Terceira edição da Telúrica – Festival Feito por Palhaças reafirma seu espaço na cidade!

● Com 18 ações programadas, entre oficinas, bate-papos e espetáculos, o evento se firma na cena artística curitibana e nacional

Em meio ao riso e às múltiplas emoções suscitadas pela arte da palhaçaria, a Telúrica - Festival Feito por Palhaças - chega à sua terceira edição, consolidando-se como um espaço pulsante de expressão artística. Fruto do trabalho coletivo de palhaças da cidade, o festival abraça em sua programação artistas que vêm de diferentes regiões do Brasil, tecendo um mosaico vibrante de pluralidades.

Desde a sua estreia, em 2019, a Telúrica surgiu com o propósito de repensar a cena da palhaçaria e a produção cultural feita por mulheres, bem como incentivar a criação de redes entre artistas e desenvolver outros modos de gestão colaborativa. Nos últimos anos, o festival, que se reinventa continuamente, expande parcerias e amplia espaços de visibilidade para múltiplas existências em suas dissidências, reafirmando o poder político transformador da arte. Dos bastidores ao palco, a Telúrica celebra não apenas o fazer artístico, mas também a resistência e a construção coletiva de uma arte que emociona, provoca e conecta.

O mote da 3ª edição Telúrica atravessa passado presente futuro, com o desejo de continuidade e consolidação enquanto festival. A programação ascende (re)encontros entre artistas que estiveram em edições anteriores, aquecendo conexões e se abrindo para boas surpresas.

Entre 10 e 15 de dezembro, a Telúrica oferece espetáculos, cabarés, oficinas, cortejo, bate-papos, cinema e festa de encerramento. Tudo acontece em diferentes endereços: a Alfaiataria Cultural recebe as oficinas; a Caixa Cultural Curitiba recebe os bate-papos e os espetáculos; na Praça Santos Andrade e no Passeio Público serão apresentados os espetáculos de rua. A festa e o cabaré de abertura serão no Espaço Fantástico das Artes (EFA) e o Teatro do Memorial recebe o espetáculo de encerramento.

Em outro momento, um cortejo musical resultado das oficinas do festival e aberto a participações atravessará o calçadão da Rua XV movimentando e encantando o centro da cidade. Também haverá a exibição de um filme em formato documentário no Teatro da Vila, no CIC.

Entre as convidadas e convidades estão artistas de diferentes gerações vindas do Tocantins, Maranhão, Pernambuco, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e também Equador.

Todas as atrações são com contribuição espontânea no chapéu, o que possibilita a entrada gratuita e abre a possibilidade para contribuições diversas, democratizando o acesso à arte.

Idealizado e organizado por um grupo de palhaças e produtoras culturais em formato colaborativo, a Telúrica é um evento que começou a nascer em 2018. “Em outros festivais as pessoas indagavam sobre o movimento de palhaçaria em Curitiba e também sobre as palhaças da cidade. Foi então que para fomentar a rede de artistas e também novos modos de pensar e produzir festivais, nos unimos buscando fortalecer a arte da palhaçaria, produção e técnica nesse meio ", contam as idealizadoras.

“Continuamos a sonhar, como tem sido desde a 1ª edição. Sabemos que muitos festivais de arte e cultura no Brasil não permanecem. Também percebemos que caminhar com os sonhos é seguir experimentando e acolhendo em nosso fazer as diversidades de existências de como ser e estar artista no Brasil. Assim chegamos à 3ª edição, com o desejo de seguir compartilhando e buscando novas formas de produzir”, afirma o grupo de organizadoras desta edição, formado por Biaflora Lima (Palhaça Melanina), Camila Jorge (Palhaça Carmela), Karina Flor (Palhaça Skarlate), Larissa Lima (Palhaça Siriema), Lucri Reggiani (Palhaça Bisnaga), Má Ribeiro (Safo), Thays Teixeira (Palhaça Mina) e Yara Rossatto (Palhaça Solara).

A programação - A abertura oficial será no Espaço Fantástico das Artes (EFA), com o Cabaré da Produção, que leva ao palco as artistas que estão nos bastidores: palhaças, iluminadoras, comunicadoras, produtoras, idealizadoras e fazedoras dessa edição. Ao lado delas, as convidadas maravilhosas Iza Figueiredo, Suelen Oliveira e Stéfani Belo.

