Nos bailes da vida

A “Dança Livre a Dois”, marca registrada do multiartista curitibano Ravi Brasileiro, faz sucesso junto aos alunos de todas as idades. Neste final de semana, de 23 a 25 de junho, acontecerá uma imersão nessa modalidade nova da dança de salão contemporânea.

É natural de Curitiba uma modalidade nova e integrante do movimento da dança de salão contemporânea, que tem levado para os salões, teatros, empresas, escolas e espaços públicos, como praças e ruas, um número maior de pessoas, interessadas na liberdade de movimentos do corpo, na leveza da mente e no cultivo de relações de afeto pautadas no respeito e na parceria. O que a sociedade grita como condições de sobrevivência, de relacionamentos saudáveis, de percepção da diversidade, como necessidade evolutiva e para a superação das desigualdades e do individualismo, é também expresso nesse método novo, que nasceu em 2014 na capital paranaense e que tem se tornado cada vez mais conhecido em todo o país e até lá fora.

Na “Dança Livre a Dois: o movimento que toca a alma”, projeto desenvolvido e patenteado pelo multiartista (músico e dançarino) curitibano Ravi Brasileiro, a pessoa não precisa ter um palco ou piso específicos para dançar, um tipo de calçado único, larga experiência, nem um parceiro fixo ou um formato de corpo estereotipado para movimentar-se no ritmo de qualquer estilo musical. A dança flui das vontades e sentimentos compartilhados, estimulada pelas consignas, técnicas, exercícios e orientações, sim, repassados nas aulas e imersões pelo seu professor e vem desassociada daquele mero jogo de conquista e sedução.

O lado terapêutico e motivacional do desprendimento proposto pela Dança Livre a Dois também é outro fator complementar que leva para as aulas, inclusive, pessoas com severas dificuldades motoras, dores físicas ou buscando na dança amenizar, superar e conviver com feridas emocionais, problemas familiares, sentimento de perda e sofrimentos por ausências diversas. A proposta do métoco da Dança Livre a Dois é um convite para as pessoas elevarem a confiança e a autoestima, para a recuperação da saúde física e emocional, para a melhoria das relações pessoais, para elas se conhecerem profundamente e, por consequência, esse conjunto de habilidades deixa a vida mais leve. O trabalho durante anos como personal dancer em clubes e festas também possibilitou que Ravi Brasileiro conhecesse de perto os desafios e os esforços que pessoas com diversas realidades e histórias levam para o centro das pistas de dança.

Ao longo de quase uma década, Ravi desenvolveu, incorporou e adaptou mais de 180 dinâmicas, catalogadas e estruturadas de forma que ele consiga saber o que cada aluno fez em cada aula e o que é preciso ainda complementar com novos jeitos de revisitar cada proposta, a fim de tornar os encontros sempre especiais e únicos. “Sou inquieto e criativo, vou buscando sempre formas diferentes de ministrar e não tenho uma aula igual a outra. Sempre vou trazer um exercício ou um outro complemento para que esse momento fique interessante, criativo, desafiador e, caso venha a perceber que a aula pede outro rumo, por conta do desafio de algum aluno, adapto e aprimoro na hora a programação”, comenta o professor. “Trago desafios que instiguem as pessoas a se descobrirem, a respeitarem a vontade do seu par na dança e a entenderem outras possibilidades de deixar o corpo se expressar e de brilharem”, diz.

Além das aulas ministradas, a Dança Livre a Dois é praticada nas oficinas culturais, em dinâmicas para a formação de educadores, nas semanas laborais, de motivação e nos programas de soft skills das empresas, bem como nas imersões que duas vezes por ano Ravi proporciona à comunidade. Para divulgar seu trabalho, ele realiza mensalmente bailes e aulas abertas a quem queira participar e se interesse por continuar frequentando as turmas e atividades regulares ao longo do ano.

