Concerto de aniversário da Orquestra Sinfônica do Paraná apresenta choros de Villa-Lobos

A Orquestra Sinfônica do Paraná completa 39 anos neste mês de maio e presenteia o público com dois concertos: domingo (26), às 10h30, e terça (28), às 20h30. O tema são os choros do grande compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos. Para a festa ficar completa, um coro sinfônico de 60 cantores vai se unir aos 90 músicos presentes no palco do auditório Bento Munhoz da Rocha Neto (Guairão). As vendas iniciaram nesta sexta-feira (10) pela bilheteria do Teatro e site Deubalada.com.
O choro foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em fevereiro deste ano. O choro – ou “os choros”, para usar um termo proposto por Villa-Lobos – é essencialmente um gênero musical “guarda-chuva”, que abrange dentro de si várias práticas musicais distintas. Ele é resultado de um intenso fluxo das trocas culturais ao longo do século XIX, se desdobrando em polcas, valsas, schottiches, modinhas, habanera, “choros-sambados”, entre outros subgêneros reconhecidos pelos músicos como parte deste universo.
Parecer técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) https://www.gov.br/iphan/pt-br/assuntos/noticias/DossietcnicodoChoro.pdf
“Villa-Lobos se inspirava na antiga Lapa boêmia do Rio de Janeiro, com Noel Rosa e toda aquela turma que fazia serestas à noite, tocando choros, chorinhos. E, como era um grande guitarrista ou violonista, ele então participava dos encontros e se inspirou nessas melodias para compor uma obra incrível de 14 choros”, relata o maestro Roberto Tibiriçá, há um ano e meio à frente do corpo artístico como diretor musical e regente titular.
“Nós iremos executar 'Choros 6', 'Choros 9' e 'Choros 10' e 'Rasga Coração', famoso para coro, grande coro e orquestra. E por quê choros? Porque dentro de cada choro tem vários temas de choros. Então, vamos fazer um grande festival de choros, que são obras maravilhosas”, completa o maestro, que será o regente dos concertos dos 39 anos.
HISTÓRIA – Desde o dia 28 de maio de 1985, a Orquestra Sinfônica do Paraná vem construindo uma história de talento e dedicação à música. O primeiro maestro-titular foi Alceo Bocchino, um dos grandes nomes da música erudita no Brasil e, hoje, Maestro Emérito. Ao longo dos anos, a orquestra construiu um belíssimo histórico com mais de 50 maestros convidados e de 200 solistas, que vieram de diversos lugares do Brasil e do mundo.
O repertório conta com cerca de 900 obras catalogadas de mais de 250 compositores, destacando os autores brasileiros Villa-Lobos e Camargo Guarnieri, e os paranaenses Henrique Morozowicz e Augusto Stresser.
Com uma notável capacidade de se adaptar a diferentes estilos, desde os clássicos até os românticos e contemporâneos, o currículo já ultrapassa 500 apresentações dentro e fora do Paraná, com montagens de importantes óperas, balés, primeiras audições mundiais, sul-americanas e brasileiras.
Mais de 4 mil pessoas foram ao Teatro Guaíra para o primeiro encontro deste ano com o público. A obra escolhida para a abertura da temporada 2024 foi “Floresta do Amazonas”, do mesmo compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos. O ano já contou com espetáculos marcantes em parceria com o Balé Teatro Guaíra: “Romeu e Julieta” e “Conexões”.
Em 2023, esteve sob aplausos de quase 46,5 mil pessoas. Foram 38 concertos sinfônicos, como “O Romantismo” e “Les Nuits d’ été”, sendo 12 apresentações em outras cidades. O ano foi marcado ainda por peças icônicas do repertório clássico, bem como obras do cânone nacional, com dez diferentes nomes entre maestras e maestros convidados. Além disso, a Orquestra tocou ao lado de artistas como Zizi Possi e Luiza Possi e o grande pianista Barry Douglas.
Serviço:
Orquestra Sinfônica do Paraná | Concerto de Aniversário
Apresentações: 26 e 28 de maio de 2024
Dia 26 (domingo), às 10h30
Dia 28 (terça), às 20h30
Local: auditório Bento Munhoz da Rocha Neto – Guairão
Tempo de duração do espetáculo: aproximadamente 1h30
Classificação: 7 anos
Maestro: Roberto Tibiriçá
Programa: Villa-Lobos: Choros nº 6, 9 e 10 e "Rasga o coração”
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada).
Disponíveis na bilheteria do Teatro Guaíra ou pelo site DeuBalada.com.