As manhãs dos três primeiros dias (10, 11 e 12/12) serão na Alfaiataria Cultural com duas oficinas: Cortejo com Matê Magnabosco e Criação de Adereços Cênicos com Materiais Recicláveis, com Katia Horn. O resultado dos trabalhos será conferido no cortejo pela Rua XV (classificação livre) na manhã de sexta-feira (13/12). Tradição nos festivais de palhaçaria, o Cortejo convida toda a comunidade a seguir do Paço da Liberdade até a Praça Santos Andrade, onde será apresentado “Tarântula Transita” de Vulcanica Pokaropa, espetáculo de rua escolhido entre inscrições de todo o país.

Meta For Mosa, da londrinense Grita Cia de Palhaças, está entre as peças que serão apresentadas no teatro da Caixa Cultural Curitiba. É uma celebração das relações que aceitam e respeitam a individualidade das mulheres numa sociedade machista, que as aprisiona em um mesmo padrão. Três palhaças, cada uma à sua maneira, lidando com as dores de ser mulher, se encontram e fazem um convite à liberdade, dialogando com a metáfora da lagarta, que no tempo dela, sai do casulo e voa como uma borboleta. A Grita nasceu em 2017, do encontro entre Aneliza, Juliana e Mariana ao unir suas pesquisas em palhaçaria feminina.

Trem Bão é Coisa Boa com Pé Vermêi de Pernambuco, espetáculo selecionado via edital, vai levar ao Passeio Público as histórias de uma família mineira nada tradicional, que roda de bicicleta pelo Brasil adentro levando seu circo nas garupas além de ser também uma pequena uma viagem ao universo do circo de rua. Em cena estão Ana Melo e Mone Melo, que desde 2001 pesquisam teatro de rua e há cerca de três anos circulam de forma independente por estados do Brasil, procurando estratégias para tornar menos precária a vida de artistas de rua e fortalecer a luta por direitos das pessoas nômades que vivem de bicicleta pelo país.

Tarântula Transita, de Presidente Bernardes, é outro espetáculo de rua selecionado por edital. Uma fábula sobre sonhos, onde quatros amigas passam por diversas adversidades e conflitos para chegar na tão sonhada ascensão que desejam e para isso vão precisar da ajuda do público. A história é contada através da comicidade, bambolê, malabares, mágica e manipulação de bonecos trazendo o público para um universo lúdico. A história é baseada em estudos sobre a Operação Tarântula, que aconteceu no final da ditadura militar no Brasil. Em cena, Vulcanica Pokaropa, Travesti, Mestra em Teatro e Doutoranda em Artes Cênicas, sua pesquisa aborda a presença de pessoas Trans nas artes do corpo.

Da capital mineira, vem o espetáculo Batalha, que trata sobre ser mulher deste território em nosso tempo. Os riscos da presença física, psicológica, espiritual. Facões, vidros e cama de prego. Muitas são as vozes que ecoam. O ato de se rebelar, ou seja, de experimentar miragens de liberdade, ainda que sejam passageiras. Se a luta é livre “estoy lista para empezar” Em cena, Dagmar Bedê - atriz cabareta, palhaça, e faquiresa. É também diretora, produtora, gestora cultural e pesquisadora da linguagem circense e palhaçaria há quase duas décadas.

Da capital paulista vem, Sobre tomates, tamancos e tesouras, com Andréa Macera, a Palhaça Mafalda Mafalda, que a partir da sua formação no método “O Clown através da Máscara”, com a mestra clown canadense Sue Morrison, cria esse espetáculo. Com direção de Rhena de Faria, estabeleceram uma troca entre as máscaras de Mafalda Mafalda, as sugestões dramatúrgicas e de encenação vindas da direção e temas pessoais. Andréa, atriz, palhaça e diretora, fundou o Teatro da Mafalda, também oferece formação através da Escola de Palhaças e realiza anualmente o EIMPA – Encontro Internacional de Mulheres Palhaças desde 2014.

Com As Charlatonas, a Trupe-açu de Tocantins traz duas palhaças que vendem suas invenções e produtos miraculosos na rua. Apesar de parceiras, suas visões de mundo são bem distintas: uma quer ganhar dinheiro a todo custo enquanto a outra coloca a ciência acima de tudo. Junto ao público, descobrirão a esperada cura para todos os males do mundo e a importância de muitas mulheres para o desenvolvimento da humanidade. A Trupe-Açu: Cia de circo de Taquaruçu, promove ideais feministas de valorização dos direitos das mulheres e das crianças, e tem como principal motivação levar a mensagem de que o riso é uma poderosa ferramenta de transformação social.

