Como harmonizar queijo minas e canastra com vinhos?

Para o Dia do Queijo, celebrado em 20/1, a sommelière da Wine dá dicas para combinar a iguaria com vinhos

No dia 20 de janeiro comemora-se o Dia Internacional do Queijo no calendário gastronômico, ocasião para degustar e falar sobre a versatilidade desse alimento que compõem combinações maravilhosas com diversos tipos de vinhos.

Conforme Thamirys Schneider, sommelière da Wine, o maior clube de assinatura de vinhos do mundo: “Para uma harmonização mais assertiva, é preciso estar atento à textura, intensidade, untuosidade e acidez do queijo. Os sabores agradáveis devem ser complementados pelo vinho.”
Muitas variedades brasileiras de queijos já possuem reconhecimento internacional, com destaque para os queijos canastra, minas e coalho, que estão classificados no TOP 100 conforme o TasteAtlas. Outras variedades para reforçar a lista de queijos nacionais são o Serrano e o Tulha.

Para orientar na hora da harmonização destes queijos deliciosos e brasileiríssimos, confira dicas da sommelière.

Queijo Canastra

Canastra é um produto de origem controlada com Indicação Geográfica Protegida, que só pode ser produzido em um dos sete municípios que compõem a região da Serra da Canastra, em Minas Gerais, segundo regras específicas de produção. Esta verdadeira joia mineira possui casca amarela, massa branca e macia, além de ter sabor forte e marcante, com um toque levemente picante e um pouco de acidez.
Para harmonizar, a dica é escolher tintos que tenham corpo médio, tanto taninos presentes e macios como acidez mais acentuada para ajudar a limpar o paladar. Devido aos sabores marcantes do Canastra, vale a pena escolher tintos com notas picantes, com especiarias, que tenham potencial de se somar às características do queijo. Outra dica maravilhosa, é acompanhar o queijo canastra com jamón serrano, uma charcutaria proveniente de um lento processo de cura, rico em aromas e sabores intensos.

A indicação para harmonizar é o Esteban Martín Reserva D.O Cariñena Garnacha Cabernet Sauvignon 2020, um blend de Garnacha e Cabernet Sauvignon da D.O Cariñena, Espanha, elaborado pela Bodegas Esteban Martín. Um vinho intenso, estruturado, produzido com práticas orgânicas, com taninos maduros e macios e longa persistência na boca.

(https://www.wine.com.br/vinhos/esteban-martin-reserva-d-o-carinena-garnacha-cabernet-sauvignon-2020/prod30829.html)

Queijo Minas

A nomenclatura faz referência a qualquer queijo produzido em Minas Gerais, independentemente de local ou processo de cura. Esse tipo de queijo pode variar de acordo com o grau de maturação e a região mineira de produção, mas no geral é um queijo com textura macia, esponjoso e com umidade. Possui massa leve, sabor suave e é levemente salgado.

Entre suas variações estão o queijo minas frescal, que é um queijo branco mais úmido e fresco e com mais soro, e o queijo minas padrão, que possui umidade bem mais baixa - quando comparado ao queijo frescal e apresenta um grau leve de maturação.

Para quem gosta de acompanhar o queijo Minas com algo doce, como goiabada, doce de leite ou mel, a combinação vai bem com espumantes moscatéis, vinhos brancos de colheita tardia ou vinhos brancos botritizados como o Sauternes. Para consumir queijo fresco puro, grelhado ou no pão, a sugestão são vinhos brancos mais leves como os elaborados com as uvas Sauvignon Blanc, Pinot Grigio, Vermentino e Tempranillo Blanco, ou espumantes brut.

Uma boa indicação é o italiano La Mora D.O.C. Maremma Toscana Vermentino 2023. Leve, volumoso, frutado com nuances minerais, e acidez marcante que dá frescor e persistência no final.
(https://www.wine.com.br/vinhos/la-mora-d-o-c-maremma-toscana-vermentino-2023/prod30745.html)

Queijo Tulha

O Queijo Tulha foi o primeiro queijo artesanal brasileiro a receber medalha de ouro internacional no World Cheese Awards em San Sebastian, na Espanha. Ele é produzido em Amparo, no interior do Estado de São Paulo, a partir do leite de vaca, e é maturado por 12 meses. Tem estrutura firme, como a de um parmesão, mas desmancha na boca, revelando suas notas frutadas, sabor salgado levemente acentuado e toques delicadamente cítricos.

