Festa da Uva de Jundiaí 2025: 40 Edições de Tradição e Sabor

São esperadas 300 mil pessoas de todo o país e até do exterior
A Festa da Uva de Jundiaí, uma das maiores celebrações do interior de São Paulo, completa 40 edições, com quatro finais de semana repletos de atividades culturais, musicais, teatrais, gastronômicas e de lazer para toda a família. O evento que tem 91 anos de fundação é dedicado à uva, ao vinho e aos agricultores locais, que escoam boa parte de sua produção durante a festa. Este ano, a expectativa é vender mais de 100 toneladas de uvas, mostrando a grandeza do evento.

11ª Expo Vinhos
Onde tem uva, certamente tem vinho se estivermos falando de algumas propriedades de Jundiaí. Essa produção é a base da Expo Vinhos que conta com diversos produtores de Jundiaí. Quem visitar o espaço pode degustar dezenas de variedades de vinho – basta adquirir uma taça para poder visitar os expositores e provar vinhos e espumantes.

Impacto Turístico e Dados Relevantes - A Festa da Uva atrai um público estimado em 300 mil pessoas. Em 2024, o evento recebeu quase 250 mil visitantes de todos os estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal. Turistas de mais de 400 cidades brasileiras e 30 países participaram, experimentando o sabor da uva e conhecendo a rica história de Jundiaí. Marcela Moro, secretária de Agricultura, Abastecimento e Turismo de Jundiaí, destacou: “É um prazer mostrar Jundiaí para tantas pessoas, de diversos cantos do país e do mundo. Neste ano, com uma festa ainda maior e mais receptiva, esperamos superar os índices anteriores.”

Uma Estrutura de Primeiro Nível - O evento será realizado em uma área de 50 mil metros quadrados, com 220 expositores distribuídos em 3 pavilhões e 6 galpões. Mais de 1.100 artistas se apresentarão em 5 palcos simultâneos, oferecendo uma programação cultural variada. Os visitantes poderão participar de mais de 20 workshops e harmonizações, além de nove cerimônias de pisa da uva, um dos pontos altos da Festa, realizada sempre aos sábados e domingos, com a participação do público na cerimônia.

Na praça de alimentação, os visitantes contarão com 5 mil lugares e 16 restaurantes de comidas típicas, que oferecem mais de 100 pratos para agradar a todos os paladares.

Inclusão e Sustentabilidade - A Festa também beneficia diretamente quase 50 entidades assistenciais, que produzem e vendem produtos no recinto. Há atendimento especializado em libras e cadeiras de roda para deficientes, além de transporte em carrinhos elétricos entre as principais áreas do Parque para idosos e pessoas com dificuldade de locomoção.

O evento é “Pet Friendly”, permitindo a entrada de animais de estimação amigáveis ao público. Haverá um parque pet, com espaço exclusivo para o descanso e o lazer dos bichinhos.

A entrada é gratuita e para dar apoio às ações do Fundo Social de Solidariedade, sugere-se que os visitantes doem um quilo de alimento não perecível.

Jundiaí: A Terra da Uva
A história da uva em Jundiaí remonta a 1669, quando o cartório do 1º Ofício registrava a venda de vinho produzido localmente. Contudo, foi no final do século XIX, com a chegada de imigrantes italianos, que a produção ganhou destaque.
Em 1933, Jundiaí alcançou notoriedade nacional com a descoberta da variedade Niagara Rosada, uma mutação espontânea da Niagara Branca. Esse fenômeno consolidou a cidade como berço dessa variedade e inspirou a primeira Festa da Uva em 1934, que atraiu mais de 100 mil visitantes.
Hoje, a Niágara Rosada de Jundiahy tem indicação geográfica, confirmando a origem dessa uva que é uma das paixões do brasileiro.
Evolução do Evento Inicialmente realizada no centro da cidade, a festa foi transferida para o Parque Comendador Antônio Carbonari — conhecido como Parque da Uva — em 1953, onde permanece até hoje.