Birita Procura-se, com Ariadne Antico, de São José dos Campos, é a única apresentação que será no Teatro do Memorial. Ariadne apresenta Birita, uma palhaça (d)eficiente que para (sobre)viver e pagar as contas, parte em busca de um emprego e desafia (seus) limites para exercer alguma função importante em sociedade. Assim como qualquer mortal, tem uma sonhada meta, mas será que ela está preparada para lidar com as frustrações que encontrará em seu caminho? Birita tem limitações reais ou impostas pela sociedade? Ariadne é Produtora Cultural, Palhaça, Atriz, Performer e dona dos melhores movimentos involuntários e de um jeito de andar único, charmoso, não retilíneo e fora do eixo. Sua formação na área artística se deu através de cursos livres e do mergulho em seu próprio corpo.

Cabaré Telúrica, que acontece na Caixa Cultural Curitiba, traz a participação de números selecionados por edital e tem as presenças de Adelvane Néia (Jacarezinho/PR), As Mareadas (Balneário Camboriú/SC), Ester Monteiro (Taquaruçu/TO), Kelly Miranda (Curitiba/PR), Miss G (Curitiba/PR), Luiza Fontes (Recife\PE), Pipa Luke (São Paulo/SP - Equador), Simon Magalhães (Curitiba/PR) e Silvia Leblon (São Paulo / SP), num encontro catártico cabareteiro!

Para além da programação artística, a semana terá o bate papo "Tá escrito na pedra: múltiplas pesquisas, registros e criações sobre/com palhaçaria", uma conversa que atravessa a importância dos múltiplos registros e pesquisas, acadêmicas ou não, na área da palhaçaria. Livros, teses, lives, séries, oficinas... entre outras. Antônia Vilarinho, Daiani Brum e Manu Matusquela, mediadas por Camila Jorge irão compartilhar os caminhos trilhados e contar sobre diversos assuntos instigantes e necessários na área da palhaçaria.

“Palhaçaria Aqui, lá e acolá” será outro momento de bate-papo, uma conversa sobre as diversas áreas em que é possível levar e ser levada pela palhaçaria. Lugares e formatos de comicidade suas diferenças, facilidades e desafios. Teremos contribuição dos pontos de vista de Ana Melo, Ariadne Antico, Edna Miranda e Mone Melo e a conversa será mediada por Bia Flora.

Para além da programação artística a semana terá o “Encontro Telúrica - Vamos Tecer”, uma conversa aberta entre organizadoras, participantes do festival, palhaças, palhaçes, palhaços e/ou artistas da cidade e pessoas interessadas. Um pequeno intervalo, recreio, respiro para cultivar conversas múltiplas.

Completando a programação, a exibição do filme “Guarany - Histórias do Circo dos Pretos” seguida de bate-papo com a família Xamego: Mariana Gabriel, Daise Gabriel e Roberto Salim Gabriel, acontece no Teatro da Vila, no CIC.

Todos os espetáculos e bate-papos terão tradução em Libras. Os espetáculos Birita Procura-se e Meta For Mosa além de Libras contarão com audiodescrição. Os espaços da Caixa Cultural, Teatro do Memorial e Alfaiataria Cultural possuem acessibilidade arquitetônica para o público.

PROJETO APROVADO PELA SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA - GOVERNO DO PARANÁ, COM RECURSOS DA LEI PAULO GUSTAVO, MINISTÉRIO DA CULTURA - GOVERNO FEDERAL.

Serviço Geral:

O que: Telúrica – Festival Feito por Palhaças - 3ª Edição
Quando: De 10 a 15 de dezembro de 2024.
Classificação: consultar cada atividade.
Onde: Caixa Cultural Curitiba (R: Conselheiro Laurindo,280); Espaço Fantástico das Artes (R. Trajano Reis, 41), Teatro da Vila (Davi Xavier da Silva, 451), Teatro do Memorial (R. Dr. Claudino dos Santos, 79), Praça Santos Andrade e Passeio Público.
Quanto: Contribuição espontânea no chapéu
Ingressos: distribuição uma hora antes do início de cada atividade
Informações: https://www.instagram.com/teluricafestival/

Programação diária:
Terça, dia 10 de dezembro

Cabaré da Produção
Horário: 19h30
Duração: 1h30min
Classificação: 18 anos
Local: Espaço Fantástico das Artes
Rua Trajano Reis, 41- São Francisco
Ingressos: gratuitos - distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu
Com tradução em Libras