Para harmonizar, a dica é apostar em um vinho branco mais estruturado e encorpado, como um Chardonnay com passagem por barrica que traz suas notas cítricas, mas apresenta maior volume e untuosidade no paladar.

O chileno T.H. [Terroir Hunter] D.O. Valle De Limarí Chardonnay 2023 é uma boa escolha, ainda mais se estiver acompanhado de um canapé de damasco com cream cheese, que deixará a experiência ainda mais saborosa e interessante.

(https://www.wine.com.br/vinhos/t-h-terroir-hunter-d-o-valle-de-limari-chardonnay-2023/prod30802.html)

Queijo coalho

O queijo coalho tem origem no Nordeste do Brasil e é amplamente consumido nesta região, inclusive compondo muitos pratos tradicionais da região, como o Baião de Dois. É um queijo mais úmido, de massa branca semi-cozida ou cozida, pouco salgado, levemente ácido e com teor de gordura médio-alto. Uma característica interessante desse queijo é sua resistência ao calor, o que possibilita maior variedade de consumo, como assado ou tostado, sendo muito comum encontrar espetinhos no litoral brasileiro.

Para aproveitar a versatilidade deste queijo que pode ser consumido de diversas maneiras, e harmonizar momentos na praia ou à beira da piscina, escolha um vinho branco com acidez vibrante, leve, frutado e com um final de boca mais adocicado, como os vinhos brancos da D.O.C Vinho Verde, ou vinhos elaborados com a uva Sauvignon Blanc, Chenin Blanc ou Pinot Grigio.

Para apreciar um queijo coalho com um toque adocicado, seja acompanhado com mel, melaço ou até mesmo bacon com molho de goiabada, vale apostar em espumantes moscatéis como o Espumante Maraví Moscatel, um exemplar leve, vibrante e adocicado na medida certa elaborado com uvas de vinhedos do Vale do São Francisco/BA.
(https://www.wine.com.br/vinhos/espumante-maravi-moscatel/prod30798.html)

Queijo Serrano

O Queijo Serrano é um dos queijos artesanais mais antigos do Brasil. Produzido com leite cru, logo após a ordenha, a tradição deste queijo remonta a meados do século XVIII, nos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Possui massa semidura, baixa umidade e sabor ligeiramente ácido com toque picante e aromas acentuados. Sua superfície é mais seca com cor mais amarelada e seu interior tem textura macia e levemente amanteigada, além de cor mais clara e uma textura elástica que quando exposta ao calor derrete facilmente.

É um queijo que permite muitas possibilidades de harmonizações, desde vinhos brancos com acidez vibrante e textura levemente amanteigada, passando por vinhos rosés de média estrutura, quando são escolhidos queijos mais frescos, até vinhos tintos mais jovens, corpo leve a médio, taninos delicados e macios, frutados e com boa acidez.

Em linhas gerais, as uvas Sauvignon Blanc, Alvarinho, Riesling e até mesmo um Chardonnay da Borgonha, devido ao seu toque mineral, harmonizam muito bem com um queijo serrano mais fresco. O Chardonnay francês Ropiteau Frères A.O.C. Petit Chablis 2022 é uma escolha acertada para esta variação de queijo.

(https://www.wine.com.br/vinhos/ropiteau-freres-a-o-c-petit-chablis-2022/prod29944.html)

Para aproveitar uma versão mais maturada do queijo serrano, é válido apostar num vinho tinto, como o brasileiro Ballade Merlot 2023. Exemplar leve, frutado e harmônico da vinícola Miolo.

(https://www.wine.com.br/valeu2024-231224/ballade-merlot-2023/prod30390.html)

Zé da Guiomar: o samba de Minas que conquistou o Brasil

Registro audiovisual com 14 canções que representam 20 anos de carreira estará disponível nos aplicativos de música e no YouTube a partir da próxima sexta-feira (22).