Agricultura em Números
Atualmente, 52% do território de Jundiaí é ocupado por 900 propriedades agrícolas. Esse espaço é responsável pela produção das uvas que tornaram a cidade reconhecida como a Terra da Uva.

Sabores Exclusivos da Festa
Os visitantes encontrarão uma variedade única de produtos à base de uva, como:
• Frutas in natura
• Suco e vinho artesanal
• Pão de uva, geleias, bolos e sorvetes
• Brigadeiros, bombons e pão de mel com ganache de vinho
• Coxinhas e crepes de uva
• Cervejas artesanais de uva
Essa diversidade proporciona uma autêntica viagem gastronômica, celebrando os sabores da uva e do vinho de Jundiaí.

A Festa da Uva tem
O Parque da Uva tem um pavilhão que conta a história do surgimento da uva niágara rosada. Dezenas de atores caracterizados fazem a encenação de como era a vida no passado. Os visitantes acabam viajando no tempo e voltando para uma vila rural, inclusive com o cultivo de uvas. Os atores interagem com o público fazendo com que a experiência seja vibrante e reveladora.
Ainda na parte cultural, o espaço oferece shows e atrações musicais no palco principal, mas também existem apresentações espalhadas pelo parque.
Com foco na experiência, o visitante pode se transportar no tempo, ao acompanhar ou participar da pisa da uva. A música cria o clima e as pessoas ajudam a macerar as uvas com os pés em grandes tonéis. A cerimônia acontece sempre às 14h, aos sábados e domingos.
As crianças têm várias áreas dedicadas com diversos espaços para as brincadeiras, shows e infláveis, sempre gratuitamente.

A Festa da uva oferece também:
• Exposição, venda e premiação de uvas.
• Leilão das uvas campeãs.

Serviço: Festa da Uva 2025
Datas
• Janeiro: 23, 24, 25, 26 e 31
• Fevereiro: 01, 02, 07, 08, 09, 14, 15 e 16
Local
Parque da Uva – Parque Comendador Antônio Carbonari
Avenida Jundiaí, s/n
Jundiaí (SP)
Mais informações
Site oficial: festadauva.jundiai.sp.gov.br

Em busca de vinhos refrescantes e deliciosos? Aposte na uva Sauvignon Blanc!

Sommelière da Wine compartilha como harmonizar vinhos desta variedade e compartilha quais regiões produzem os rótulos mais célebres

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Os enólogos e amantes do vinho celebram o Dia Internacional do Sauvignon Blanc na primeira sexta-feira de maio, que este ano acontece no terceiro dia do mês. “Os vinhos elaborados com esta variedade de uva são conhecidos por sua vibrante acidez, aromas intensos e notas refrescantes que frequentemente remetem a frutas cítricas, maracujá e ervas frescas”, conta Marina Bufarah de Souza, sommelière da Wine, o maior clube de assinatura de vinhos do mundo.

De corpo leve, aromas expressivos e frescor particular, a casta se encaixa perfeitamente no clima tropical brasileiro e tem tudo para se tornar uma queridinha por aqui. A variedade é originária de Bordeaux, no sudoeste da França, onde se elaboram alguns dos mais conhecidos vinhos secos e doces. Atualmente, os melhores exemplares franceses de Sauvignon Blanc vêm do Vale do Loire, no noroeste do país, com duas renomadas apelações: Pouilly-Fumé e Sancerre.

Trata-se de uma casta bastante elegante e de fácil adaptação, o que faz dela uma das uvas mais plantadas ao redor do globo. Além da França, também é muito cultivada no norte da Itália e no Novo Mundo, se adaptou muito bem nos Estados Unidos, Chile, África do Sul, Argentina e Nova Zelândia, que dá origem a alguns dos melhores e mais exuberantes vinhos Sauvignon Blanc do mundo.