Quarta, dia 11 de dezembro

“Encontro Telúrica - vamos tecer?"
Horário: 16h
Duração: 1h30min
Classificação: livre
Local: Caixa Cultural Curitiba - Sala de oficinas
Rua: Conselheiro Laurindo, 280 - centro
Com tradução em Libras

Espetáculo Meta For Mosa com a Grita Cia de Palhaças (Londrina - PR)
Horário: 20h
Duração: 60 min
Classificação: 10 anos
Local: Caixa Cultural Curitiba
R. Conselheiro Laurindo, 280 - centro
Ingressos: gratuitos - distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu
Com tradução em Libras e Audiodescrição

Quinta, dia 12 de dezembro

Bate-papo "Tá escrito na pedra: múltiplas pesquisas, registros e criações sobre/com palhaçaria"
Horário: 16h
Duração: 1h30min
Classificação: livre
Local: Caixa Cultural Curitiba - Sala de oficinas
Rua: Conselheiro Laurindo, 280
Com tradução em Libras

Lançamento de livros e prelos
Horário: 17h30
Duração: 1h
Classificação: livre
Local: Caixa Cultural Curitiba - Sala de oficinas
Rua: Conselheiro Laurindo, 280
Com tradução em Libras

Espetáculo “Batalha”
Horário: 20h
Duração: 50 min
Classificação: livre
Local: Caixa Cultural Curitiba
Rua: Conselheiro Laurindo, 280 - centro
Ingressos: gratuitos - distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu
Com tradução em Libras

Sexta, dia 13 de dezembro

Cortejo
Horário: saída às 10h30
Classificação: Livre
Ponto de encontro: Paço da Liberdade até Santos Andrade

Espetáculo Tarântula Transita (Presidente Bernardes/SP)
Horário: 12h
Duração: 50 min
Classificação: livre
Local: Praça Santos Andrade - Centro, Curitiba
Contribuição espontânea no chapéu
Com tradução em Libras

Bate-papo “Palhaçaria - aqui, lá e acolá”
Horário: às 16h
Duração: 1h30min
Classificação: livre
Local: Caixa Cultural Curitiba - Sala de oficinas
Rua: Conselheiro Laurindo, 280 - centro
Com tradução em Libras

Cabaré Telúrica
Horário:19h30
Classificação: 18 anos
Local: Caixa Cultural Curitiba
Rua: Conselheiro Laurindo, 280 - centro
Ingressos: gratuitos - distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu
Com tradução em Libras

Sábado, dia 14 de dezembro

Espetáculo Trem bão é coisa boa - Pé Vermei (Cabo de Santo Agostinho - PE)
Horário: às 10h
Duração: 50 min
Classificação: Livre (ideal para público misto de adultos e crianças)
Local: Passeio Público
Contribuição espontânea no chapéu
Com tradução em Libras

Filme -“Guarany Histórias do Circo dos Pretos” + Bate-papo com Daise Gabriel, Mariana Gabriel e Roberto Salim Gabriel (São Paulo - SP)
Horário: às 15h
Classificação: Livre
Local: Teatro da Vila
R. Davi Xavier da Silva, 451 - CIC
Com tradução em Libras
Espetáculo “Sobre tomates, tamancos e tesouras” (São Paulo/SP)
Horário: às 20h
Duração: 60min
Classificação: 14 anos
Local: CAIXA CULTURAL CURITIBA
Rua: Conselheiro Laurindo, 280
Ingressos: gratuitos - distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu
Com tradução em Libras

Domingo, dia 15 de dezembro

Espetáculo “As Charlatonas” (Taquaruçu- TO)
Horário: às 16h
Duração: 55 min
Classificação: livre
Local: Caixa Cultural Curitiba
Rua: Conselheiro Laurindo, 280 - centro
Ingressos: gratuitos - distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu
Com tradução em Libras

Espetáculo “Birita Procura-se” (São José dos Campos- SP)
Horário: às 19h30
Duração: 50 min
Classificação: 12 anos
Local: Teatro do Memorial
Rua: Dr. Claudino dos Santos, 79 - São Francisco, Curitiba
Ingressos: gratuitos - distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu
Com tradução em Libras e Audiodescrição

Festa de Encerramento
Horário: às 20h30
Classificação: 18 anos
Local: Espaço Fantástico das Artes
Rua Trajano Reis, 41