Duas décadas de amor ao samba. A trajetória do grupo mineiro Zé da Guiomar está sendo celebrada em grande estilo com o lançamento do "áudio-visuálbum" Zé da Guiomar – 20 anos que reúne uma seleção afetiva de 14 sambas que já tinham sido gravados nos quatro discos da carreira do grupo e que será disponibilizado na próxima sexta-feira (22), nos aplicativos de música e no YouTube. O repertório elegante e de bom gosto traz, além de composições autorais e de novos talentos do “quintal de casa”, releituras de sambistas consagrados como Paulinho da Viola, Eduardo Gudin, Riachão, Batatinha, Wilson das Neves entre outros.
O grupo – que antes da pandemia já contabilizava mais de um milhão de pessoas que assistiram seus shows em diversas cidades do país e até no exterior - é formado por Márcio Souza (vocal e violão), Valdênio Martinho (cavaquinho), Marcos Flávio (trombone), Gustavo Monteiro (7 cordas), Totove Ladeira (percussão), Alexandre Batista (percussão) e Rodrigo Martins (percussão). E o Zé não toca?
Na verdade, a origem do nome do grupo surgiu a partir de uma figura folclórica da aprazível cidade de Conceição de Mato Dentro (MG): o Zé da Guiomar: líder de congado, um sujeito boa praça e com vários casos engraçados, que sem querer batizou o grupo. Os músicos que ainda tinham uma banda sem nome, viram em Zé da Guiomar não só uma bela sonoridade, mas, essencialmente, a representatividade da cultura brasileira, e fizeram uma homenagem a todos os “Zés”, de tantas “Guiomar” (que podem ser mães ou esposas), espalhados principalmente pelo interior do país.
Nesses 20 anos de estrada, o grupo Zé da Guiomar lançou quatro discos, com um repertório marcante. Para o registro audiovisual comemorativo, os integrantes escolheram 14 músicas, divididas em três sambas de cada álbum lançado, exceto para o segundo trabalho – mais autoral – que foram escolhidas cinco faixas. Não foi uma escolha fácil, mas prevaleceu o critério da memória afetiva.
O primeiro disco – com o nome do grupo – foi lançado em 2004 com releituras de sambas. Deste álbum estão as composições “Ainda Mais” (Paulinho da Viola/Eduardo Gudin), “É Preciso Perdoar” (Alcivando Luz/ Carlos Coqueijo) e “Na Cadência do Samba” (Luiz Bandeira).
Quatro anos depois eles gravaram o CD O Samba Tá – basicamente com músicas autorais. Deste disco foram selecionados quatro sambas do grupo: “Dizendo Adeus” (Valdênio Martinho), “Faltou Você” (Valdênio Martinho/ Fernando Tolomelli), “Solidão” (Valdênio Martinho/ Márcio Souza) e “Cinzas” (Valdênio Martinho). E, ainda, “Nega de Obaluauê”, samba-rock do compositor Wando que ganhou um arranjo caprichado.
Respeitando a cronologia bissexta, em 2012, o Zé da Guiomar lançou o disco Samba Feiticeiro com repertório de sambas produzidos na Bahia. Deste trabalho foram selecionadas as faixas “Direito de Sambar” (Batatinha), “Retrato da Bahia” (Riachão) e “Moça Morena Maria” (Edil Pacheco/Wilson das Neves).
Finalmente, em 2017, veio o disco Carta na Manga, quarto álbum do grupo que trouxe no repertório compositores mineiros e sambas autorais. Deste CD, além da faixa-título “Carta na Manga” (Sérgio Astchim), também entraram as músicas “Desamor” (Pirulito da Vila) e “Juro que não” (Valdênio Martinho/Chico Amaral);
O "áudio-visuálbum" Zé da Guiomar – 20 anos trouxe importantes instrumentistas da cena mineira para participar da gravação como convidados especiais. Estão lá o acordeonista Celio Balona, 83 anos, que já havia participado no primeiro e segundo álbum do grupo - que tem o artista como referência e ressalta o bom gosto e a lucidez no repertório que ele desenvolveu ao longo de sua carreira. O cantor, ator e compositor Maurício Tizumba – um ativista do congado que desenvolve uma obra muito ligada às questões da cultura negra, participa no vocal de “Retrato da Bahia”. E o guitarrista e arranjador Juarez Moreira, que imprime sua personalidade jazzística na música “É preciso perdoar”. Fecham o time de participações especiais do Chico Amaral (saxofone) – conhecido como compositor e parceiro de Samuel Rosa -, o baixista Ezequiel Lima e o baterista Ramon Braga.
Em 20 anos de estrada o Zé da Guiomar se transformou em um dos grupos mais bem-sucedidos de Minas Gerais. A fórmula: um instrumental eficiente, arranjos criativos e um repertório cuidadosamente escolhido, que mescla temas próprios e clássicos de várias épocas e tendências. O grupo é um dos principais responsáveis pelo fortalecimento e renovação do samba na capital mineira.
A ideia inicial era gravar este trabalho ao vivo com público, celebrando a data, porém o longo período pandêmico obrigou o grupo a alterar drasticamente os planos. O álbum foi realizado por meio de Campanha de financiamento coletivo e as gravações foram em estúdio, porém com os músicos tocando juntos, ao vivo, o que tornou a sonoridade mais orgânica e realista. O resultado poderá ser conferido em breve nos aplicativos de música e no YouTube. Mas a festa continua. Depois do lançamento, a intenção é rodar o Brasil em turnê comemorativa e a festa começa no dia 13 de agosto, onde tudo começou, em Belo Horizonte, no Catavento Cultural.