O perfil dos seus vinhos pode variar dependendo do clima. Os exemplares produzidos em climas mais frios tendem a ter acidez vibrante, com notas herbáceas, cítricas e florais, enquanto os elaborados em climas mais quentes podem desenvolver notas de frutas tropicais. No geral, em vinhos jovens, seus principais sabores são maçã verde, limão, maracujá e pêssego. Alguns poucos exemplares podem ser envelhecidos em barricas de carvalho, originando vinhos mais sérios e amendoados.

“O Sauvignon blanc é considerado um dos vinhos brancos mais amigáveis à comida e combina bem com peixes, frutos do mar, aves como frango e peru, saladas frescas e queijos como de Cabra, Brie e Gruyère. Uma dica certeira é combiná-lo com a culinária japonesa, indiana e tailandesa”, explica a especialista.

Uma boa sugestão de degustação é o T.H. [Terroir Hunter] Valle de Leyda Sauvignon Blanc 2021, que exibe todo o potencial desta uva num terroir costeiro do Chile, uma região de clima frio que traz muito frescor, combinado a notas de lima, pimentão verde e toques minerais. O rótulo passa por seis meses sobre suas borras, que são partículas sólidas da bebida, o que soma em complexidade aromática e agrega maior volume à boca.

https://www.wine.com.br/vinhos/t-h---terroir-hunter--valle-de-leyda-sauvignon-blanc-2021/prod28425.html

Já no hemisfério norte, a uva se destaca na Califórnia, nos Estados Unidos, região que elabora o exemplar Dark Horse Sauvignon Blanc 2020. Neste rótulo, notam-se os aromas tropicais, como maracujá e um toque de pimenta jalapeño, num vinho que expressa liberdade e ousadia. Um fator interessante é que os vinhos Dark Horse pertencem à Gallo, o maior grupo vitivinícola do planeta, reconhecido pela qualidade expressiva e pelas práticas sustentáveis e de preservação da natureza

https://www.wine.com.br/vinhos/dark-horse-sauvignon-blanc-2020/prod27065.html

Além dos vinhos tradicionalmente secos, essa casta origina incríveis vinhos doces, que equilibram perfeitamente frescor e doçura, sem se tornarem demasiado enjoativos. Nesse perfil, uma boa indicação é o argentino Portillo Valle de Uco Sauvignon Blanc Dulce Natural 2022, uma versão aromática e refrescante, com notas de toranja e pêssego, que combinam com momentos leves e descontraídos, petiscos e sobremesas com frutas, além de ser adequado para veganos. Com vinhedos a mais de mil metros de altitude, a vinícola no Vale do Uco trabalha apenas com gravidade, com foco no manejo delicado da fruta, para obtenção de sua máxima expressão neste terroir.

https://www.wine.com.br/vinhos/portillo-valle-de-uco-sauvignon-blanc-dulce-natural-2022/prod29137.html

As cores do Malbec: branco, rosé e tinto

Para celebrar o Malbec World Day, a Wine compartilha dicas de vinhos e fatos históricos sobre esta variedade versátil e tradicional de uva

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No dia 17 de abril, comemora-se a Malbec World Day, a uva protagonista do sucesso argentino na produção de vinhos. Você sabia que a uva tinta emblemática na Argentina, na verdade, é francesa e também pode ser chamada de Côt? Para Thamirys Schneider, sommelière da Wine, o maior clube de assinatura de vinhos do mundo, além de originar exemplares elegantes, traz muita versatilidade e pode ser apreciada em diversos estilos, com potencial de surpreender os apaixonados por vinhos.

Em comemoração ao dia desta uva, que encontrou na Argentina um terroir excepcional para se desenvolver e proporcionar rótulos emblemáticos, e que também é tão amada pelos brasileiros, a especialista em vinhos separou algumas dicas e curiosidades para você expandir o seu paladar e ampliar o seu repertório vínico com a Malbec.