Caixa Cultural Curitiba apresenta a mostra “Mulheres no Cinema do Leste Europeu”

Iniciativa inédita no Brasil reúne 21 filmes de 13 diretoras de 8 países, compondo um mosaico cultural, social e histórico de vários países europeus pelo olhar feminino

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A CAIXA Cultural Curitiba recebe na segunda semana de janeiro a mostra “Mulheres no Cinema do Leste Europeu”, uma iniciativa inédita no Brasil, que traz ao público 21 filmes realizados por 13 diretoras de 8 diferentes países da Europa Oriental, além de uma série de palestras e painéis de discussão. O evento será realizado de 09 e 14 de janeiro de 2024 no Teatro da Caixa Cultural, com ingressos a preços populares: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada), que podem ser adquiridos na bilheteria do local. A produção é da Ars Et Vita, com patrocínio da CAIXA e Governo Federal.

Durante seis dias, quem passar pela mostra, terá uma oportunidade diferenciada de conhecer e apreciar produções cinematográficas que vão compor um rico mosaico cultural, social, histórico e temático do Leste Europeu, a partir do olhar e da sensibilidade de suas realizadoras.

A curadoria priorizou filmes que refletissem sobre a história da Europa do Leste na segunda metade do século XX a partir do olhar feminino e que abordassem temas ligados de maneira intrínseca ao universo feminino. “Esta mostra pretende apresentar ao público brasileiro a diversidade do cinema realizado por mulheres na Europa Oriental, apresentando ao mesmo tempo um olhar feminino plural sobre o mundo exterior e evocando importantes questões pertencentes ao universo interior de cada mulher” afirma a curadora Maria Vragova.

A programação inclui 19 longas-metragens de ficção e 2 documentários de países como Polônia, Ucrânia, Rússia, Hungria, Bósnia e Herzegovina, Armênia e Geórgia. Alguns dos filmes foram realizados na URSS e na Tchecoslováquia, países que hoje já não existem mais. A experiência de apreciar esta mostra proporciona ao espectador uma enriquecedora oportunidade de observar na tela as diferenças culturais destas localidades, mas com um ponto em comum: representar a mulher nas sociedades e nas cinematografias dos países da Europa do Leste.

Para potencializar ainda mais a experiência cultural, a mostra contará com uma série de palestras e painéis de discussão, com a presença de críticos convidados especialmente para a ocasião. “Desta forma, será promovido um debate que abordará temas relacionados à programação da mostra, a obra das cineastas apresentadas e os paralelos entre o papel da mulher na sociedade e no cinema, além de propor uma reavaliação do feminismo de algumas cineastas da segunda metade do século XX em relação às posições feministas contemporâneas no cinema da Europa Oriental”, afirma o curador Luiz Gustavo Carvalho.

Quase um século de cinema

Os títulos selecionados englobam um período abrangente de 9 décadas da cinematografia de diversos países do Leste Europeu. Muitos deles refletem os períodos e quem foram realizados, com notável importância histórica. Um exemplo é “Sapatos Rasgados”, de Margarita Bárskaia (URSS, 1933), primeiro filme falado a usar vozes de crianças. Seu enredo relata a vida dos filhos dos trabalhadores alemães nos anos que antecederam a ascensão do fascismo.

Realizado em 1948, “A última etapa” foi o primeiro filme rodado dentro de um campo de concentração (Auschwitz), por uma realizadora que passou anos de sua vida naquele local e sobreviveu aos horrores que vivenciou. É baseado nas experiências pessoais da própria cineasta, a polonesa Wanda Jakubowska, em uma das primeiras iniciativas cinematográficas para descrever o holocausto.

Há mais longas-metragens na programação que abordam histórias relacionadas a conflitos armados, mostrando a sensibilidade feminina para tratar de temas ásperos. São histórias que podem apresentar uma piloto de caças que passa a ter uma vida pacata como diretora de um colégio, mas alimenta o sonho de voltar a voar (em “Asas”, de Larissa Shepitko); uma mãe solteira em Sarajevo que criou a filha com uma história fantasiosa de que seu pai seria um herói de guerra, até que se vê em dúvida sobre contar a verdade diante de uma situação (“Em Segredo”, de JasmilaZbanic); ou uma reflexão sobre o ciclo de guerra e paz da humanidade (“Esta Chuva Nunca Vai Parar”, de Alina Gorlova), entre outras produções.