Uma dessas imersões acontecerá neste final de semana. Inicia amanhã (23) à noite, com uma breve aula de apresentação dos fundamentos da Dança Livre a Dois, que precede à realização de um baile para quebrar o gelo. O baile da abertura será uma festa comandada pelo DJ Fredy Kowertz, em comemoração ao aniversário do professor Ravi. A imersão continua no sábado e domingo com as práticas propriamente do curso. O encerramento está previsto para acontecer às 13h de domingo, dia 25. Toda a programação acontecerá no Espaço Maydê – Eventos Inspiradores e Ecopousada -, que fica na Rua Virgílio Arcie, 98 – no Capivari, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba.

Grandes conquistas e superações

“Pra mente despir, pro ego dançar, pro corpo sorrir e a alma voar”. A frase é do próprio Ravi e pontua com precisão os propósitos dessa sua nova trajetória profissional. Ele destaca duas lembranças e experiências que marcaram muito sua vida desde que deixou de lado os formatos convencionais e tradicionais da dança de salão para se entregar às aulas e apresentações da Dança Livre a Dois. “Sempre que um aluno ou uma aluna nova chega, eu converso e busco entender os motivos que fizeram ela ir atrás da aula de dança. Uma vez, me surpreendi com a resposta de uma senhora de pouco mais de 70 anos, que me disse: - Para sobreviver!”. “Viúva, em luto há poucos meses pela perda do seu parceiro de vida e saindo de um tratamento de câncer, ela reencontrou na dança seu brilho no olhar e lindos motivos para celebrar a vida, continuar a sonhar e realizar grandes conquistas”, assinala o professor.

Um outro momento inspirador, exemplo de superação e que arrancou lágrimas emocionadas do professor, conta Ravi, foi com uma aluna nova, que tinha severas dificuldades de mobilidade, causadas pela fibromialgia, esclerose e outras doenças crônicas. Ao final da aula, é costume fazer uma sessão de relaxamento. Nas duas primeiras vezes, ela fez o relaxamento sentada e sempre contava com ajuda externa. Na terceira semana, pediu para se deitar, ainda com auxílio do professor. Na quarta vez, na hora de se levantar, perguntou a ele: “- Eu posso tentar sozinha?”. Ela se levantou e chorou bastante, revelando que não fazia aquilo há 10 anos! Contou também que, em uma tentativa frustrada em casa, ela havia caído da cama e ficou cerca de duas horas no quarto, esperando seu filho chegar em casa para ajudá-la a sair do chão.

“Eu enxerguei, a partir da transformação feita na vida das pessoas, o potencial terapêutico da Dança Livre a Dois. Entendi que isso é muito mais forte do que se imaginava”, acrescenta Ravi. “É o que me fez e me faz continuar com o desafio de empreender com arte, continuar colocando toda a energia no que gosto de fazer e para contribuir na melhoria da nossa vida em sociedade”, explica Ravi. “Busco sempre adquirir mais conhecimentos e informações, para além do afeto e do acolhimento que esses momentos proporcionam, por meio de parcerias com profissionais de áreas técnicas específicas ou capacitações em psicologia corporal, entre outros”, completa.

Serviço:

Imersão na Dança Livre a Dois – Ravi Brasileiro

De 23 a 25 de junho de 2023 (de sexta à noite ao domingo pela manhã)

No Espaço Maydê – Eventos Inspiradores e Ecopousada

R. Virgínio Arcie, 98 – Capivari, Colombo, PR

Mais informações e contatos: https://dancalivreadois.com/

OBS: Também podem ser entrevistados personagens entre alunos e contratantes das práticas da Dança Livre a Dois aplicadas ao ambiente corporativo e formação de educadores;

Multiartista Ravi Brasileiro estreia novo espetáculo em que interpreta uma jornada emocional da apatia ao entusiasmo

Pulsando a Vida em Alta traz à luz dilemas vividos no cotidiano e tratados em sessões de terapia que prometem envolver o público

É assim que Ravi Brasileiro, Tereza Karam e Lucas Abreu trazem ao público de Curitiba o seu mais novo espetáculo: Pulsando a Vida em Alta.

