto contra o paciente (GvH).

Vários estudos com doenças malignas mostraram a utilidade da ferramenta IMGT/TCE3 para selecionar o melhor doador não aparentado. No entanto, quase não existem estudos avaliando o uso desta ferramenta no contexto das doenças não malignas. Os resultados desta pesquisa indicam que as incompatibilidades DPB1 não permissíveis na direção do paciente contra o enxerto (HvG) estão associadas com risco aumentado de rejeição do enxerto e diminuição de sobrevida-livre de eventos. Desta forma, tais incompatibilidades deveriam ser evitadas com o objetivo de otimizar o prognóstico do TMO não aparentado.

Por fim, os achados desta pesquisa validam a importância da tipagem HLA-DPB1 e a estratégia pioneira de seleção de doadores não aparentados atualmente utilizada pelo Serviço de Transplante de Medula Óssea do HC/UFPR em conjunto com o Laboratório de Imunogenética.