FAIXAS (*os arquivos abaixo podem ser visualizados mas somente serão disponibilizados para o público na sexta-feira)

ÁLBUM "Zé da Guiomar – 20 anos"

01 - Ainda Mais (Paulinho da Viola / Eduardo Gudim) - https://youtu.be/xKlv7NHNR-M

02 - Dizendo Adeus (Valdênio Martinho) - https://youtu.be/0GkalWY1xBQ

03 -Direito de sambar (Batatinha) - https://youtu.be/BDYKuUypG1g

04 -Carta na Manga (Sérgio Astchim) https://youtu.be/h-toSqsrhaY

05 - Retrato da Bahia (Riachão) - https://youtu.be/gWXWaE48JPU

06 -Desamor (Pirulito da Vila) - https://youtu.be/rzYGsUmo11U

07 - É preciso perdoar (Alcivando Luz e Carlos Coqueijo) - https://youtu.be/hgAzO2738sI

08- Juro que não (Valdênio Martinho e Chico Amaral) - https://youtu.be/-Of2aLHSF2w

09 -Moça Morena Maria (Wilson das Neves e Edil Pacheco) - https://youtu.be/TntFCxKFFYc

10 - Faltou Você (Valdênio Martinho e Fernando Tolomelli) - https://youtu.be/f_4ABQmx4c0

11 - Solidão (Valdênio Martinho e Marcio Souza) - https://youtu.be/2BNhKh9B42A

12 - Nega de Obaluaê (Wando) - https://youtu.be/V0f97YK7pVw

13 - Cinzas (Valdênio Matinho) - https://youtu.be/oMFwtga3hrM

14 - Na cadência do Samba (Luis Bandeira) - https://youtu.be/6u3cX53SpqA

FICHA TÉCNICA
ÁLBUM Zé da Guiomar – 20 anos
Márcio Souza: Voz e violão
Valdênio Martinho: Cavaquinho
Marcos Flávio: Trombone
Totove Ladeira: Surdo e percussão
Alexandre Batista: Percussão
Rodrigo Martins: Percussão
Gustavo Monteiro: Violão 7 cordas
Convidado especial:
Chico Amaral: Saxofones
Participações especiais:
Célio Balona (Acordeom)
Juarez Moreira (Guitarra)
Mauricio Tizumba (voz)
Ramon Braga (bateria)
Ezequiel Lima (baixo)
Produção Musical: Zé da Guiomar
Gravação, Mixagem e Masterização: Fabricio Galvani (Estúdio Galvani)
Direção de Vídeo e Produção Audiovisual: Luis Evo (Primata Filmes)
Projeto Gráfico: Coletivo É
Assessoria de Comunicação: RB Escritório de Comunicação
Assessoria de Marketing Digital: Geração Y