Vinho branco da uva Malbec

Embora menos populares, existem variedades de vinhos brancos produzidos com a Malbec. Os enólogos José Galante e Jorge Cabeza, da vinícola Salentein, fizeram do Salentein Killka Valle de Uco Malbec Blanco 2022, um projeto ousado e inovador. Mas como isso é possível? Na elaboração dos vinhos brancos, na maioria das vezes, não há contato com as cascas durante a fermentação, por isso é possível fazer um vinho branco da uva tinta. Elaborado com uvas provenientes de videiras com mais de 15 anos, plantadas a 1100 metros acima do nível do mar, no Valle de Uco, em Mendoza, na Argentina, este exemplar traz notas de frutas vermelhas e toques florais característicos da Malbec. Na boca, tem a elegância e frescor de um vinho branco, ao mesmo tempo que se percebe a estrutura e textura da casta no paladar.

(https://www.wine.com.br/prod28316.html)

Malbec vinificada em rosé

Esta uva proporciona excelentes vinhos rosés que se comportam como ótimas alternativas, por exemplo, para levar a um churrasco em um dia mais ensolarado, pois têm boa estrutura e frescor. Então, se você não abre mão do Malbec em um dia mais quente, uma boa dica é apostar no rosé. Elaborado pela Bodegas Barberis, também em Mendoza, Argentina, trata-se de uma vinícola familiar que tem o compromisso de produzir de forma mais limitada para garantir a alta qualidade em todas suas linhas. O Finca La Daniela Malbec Rosé 2023 mostra toda a versatilidade da casta em um vinho delicado, bem estruturado, elegante e muito refrescante!

(https://www.wine.com.br/prod29892.html)

De volta às origens do Malbec

Hoje, a Argentina é destaque na produção de vinhos com a uva Malbec, sendo que concentra cerca de 75% de toda a produção mundial - mesmo que essa espécie tenha nascido na França, mais precisamente, no sudoeste francês, em Cahors, onde também é chamada de Côt. Para conhecer um Malbec macio e suculento do sul da França, a dica é experimentar o Le Fou The Madman Haute Vallée de L'Aude I.G.P. Malbec 2020. Por ser da região de Haute Vallée de l’Aude I.G.P., este exemplar traz como ponto positivo o fato de suas uvas terem sido produzidas em invejáveis condições geográficas e climáticas, graças ao sol quente do Mediterrâneo, que é atenuado pela altitude e pelas noites mais frescas, características do sopé dos Pirenéus. São condições ideais para um amadurecimento mais longo e lento das uvas, constituindo, assim, uma excelente base para vinhos que oferecem intensidade, complexidade e requinte. Por isso, torna-se o terroir ideal para um Malbec de altitude, que irá chegar lentamente ao seu ponto de maturação ideal, concentrando mais aromas e sabores.

(https://www.wine.com.br/prod26632.html)

Malbec chileno

Ainda que a maior parte da produção da uva Malbec esteja na Argentina, ela também é cultivada em menor proporção em outros países, como o Chile. A indicação de variedade chilena é o Gravelland Edición Especial D.O Valle Central Malbec 2022. Produzida no D.O. Valle Central, uma das mais ricas na vitivinicultura chilena, seu terroir tem grande exposição solar e sofre a influência das brisas vindas do Oceano Pacífico e da Cordilheira dos Andes, o que proporciona excelente amplitude térmica e perfeita maturação da Malbec. A variedade chilena apresenta perfil diferenciado. Visando preservar seu frescor e caráter varietal único da variedade, o vinho amadurece em tanques de aço inox, resultando num perfil jovem, saboroso e de fácil apreciação.