Temáticas femininas ou o olhar feminino diante de determinados temas dão o tom em boa parte dos filmes. Em especial nos trabalhos selecionados da húngara MártaMészáros, prolífica cineasta em atividade até os dias atuais, com cerca de 70 anos no cinema e quase o mesmo número de obras realizadas. A mostra traz 6 de seus filmes, que abordam histórias de mulheres em busca de realizações pessoais. Entre eles está “Adoção”, primeiro filme dirigido por uma mulher a ganhar o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim. A programação inclui sua trilogia autobiográfica “Diário”, que traça a jornada da jovem órfã Juli (alter ego da diretora) durante o conturbado período de pós-guerra na Hungria.

A diretora Larissa Shepitko terá 3 filmes na programação, incluindo seu último trabalho “A despedida”, em que a diretora faleceu durante sua realização, e que foi finalizado por seu marido, o cineasta ElemKlímov. Maria Saakyan, da Armênia, contará com dois de seus trabalhos, ”O farol” e “Essa não sou eu”, filmes reflexivos que envolvem o público ao tratar de família, êxodo e emoções geradas por mudanças na vida. Alguns destes temas também estão presentes em “Nossa infância em Tbilissi”, da georgiana TeonaMghvdeladzeGrenade, que apresenta a história de uma família em 1990, que enfrenta mudanças provocadas na república da Geórgia após o fim da URSS.

A mostra “Mulheres no Cinema do Leste Europeu” conta ainda com produções dirigidas por Vera Chytilova (Tchecoslováquia), KiraMuratova (Ucrânia), IldikóEnyedi (Hungria), Natália Meshanínova (Rússia) e Hanna Polak (Polônia).

Serviço:

Mostra “Mulheres no Cinema do Leste Europeu”
Local: CAIXA Cultural Curitiba
Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro (Curitiba-PR)
Datas: 09 a 14 de janeiro de 2024
Classificação indicativa: de Livre até 16 anos, de acordo com cada filme
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada para mulheres, estudantes, professores, funcionários e clientes CAIXA, pessoas acima de 60 anos) à venda na bilheteria do local, de terça a sábado, das 10h às 20h e nos domingos das 10h às 20h.
Capacidade: 125 pessoas
Acesso para pessoas com deficiência
Patrocínio: CAIXA
Informações: (41) 4501-8722

Programação:

09 de janeiro (terça-feira)

14:00 - Nove meses (Kilenchónap) Direção: MártaMészáros. 90 min. Classificação: 14 anos.
16:00 - Sapatos rasgados (Rvaniebashmaki) Direção: Margarita Bárskaia. 85 min. Classificação: Livre.
18:00 - Algo melhor por vir (Somethingbetterto come) Direção: Hanna Polak. 98 min. Classificação: Livre.
20:00 - A despedida (Proschanie) Direção: Larissa Shepitko. 126 min. Classificação: 12 anos.

10 de janeiro (quarta-feira)

14:00 - A fábrica Esperança (KombinatNadezhda) Direção: Natália Meshanínova. 90 min. Classificação: 14 anos.
16:00 - Adoção (Örökbefogadás) Direção: MártaMészáros. 89 min. Classificação: 14 anos.
18:00 - Duas mulheres (Őkketten) Direção: MártaMészáros. 94 min. Classificação: 14 anos.
20:00 - Esta Chuva Nunca Vai Parar (Tseidochnikoli ne skintitsa) Direção: Alina Gorlova. 102 min. Classificação: 14 anos.

11 de janeiro (quinta-feira)

14:00 - Ascensão (Voskhozhdenie) Direção: Larissa Shepitko. 111 min. Classificação: 14 anos.
16:00 - Meu século XX (Az én XX. Századom) Direção: IldikóEnyedi. 100 min. Classificação: 16 anos.
18:00 - Palestra “Mulheres pioneiras no cinema do Leste Europeu”, com os curadores da mostra, Maria Vragova e Luiz Gustavo Carvalho.
20:00 - Diário para meus filhos (Naplógyermekeimnek) Direção: MártaMészáros. 104 min. Classificação: 12 anos.

12 de janeiro (sexta feira)

14:00 - Conhecendo o grande e vasto mundo (Poznavaiabielisvet) Direção: KiraMuratova. 78 min. Classificação: 14 anos.
16:00 - Diário para meus amores (Naplószerelmeimnek) Direção: MártaMészáros. 136 min. Classificação: 14 anos.
20:00 - Essa não sou eu (Eto ne ia) Direção: Maria Saakyan. 102 min. Classificação: 12 anos.