Divulgação cultural vence barreiras na quarentena

Lívia Zeferino*

Enquanto estamos em casa enfrentando um alto nível de ansiedade quanto à saúde de nossas famílias e em relação ao futuro, algumas pessoas sintonizaram suas antenas criativas e estão nos oferecendo formas de lidar um pouco melhor com o isolamento.
São os artistas, essa classe muitas vezes mal compreendida, mas que tem conseguido romper barreiras neste momento de quarentena. Graças ao trabalho sensível e à interação com diversos públicos, caíram muros de separação relacionados, principalmente, ao preconceito e à tecnologia.
Temos o exemplo da Orquestra Sinfônica do Paraná, que gravou uma versão emocionante para o “Trenzinho do Caipira” de Villa-Lobos, com cada músico em sua casa e a regência do maestro Stefan Geiger, feita diretamente de sua residência na Alemanha. Ao final, a cantora e atriz Uyara Torrente faz um solo da canção escrita por Edu Lobo. O resultado ficou tão bem-acabado que logo viralizou, de forma a alcançar espectadores que jamais estiveram na plateia de um concerto.
O caso do teatro é ainda mais emblemático. Em sua luta por ampliar audiências e ultrapassar estigmas, grupos como o curitibano Ave Lola iniciaram novas formas de alcançar seus fãs e públicos ainda mais abrangentes. A solução encontrada durante o período de isolamento foi criar a websérie “Viver no teatro em tempos de reclusão”, com depoimentos sobre dramaturgia e o fazer teatral, que envolveram quase 500 visualizações a cada capítulo.
As visitas digitais a museus também têm permitido um vínculo maior com as artes visuais, com destaque para o envolvimento de famílias ao redor do mundo na recriação de obras de arte dentro de casa, em fotografias pitorescas.
Esse papel do artista de agregar multidões, ao mesmo tempo em que fala individualmente aos corações, sempre foi fundamental, mas talvez estivesse um tanto quanto soterrado em nosso dia a dia de correrias pelo mundo. A arte é um dos poucos atalhos para a reflexão, rumo à calma interior que leva à transformação e mudanças de pensamento e comportamento.

Ela tem esse poder. Seja por meio da música, da dança, do teatro, um poema ou uma gravura. E mesmo nesse período tão conturbado, é muito importante que o artista continue ativo. A arte vive disso, ela não entra em “suspensão de contrato”.

Além de essas iniciativas ajudarem quem está em casa com muita ansiedade e, por que não, solidão, o ato de refletir decorrente da experiência artística traz mais calma a respeito do futuro – a vida não será a mesma depois. E o que você vai fazer dela?

É possível dizer que esse engajamento entre público e artistas sairá da quarentena para ficar, com um novo valor para a arte. É importante, porém, que a comunicação e divulgação que estão sendo realizadas neste momento não sejam negligenciadas depois, e nada melhor do que contar com apoio profissional para isso, pensando em um planejamento mais amplo de marketing cultural e digital.

É claro que a arte presencial nunca será substituída, mas a experiência que os próprios artistas estão tendo com a tecnologia tem trazido novos recursos a eles, de forma a agregar para sua criação agora e no pós-pandemia.

Esses são exemplos de como a arte nos ajuda na crise e como ela quebra barreiras – é o momento para a arte virar o jogo e mostrar sua verdadeira cara: da solidariedade, proximidade e engajamento.

* Lívia Zeferino é jornalista, atriz e especialista em comunicação cultural da Smartcom – Inteligência em Comunicação.

Sobre a Smartcom: Agência de comunicação sediada em Curitiba, a Smartcom oferece serviços de gerenciamento e conteúdo para redes sociais, assessoria de imprensa internacional, design, endomarketing e auditoria de posicionamento interno e externo. Com braços na Alemanha, Argentina e no interior do Paraná, além de profissionais de comunicação qualificados, garante a conexão entre os pontos envolvidos no segmento do Business to Business, que envolvem newsletters, revistas institucionais internas e externas, informativos, bem como ações de relacionamento individualizado com influenciadores digitais e da mídia. O portfólio de clientes é composto por companhias das áreas de Papel e Celulose, Tecnologia, Meio Ambiente, Saúde, Cultural, Terceiro Setor, Alimentação, Automotivo, Comércio e Indústria, Trânsito & Transporte e Direito.