(https://www.wine.com.br/prod29123.html)

Um Malbec com perfil moderno

Por muito tempo, o vinho Malbec era sinônimo de vinho barricado, mais denso no paladar. No entanto, isto tem mudado, já que muitas vinícolas apostam no perfil mais moderno e descomplicado para a produção da Malbec, focando no seu caráter frutado e exaltando o seu frescor. Esta proposta pode ser apreciada no rótulo Portillo Valle de Uco Malbec 2022. Também elaborado pela Bodegas Salentein, na Argentina, este exemplar faz parte da linha Portillo, que tem foco na produção de vinhos que exaltam as características primárias das uvas e o seu terroir. Com vinhedos a 1.100 metros de altitude, a vinícola trabalha apenas com gravidade, com foco no manejo delicado da fruta, para obtenção de sua máxima expressão neste terroir. Este é um Malbec que ficou seis meses em tanques de aço inox para exaltar suas notas frutadas e florais e frescor, resultando em um vinho com taninos macios, redondo e muito agradável.

(https://www.wine.com.br/prod29131.html)

Para os paladares mais tradicionais

Sem dúvidas, a uva Malbec é versátil e dá origem a rótulos para todos os paladares apaixonados por vinhos. Então, para quem busca o perfil mais tradicional dos exemplares elaborados com a tinta argentina mais emblemática, vale apostar em produções com passagem por barrica, preferencialmente com barricas de primeiro e segundo uso para aportar mais as nuances da madeira, estrutura, corpo e complexidade. O vinho Filippo Figari 1937 Único Malbec 2021 é uma boa sugestão para apreciar um Malbec mais potente. Com amadurecimento de doze meses em barricas de carvalho francês de segundo uso, é uma bebida que confere notas de tosta, tabaco e especiarias, além de maior corpo e estrutura. Trata-se de um vinho intenso, com boa acidez, taninos polidos e longa persistência.

(https://www.wine.com.br/prod29858.html)

É tempo de Vindima na Serra gaúcha: conheça curiosidades sobre o período

Época da colheita da uva ocorre entre os meses de janeiro e março na região

Visitar a Serra gaúcha no verão é diferente. A região, conhecida por sua vocação vitivinícola, entra num período especial nessa época do ano com a chegada da vindima. A colheita da uva, realizada entre os meses de janeiro e março, é o ápice do trabalho para inúmeros vitivinicultores de lugares como o Vale dos Vinhedos, principal destino enoturístico do país.

A atividade representa um duplo significado para a região. Enquanto simboliza o sustento para produtores rurais e para as vinícolas, que recebem as uvas para elaborarem uma nova safra de vinhos e espumantes, representa uma oportunidade única para os visitantes.

A vindima apresenta experiências que só podem ser realizadas durante esse período. Entre elas estão atividades como a própria vindima, ou seja, colher os cachos de uva diretamente dos parreirais – atividade oferecida por diversas vinícolas (veja mais abaixo). Outra é a pisa da uva, um modo de relembrar como os primeiros imigrantes italianos que colonizaram a região davam início ao processo de vinificação. É só nessa época do ano, também, que o visitante encontrará um perfume característico da região. Abarrotadas de uvas, as parreiras exalam um aroma que serve de boas-vindas para quem visita a Serra na vindima.

A atividade guarda uma íntima relação com a imigração ocorrida na região a partir de fins do século 19. Foram os italianos que introduziram a vitivinicultura nas paisagens serranas, transformando a cultura da uva e do vinho não só numa vocação da região como também numa importante atividade econômica. “Para nós, vindima é renovação. É uma atividade que nos desafia, que muda conforme a cada ano, mas que nos presenteia, após muito trabalho, com uma nova chance de criar, de combinar as condições naturais com a intervenção humana para renovar nossa produção. É uma atividade que proporciona o sustento de milhares de famílias que dependem da sua própria dedicação às videiras, fazendo disso, há mais de 100 anos, uma base histórica de nossa economia”, diz o presidente da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Ronaldo Zorzi.

O que é a vindima?
Vindima quer dizer colheita da uva. Etimologicamente, a palavra tem origem da expressão “vindemia”, do latim, e significa colher o fruto da vinha – vinea=vinha + demere=arrancar, obter.

Quando ela ocorre?
A Vindima sempre ocorre durante o verão na Serra Gaúcha. Os principais meses da colheita ocorrem de janeiro a março, mas algumas variedades, de colheita precoce, podem começar a serem colhidas ainda em dezembro.