13 de janeiro (sábado)

14:30 - O farol (Mayak) Direção: Maria Saakyan. 98 min. Classificação: 12 anos.
16:30 - Em segredo (Grbavica) Direção: JasmilaZbanic. 90 min. Classificação: 14 anos.
18:30 - Mesa redonda “O Leste Europeu através do olhar feminino”, com Camila Macedo, Marina Tenório, Irineu Franco Perpétuo e Maria Vragova
20:00 - A última etapa (Ostatni etapa) Direção: Wanda Jakubowska. 106 min. Classificação: 12 anos.

14 de janeiro (domingo)

14:00 - Algo diferente (O něčemjiném) Direção: Vera Chytilová. 85 min. Classificação: 12 anos.
16:00 - Nossa infância em Tbilissi (Dzma) Direção: TeonaMghvdeladzeGrenade. 95 min. Classificação: 14 anos.
18:00 - Asas (Krilya) Direção: Larissa Shepitko. 86 min. Classificação: 12 anos.
20:00 - Diário para minha mãe e meu pai (Naplóapámnak, anyámnak) Direção: MártaMészáros. 119 min. Classificação: 14 anos.

Microfone aberto Vox Urbe 2023

Evento gratuito de poesia segue até sexta - feira (24) no Teatro da Caixa

O escritor Guarani e ativista de Novo Itacolomi, Olívio Jekupé, é um dos convidados da última semana da primeira etapa do Vox Urbe – Encontro de Poesia. Ele estará ao lado de Jussara Salazar, na próxima sexta - feira, 24, no palco do Teatro da Caixa para ler seus poemas e conversar com a plateia. Na quinta-feira, 23, os convidados são Ricardo Pedrosa Alves e Roberto Prado. A entrada é gratuita e ao final o público tem o microfone aberto para apresentar seus escritos.

É com autores experientes que o Vox Urbe encerra uma etapa marcada pelo encontro com uma nova geração de autores que bebem na fonte das expressões de rua e da cultura periférica, da comunidade LGBTQIA+, da negritude e do feminismo. Este é o perfil da curadoria compartilhada entre Ricardo Pozzo, Julia Raiz e Kenni Rogers, que ao longo do mês de março promoveu seis encontros. Participaram também Trava da Fronteira & Daniele Rosa; Gizele Carneiro & Rosane Arminda; Nick Blackout & Richard Roch; Gal Freire & Be RGB.

Mesa Redonda - No dia 22, o Vox Urbe promove também uma mesa redonda em parceria com o Fórum de Literatura de Curitiba. Com a participação de Julia Raiz, Daniele Rosa, Anna Azevedo, Dédallo Neves, Álvaro Posselt e Rafaela Kawasaki, a conversa partirá do tema “Por que precisamos falar sobre literatura e consciência de classe?” “Propomos uma discussão sobre articulação política na área de literatura”, diz Julia, que atua no Fórum de Literatura, organização de sociedade civil que surgiu em 2021, com a intenção de compartilhar experiências coletivas e discutir estratégias de auto-organização. “Queremos levantar questionamentos em relação à importância da consciência de classe em pessoas trabalhadoras da cultura”, completa Julia.

Convidados - Ricardo Pedrosa Alves, nascido em 1970, é escritor e professor universitário, vencedor nacional do Prêmio Helena Kolody e com diversas obras publicadas, entre elas as coletâneas de poemas Desencantos mínimos (1996), Barato (2011),Teratoma (2022). Professor colaborador do curso de Letras da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e pesquisador de literaturas africanas.

O poeta e letrista curitibano, Roberto Prado é autor de Amplo Espectro (2019) e Sim senhor às suas ordens isto é um motim (1994). Assina dezenas, talvez centenas de poemas e letras de canções, algumas criadas em parceria e outras autorais. Prado transita pela poesia e pela letra de canções.

Jussara Salazar é poeta e artista plástica. Publicou os livros Casa de Alice (1999), Baobá, Poemas de Leticia Volpi (2002), Natália (2004), Coloraurisonoros (Buenos Aires, 2008) e Carpideiras (2011). Faz parte de Dedo de moça — uma antologia das escritoras suicidas (São Paulo: Terracota Editora, 2009). Publicou também sua poesia em várias revistas e antologias brasileiras e internacionais. Edita a revista eletrônica de arte e literatura Lagioconda7.