Os personagens do espetáculo são recortes dos próprios artistas na vida real, com alguns temperos em que a ficção e a realidade se flertam.

A psicóloga Tereza Karam, interpreta a si mesma como psicoterapeuta, cientista do comportamento humano, fascinada pelo funcionamento do cérebro e sobre como ele impacta nas emoções.

Como seu paciente, Ravi Brasileiro, jovem adulto, multiartista que busca equilibrar vida pessoal e profissional com qualidade de vida, ao trazer para as sessões suas oscilações emocionais. Além deles, o amigo músico Lucas Abreu, com quem ele compartilha o que aprende nas sessões de terapia.

Com uma transformação de seu personagem, Ravi Brasileiro atravessa dores emocionais profundas e lida com a transição de cada tom emocional até chegar ao grande entusiasmo.

Pulsando a Vida em Alta foi concebido a quatro mãos, pelo músico Ravi Brasileiro e a psicóloga Tereza Karam, que viu neste trabalho uma maneira de reformular sua forma de atuação profissional.

O espetáculo nasceu de uma palestra-show e foi remodelado, trazendo à tona os dilemas pessoais e situações cotidianas, os diferentes tons emocionais, comuns à maioria dos cidadãos, levando ao palco música e interpretações pessoais de forma cênica.

Apresentações

A estreia do espetáculo acontece na Regional Tatuquara no dia 16 de setembro, às 20h, com reapresentações nos dias 19 e 20 de setembro, no mesmo horário. A entrada é gratuita e a Regional Tatuquara fica na Rua Olivardo Konoroski Bueno, s/n, esquina com a Rua Presidente João Goulart.

Será apresentado também no Teatro Zé Maria (O Teatro da Classe), no dia 23 de setembro, sexta-feira, às 20h, com reapresentações nos dias 24 (sábado), às 20h e dia 25 (domingo), às 19h. O endereço do Teatro é Rua Treze de Maio, 655, no bairro São Francisco, Curitiba/PR.

“Pulsando a Vida em Alta” foi destaque no 'Dia Mundial da Criatividade' em 2019, evento endossado pela ONU e pela Escola de Criatividade, realizado no Sesc Paço da Liberdade. Foi selecionado pelo Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba, Edital Mecenato Subsidiado 117/2020, recebeu o patrocínio do Grupo Positivo.