Posso acompanhar a vindima?
Sim, vários estabelecimentos programam dias específicos para isso, a fim de não conflitar com o trabalho diário que ocorre no período da colheita. Outros mantêm pequenos parreiras exclusivamente para que os turistas experimentem colher a uva direto das videiras. Muitas vinícolas promovem uma série de eventos, como colheita noturna, almoços e jantares especiais, passeios de trator, lanches típicos, como o “merendim”, pisa de uvas, entre outros, mediante agendamento prévio.

O que é o merendim?
O merendim é um lanche típico, feito com produtos coloniais, como pão, queijo, copa, salame, biscoitos, geleias, entre outros itens. A experiência é mais uma que aproxima os turistas de antigos hábitos dos imigrantes.

O que é a pisa de uvas?
A pisa de uvas é milenar assim como o vinho. Essa técnica remete às primeiras formas de extrair o sumo das uvas para a vinificação. Uma das formas de pisa que consolidou foi a realizada em lagares, grandes tanques em que as uvas eram dispostas para, em seguida, serem amassadas, a fim de extrair o sumo para vinificação. Esse é um trabalho longo e demorado, praticamente erradicado da moderna indústria vinícola, mas mantido em algumas regiões produtoras, como a do Douro, em Portugal. Hoje, a atividade é mais utilizada para eventos turísticos, relembrando a pisa trazida pelos imigrantes italianos, que faziam a maceração do fruto dessa forma em fins do século 19, quando começaram a chegar na região. Elas são realizadas, geralmente, em recipientes de madeira conhecidos na região como “mastela”.

Como posso ficar por dentro da programação da vindima?
Algumas programações oferecidas pelos associados da Aprovale estão reunidas neste link Outras atividades podem ser consultadas diretamente nas páginas das vinícolas.

O que acontece após a vindima?
De forma resumida, assim que as uvas da Vindima chegam às vinícolas, elas passam por um processo mecanizado de desengaço, a fim de separar a uva do engaço (as hastes do cacho). Após, as uvas são esmagadas para a extração do mosto (suco), que entrará num processo de fermentação natural a partir da ação das leveduras presentes em seus componentes. São elas que transformarão o açúcar do fruto em álcool e gás carbônico. Assim que não for percebido mais açúcar no líquido, a fermentação é considerada encerrada – no caso dos vinhos brancos, a fermentação ocorre sem as casas, diferentemente dos tintos, já que elas são responsáveis por dar a cor ao vinho. O líquido, então, é levado para o estágio de maturação, onde permanecerá em tanques de inox ou barricas de madeira, comumente, até alcançar o perfil desejado pelo enólogo. No caso dos espumantes, o mosto passa por um novo processo de fermentação a partir da adição de novas leveduras e açúcar, dependendo do perfil do espumante, sendo aprisionado em tanques ou na própria garrafa para não perder o gás carbônico. Esse gás vai se integrar ao vinho, originando a perlage, as famosas bolinhas da bebida. O processo de vinificação também pode ser conhecido nas vinícolas. Agende sua visita e fique sabendo mais sobre os segredos dos vinhos

Quais são os ciclos da videira?
As videiras passam por cinco grandes movimentos em diferentes estações do ano. Agora, após a vindima, as videiras entrarão em dormência a partir do outono. Elas vão começar, inicialmente, a perder as folhas. Passarão o inverno totalmente nuas e inativas vegetalmente. Assim que os primeiros dias da primavera chegarem, as videiras sabem que é hora de saírem de seu estado letárgico. Tem início, então, a fase da brotação, quando a planta passa a receber nutrientes do solo mais aquecido e dá início, aos poucos, ao surgimento dos primeiros brotos. Nesta fase também ocorrem o crescimento das folhas. Na sequência, ocorre a floração, aparecendo os minúsculos cachos que, no verão, entrarão na fase de amadurecimento, até estarem aptos a serem colhidos.