Olívio Jekupé estudou Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e na Universidade de São Paulo (USP). Começou a escrever poesias em 1984, e foi um dos primeiros escritores indígenas a redigir sobre a cultura do seu povo. Entre as suas obras de ficção, podemos encontrar: 'As queixadas e outros contos guaranis'; 'Ekoa - Conhecendo uma Aldeia Indígena'; 'A mulher que virou Urutau'; 'Ajuda do Saci'; 'Verá - O contador de histórias'; Além da não ficção: Literatura escrita pelos povos indígenas; e A invasão. É presidente da Associação Núcleo dos Escritores e Artistas Indígenas (Nearin) e um dos fundadores da Associação Guarani Nae’en Porã.

Ficha Técnica:
Realização: Processo multiartes
Produção: Candaces Produção Cultural e Vão Livre Produções Artísticas
Apoio: Caixa Cultural. Governo Federal
Incentivo: Celepar
“Projeto realizado com recursos do programa de apoio e incentivo à cultura - Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba”

Serviço:
O que: Vox Urbe 2023
Onde: Teatro da Caixa (Conselheiro Laurindo, 280)
Horário: 19h30
Ingressos: Entrada Franca - Retirar ingressos com uma hora de antecedência

Programação:
22/03 Mesa Redonda sobre literatura
23/03: Ricardo Pedrosa Alves & Roberto Prado
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CAIXA CULTURAL CURITIBA APRESENTA ‘’DUO + DOIS = MÚSICA PURA BRASILEIRA’’

Show reúne Duofel, Carlos Mal e Robertinho Silva

 

O público curitibano irá assistir, nos dias 16 e 17 de novembro, um dos grandes encontros da música instrumental brasileira. No show “Duo + Dois”, o teatro da CAIXA Cultural Curitiba apresenta três entidades da música instrumental brasileira: os violões inovadores do Duofel (Fernando Melo e Luiz Bueno), acompanhados pelo "escultor do vento", o flautista Carlos Malta e pelo lendário percussionista Robertinho Silva.

Violões, instrumentos de sopro e percussão dão o tom do que será executado no palco por quatro amigos de longa data, em um show para marcar época. Formado em 2016 e conquistando as plateias por onde passa, o grupo apresenta releituras de clássicos da MPB – que representaram (e representam até hoje) o Brasil em todo o mundo. A ideia do espetáculo, de acordo com Luiz Bueno, “é levar ao público as mais diferentes emoções que a música propicia e falar direto na alma". Segundo ele, “ao final de cada apresentação do ‘Duo+Dois’, a alegria impregnada no público presente (e nos artistas) é perceptível até ao mais desatento espectador”.

Luiz também comenta que o projeto é marcante na história do Duofel. “Este show trouxe algo que nunca tínhamos experimentado em quase 40 anos de carreira: a liberdade do jazz, no sentido de se criar a música na hora ou de se transformar algo mais ou menos combinado. Essa foi umas das parcerias mais felizes que eu e Fernando já experimentamos”, explica o violonista. Para Fernando Melo, o som apresentado pelo “Duo+Dois” é uma música de linguagem livre, abstrata e contemporânea. “É uma música sem letra, apoiada no jazz e na MPB. A partir daí, pode-se definir como público deste projeto, as pessoas que apreciam a boa música, em especial a MPB, que é o componente principal do repertório das apresentações do grupo. Desde crianças até os idosos, todos são bem-vindos aos nossos shows”, ressalta o músico.

Gravado no segundo semestre de 2018, o álbum “Duo+Dois”, que traz o registro do show, foi lançado em março de 2019 pelo Selo SESC. No disco e no show, entre outros, estão clássicos como “Canto de Yemanjá” (de Baden Powell e Vinícius de Moraes), “Água de Beber” (Tom Jobim e Vinícius), “Cais” (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos) e “Maracangalha” (Dorival Caymmi).

Serviço

Show “Duo + Dois”, com Duofel, Carlos Malta e Robertinho Silva

Local: CAIXA Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro

Datas: 16 e 17 de novembro de 2019

Horários: sábado às 18 e 20h e domingo às 19h

Ingressos: Vendas a partir de 9 de novembro. R$ 30 e R$ 15 (meia – conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA). A compra pode ser feita com o cartão Vale Cultura.

Bilheteria: (41) 2118-5111 (De terça a sábado, das 12h às 20h. Domingo, das 16h às 19h).

Duração: 75 minutos

Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos

Capacidade: 125 lugares (dois para cadeirantes)

Mais informações de imprensa com Antonio Carlos pelo fone 99972-4792.