Ravi Brasileiro grava espetáculo Quiçá que Sacudisse em Curitiba

Projeto Música no Paiol, promovido pela Fundação Cultural de Curitiba, adota formato digital por conta da pandemia de coronavírus e desafia artistas em shows sem plateia
Novembro, 2020 – No palco, os artistas. Na plateia, as câmeras! Assim foi adaptado o projeto Paiol Musical, que em seu terceiro ano consecutivo pela primeira vez adotou um formato sem plateia por conta da pandemia de coronavírus.
Entre os vinte artistas selecionados está Ravi Brasileiro, cantor e compositor curitibano que experimentou o novo formato proposto. Nos 22 anos de carreira, já havia feito diversos trabalhos audiovisuais, mas um espetáculo inteiro nesse formato foi algo absolutamente inédito.
“Confesso que foi algo novo e até estranho em vários aspectos, que parecem pequenos, mas fazem muita diferença pra mim. Até mesmo a iluminação do espetáculo muda, tudo mais claro, porque ela foi concebida para as câmeras. A vibração dos aplausos são como um termômetro de como cada canção mexeu com as pessoas. Uma risada ali, gente cantando lá, aquele olhar hipnotizado, um bebê falando… Pra mim não são detalhes, são vidas pulsando comigo, que transformam completamente a performance, porque me emocionam. Ali, sem essa presença, o desafio é abstrair o vazio e buscar a conexão pela memória", conta o artista.
Estar acostumado ao contato com o público é algo corriqueiro para quem vive de arte. Mas, em 2020, esse habitual contato passou por transformações, há quem chame de “novo normal”, devido a pandemia de coronavírus que impôs o distanciamento e o isolamento social desde o mês de março em todo o país.
Quiçá que Sacudisse
O espetáculo Quiçá que Sacudisse já foi apresentado em 2016 por Ravi Brasileiro, no entanto, para o Paiol Musical de 2020, o show passou por uma grande reformulação, trazendo mais maturidade e modernidade. São 14 canções que se conectam entre si durante toda a apresentação.
“Mexemos bastante na estrutura e na textura sonora, utilizando elementos eletrônicos, produzindo coisas novas e também reciclando a produção de discos anteriores. O baixo, por exemplo, deixou de ser tocado ao vivo e foi substituído por sons ‘bastante malucos’, propiciando texturas curiosas e especiais para cada canção”, afirma Ravi.
Quiçá Que Sacudisse - Ravi Brasileiro e Convidados é um espetáculo que tempera mundos através das composições de Ravi Brasileiro, nas quais os paradigmas atuais, os desafios do cotidiano e o amor são trazidos em histórias com grandes doses de humor e deliciosas provocações.
O espetáculo conta também com performances e intervenções de outros artistas que foram repensadas também por conta da pandemia. “A pandemia provocou alterações sensíveis na estrutura das interações que iriam acontecer no palco e, para assegurar a saúde de todos, as performances foram mais pontuais, o espetáculo ficou um pouco menos teatral, trazendo as canções para o primeiro plano”, declara o artista.
A concepção desse novo espetáculo aconteceu de forma coletiva, mesmo que cada um estivesse em sua casa, devido ao isolamento social, os ensaios aconteceram, muitas vezes, de maneira virtual.
“O trabalho de pré-produção foi fundamental para o crescimento do espetáculo. Foi um processo diferente e intenso, construído durante meses com outros artistas, tudo feito em conjunto. Os arranjos tiveram uma construção coletiva em que contei muito com a participação do Lucas Abreu (programações, percussão e tecladista) e do Sérgio Monteiro Freire (saxofones, guitarra e programações)”, destaca Ravi, que além dos parceiros musicais já citados, contou com três participações especiais: Janaina Fellini, Laura Binder e Otto Brasileiro.
Paiol Musical
Pela primeira vez em três anos, o projeto acontece sem plateia. “Este programa tão bem sucedido nos últimos dois anos teria que acontecer. Dessa forma garantimos o seu desenvolvimento, o reencontro dos músicos de forma segura e a produção de conteúdo de excelência para utilizar nos nossos espaços”, diz Marino Galvão Jr., diretor executivo do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, responsável pelo desenvolvimento do programa.
Os shows gravados no Projeto serão transmitidos durante a programação artística da Oficina de Música de Curitiba e nas comemorações dos 50 anos do Teatro do Paiol, que acontecem em 2021. A proposta, alterada devido à pandemia da covid-19, possibilitou a gravação de videoclipes de três músicas de cada grupo.
“A produção toda da equipe ficou sensacional e desejo que através desse espetáculo minha música reverbere e que as pessoas sejam impactadas por ela de maneira positiva”, conclui Ravi.
Sobre Ravi Brasileiro
A fluidez, diversidade e a liberdade rítmica são características marcantes nos 22 anos sua trajetória artística. Ravi Brasileiro mergulha no jazz, no soul, no reggae, na música caribenha e fundamentalmente na amplitude da música brasileira, sem parcimônia para mesclar universos distintos. Desde 1998, o artista se dedica à pesquisa de diversos gêneros musicais, comprometido em encontrar caminhos inusitados.
Ravi já se apresentou em diversos palcos, destaque para a Corrente Cultural Waltel Para Todos, dividindo o palco com Paulinho Moska, Lenine e Uakti; Vozes da Cidade e Teatro do Paiol, bem como uma turnê internacional pelo México e Guatemala.