Desnuva, preparada com uva lorena, é a nova cerveja da edição 2023 Musas do Verão, projeto da Cervejaria Nacional

Projeto será lançado no próximo dia 14 de março na cervejaria a partir das 19h00, com degustação de chope e vinhos da Casa Viccas, do Rio Grande do Sul, e produtos da Oka Caburé.

É fato que mulheres sempre foram alvo de discriminação, preconceito e objetificação no meio cervejeiro. Mas a Cervejaria Nacional vem brigando desde 2012 para valorizar e reconhecer sua importância para esse mercado, com a criação do Projeto Musas do Verão. Há mais de dez anos, a casa convida mulheres de relevância para produzir uma receita sazonal no mês de março, em celebração ao mês da Mulher. A edição 2023 já está marcada para ocorrer no próximo dia 14 de março, com degustação de chope e vinhos da Casa Viccas, do Rio Grande do Sul e alguns produtos da Oka Caburé, na Cervejaria Nacional, a partir das 19h00, com a presença das homenageadas desse ano.

As Musas convidadas são Sara Valar, Vivian Vitorelli, Marina Asnis e Carola Carvalho, como musa madrinha. A cerveja que irão lançar é a Desnuva, uma homenagem à variedade de uva nacional conhecida como Lorena. Trata-se de uma cerveja experimental, produzida com leveduras extraídas do mosto e do grão da uva Lorena, procedentes da Fazenda Viccas. As edições anteriores contaram com grandes nomes do mercado cervejeiro, como Ilene Saorin, Kathia Zanatta, Carolina Oda e Daiane Colla. As musas deste ano têm em comum o trabalho com alimentos de intervenção mínima, como produtos de fermentação espontânea, sem conservantes e aditivos químicos, primando por insumos locais e sazonais

Desse elo, surgiu a ideia de criar uma cerveja que pudesse ser fermentada da uma forma mais similar aos vinhos produzidos na fazenda Viccas, utilizando como fonte inicial, leveduras da uva e do mosto da uva Lorena, diretamente da propriedade. Além do olhar para a fermentação, os demais insumos utilizados na elaboração dessa cerveja vieram de produtores locais, do estado de São Paulo. Por fim, também se respeita a sazonalidade do lúpulo, utilizando o mais fresco disponível.

Sara Valar

Neta e filha de vinhateiros, teve o vinho sempre muito presente na sua vida. Morou em vários lugares, mas voltou para sua terra natal para seguir essa tradição deixada pelos familiares. E sócia fundadora da Casa Viccas

Vivian Vitorelli

Apreciadora de vinhos, já teve um comércio voltado para a bebida. Descobriu a vinificação natural e foi paixão ao primeiro gole. E sócia fundadora da Casa Viccas

Marina Asnis

Bacharel em Ciências Gastronômicas pela Universidade de Ciências Gastronômicas de Pollenzo – Itália, entusiasta da gastronomia de intervenção mínima e fundadora da Oka Caburé.

Carola Carvalho – Musa Madrinha

Mestrado e Doutorado em Biotecnologia – USP. Atualmente Pos Doc em microbiologia de leveduras selvagens e cervejeiras na aplicação em astrobiologia no contexto de exploração espacial e inovações biotecnológicas.

Sara e Vivian

As sócias Sara Valar e Vivian Vitorelli sempre amaram um bom vinho. Foi então que em janeiro de 2019 elas decidiram abrir o próprio negócio e fundaram a Casa Viccas, uma empresa de vinhos artesanais produzidos somente por elas. A ideia nasceu ainda em 2018, quando a dupla produzia um documentário sobre “os vinhos produzidos em diferentes regiões do Brasil.” No entanto, no processo, saiu um anúncio de financiamento com foco no público feminino que fez elas pensarem e mudarem o assunto do documentário para "mulheres que fazem vinho".

Para se dedicarem totalmente ao novo projeto Sara que trabalhava com audiovisual e Vivian que trabalhava no mercado financeiro deixaram seus empregos. O local escolhido para a produção das bebidas foi a fazenda da família de Sara, onde seu pai produzia para consumo próprio, em Serafina Corrêa, pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul, com apenas 18 mil habitantes.

O nome Casa Viccas é uma homenagem as antigas guardiãs do terroir onde a vinícola está localizada. Antigamente, o espaço pertencia a um senhor chamado Ludovicco, que tinha cinco filhas. Essas filhas ajudavam nas tarefas domésticas e também no desenvolvimento econômico da pequena propriedade. Mulheres de personalidades fortes, ficaram conhecidas como as filhas do Vicco, ou popularmente chamadas de Viccas.

O vinho feito por elas é uma produção artesanal, em pequena escala e vinificado de forma mais natural, somente com fermentado de uvas.

Marina Asnis

Marina Asnis é formada em Ciências Gastronômicas pela Università degli Studi di Scienze Gastronomiche, universidade fundada pelo movimento Slow Food, no norte da Itália. Nessa época, teve contato com o mundo da gastronomia de intervenção mínima e diversos pequenos produtores. Após a faculdade, foi trabalhar em uma fazenda de carne orgânica na Inglaterra. Lá tratou dos animais, participou de um projeto de reflorestamento da fazenda e cuidou do pub da fazenda, que trabalhava só com produtos locais e orgânicos.

Depois de um tempo trabalhando na Inglaterra, passou 8 meses viajando, 6 deles pelo Sudeste Asiático - sempre observando e descobrindo mais sobre as diversas culturas gastronômicas. No final de 2018 resolveu voltar ao Brasil e explorar mais sobre o mundo da gastronomia de intervenção mínima e os excelentes pequenos produtores nacionais, infelizmente, ainda pouco valorizados.

Em dezembro de 2019, a Marina abriu as portas da Oka Caburé - um empório de produtos gastronômicos de pequenos produtores, onde o objetivo é diminuir a distância entre os produtores e os consumidores, incentivando o consumo mais consciente.

Na Oka Caburé são comercializados queijos, charcutaria, vinhos naturais, conservas, cervejas selvagens e também são servidos almoço de terça a sexta com Prato Feito orgânico e aos sábados, brunch. A casa também recebe alguns fornecedores que abrem produtos para degustação com os clientes, todas as semanas

Sobre a Cervejaria Nacional

Nascida como micro-cervejaria em 2006 e instalada desde 2011 em Pinheiros, a Cervejaria Nacional é a primeira fábrica-bar de São Paulo. Suas cervejas, servidas como chope e criadas pelo sócio e mestre-cervejeiro Luis Fabiani, são produzidas ali mesmo por Marcos Braga, em plena Avenida Pedroso de Moraes, quase esquina com a Teodoro Sampaio. Os cinco rótulos da casa levam o nome de lendas brasileiras, como a Sa´si Stout e a Kurupira Ale. Além da campeã de vendas, a Mula IPA, que já se tornou referência no meio cervejeiro e atrai uma legião de apreciadores.

Em um espaço de três andares, a Nacional reúne fábrica, bar e restaurante. No térreo, está localizada uma fábrica toda envidraçada, onde toda a cerveja é produzida e na qual estão dispostas as enormes panelas de cozimento e os tanques de fermentação. No primeiro andar, o bar com torres de cerveja, revela uma vista privilegiada para a produção. E o andar superior dá espaço a um salão, de clima mais reservado e intimista, para aqueles que preferem ficar longe da badalação. O cardápio sugere harmonizações entre os chopes artesanais com carnes e pratos, acompanhados de molhos especiais, alguns à base das cervejas da casa.

Serviço:
Site: https://www.cervejarianacional.com.br/
Delivery: Rappi, iFood ou aplicativo próprio https://deliverydireto.com.br/cervejarianacional,
Unidade Tatuapé: Rua Retiro Grande, 91
Unidade Pinheiros: Av. Pedroso de Morais, 604