“Orfeu e Eurídice”: montagem inovadora do Balé Teatro Guaíra estreia em novembro

"Orfeu e Eurídice", uma das mais conhecidas tragédias gregas, terá montagem inovadora do Balé Teatro Guaíra (BTG). A abordagem integrará elementos contemporâneos à mitologia clássica, um novo olhar sobre a obra, incorporando a estética das danças urbanas e com a trilha sonora ao vivo. O espetáculo estreia no palco do Guairão dia 9 de novembro, às 20h30.

Criada a quatro mãos pelo diretor do BTG, Luiz Fernando Bongiovanni, e o coreógrafo convidado, Eládio Prados, a coreografia cria um diálogo entre tradição e tempos atuais, conectando a lenda grega aos dias de hoje. Juntos, eles vêm desenvolvendo, há vários meses, um trabalho de pré-produção para preparar o elenco em uma possível fusão entre danças urbanas e dança contemporânea.

Cada coreógrafo conduz o processo de forma única, provocando os artistas a explorar novas possibilidades para que as cenas ganhem forma. Uma combinação de estilos completamente inédita e que promete surpreender o público.

“'Orfeu e Eurídice' entra na linha de trabalhos que fizeram muito sucesso no Teatro Guaíra, que eu poderia chamar de tradição revisitada. É uma tragédia, uma grande história de amor que termina mal e traz no seu enredo uma série de reflexões para o sujeito e o coletivo contemporâneo", diz Bongiovanni.

"É interessante frisar que, apesar de ser uma obra clássica, não teremos uma montagem tradicional, mas uma versão ligada aos tempos atuais, a uma ideia de modernidade com algo da estética da cultura urbana no que se refere à movimentação”, explicou. Ele conta que a proposta é apresentar o mito sob uma nova perspectiva, sempre com o encantamento que acompanha as obras da casa.

CAMINHO DIFERENTE – Eládio Prados, coreógrafo convidado com larga experiência em danças urbanas, explica ser esta a primeira vez que trabalha com uma companhia voltada para as danças contemporâneas e balé clássico.

"Dentro desse trabalho a gente descobriu um caminho muito diferente e que criamos uma movimentação bem híbrida, uma estética muito interessante, em que podemos utilizar a intensidade dessas movimentações das danças urbanas com a fluência natural do corpo dos bailarinos, criando uma obra diferente de tudo o que as pessoas já viram”, disse.

A trilha sonora também terá novidades. O compositor Ed Cortes traz uma abordagem mais eclética, com uma base eletrônica que irá dialogar com ele e seis músicos da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) executando músicas ao vivo. Entre os instrumentos envolvidos destacam-se harpa, viola, cello, guitarra elétrica, bateria, percussão, além de sax alto e baixo, interagindo com batidas eletrônicas, criando uma atmosfera sonora singular.

A direção de arte do projeto é assinada por Renato Theobaldo, Cássio Brasil e Lucas Amado, responsáveis respectivamente por cenografia, figurinos e iluminação. Cada um traz sua expertise para criar um universo cênico particular, onde a forma, cor, movimento e luz se combinam para provocar sensações e emoções distintas no público.

Outro destaque da produção é a consultoria artística do CircoCan, representado por Pedro Mello, responsável por elevar o espetáculo a uma nova dimensão: a dança que transcende o chão. Uma novidade na performance dos bailarinos que surpreenderá.

Após a estreia em 9 de novembro (sábado), as apresentações seguem nos dias 10, às 18h00, e no dia 11, às 20h30. Os ingressos nos valores de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) já estão à venda no site Deu Balada e na bilheteria do Teatro Guaíra.

SOBRE O MITO – Na história, Orfeu, filho de Apolo e da musa Calíope, é conhecido por seu talento musical, especialmente com a lira, instrumento que lhe permitia encantar tanto seres humanos quanto a natureza ao seu redor. Orfeu se apaixona perdidamente por Eurídice, uma ninfa, e os dois decidem se casar. No entanto, o destino afasta o casal de forma trágica: um pouco antes do casamento, Eurídice é picada por uma cobra e morre.

Devastado pela perda, Orfeu decide descer ao mundo dos mortos, do domínio do deus Hades, para trazer sua amada de volta. No reino do submundo, Orfeu usa a música para comover os deuses Hades e Perséfone, que lhe concedem uma oportunidade única: levar Eurídice de volta ao mundo dos vivos.

Os deuses dão a Orfeu apenas uma condição: ele deve seguir à frente e em nenhuma hipótese olhar para trás, para Eurídice, até saírem do reino inferior. Mas, tomado pela dúvida, quando está quase chegando na saída do reino de Hades, Orfeu olha para trás, e perde Eurídice para sempre, condenando a amada a permanecer no mundo dos mortos.

Serviço:

"Orfeu e Eurídice"

Datas: 9 de novembro, às 20h30; dia 10 às 18h, e 11 às 20h30

Local: Auditório Bento Munhoz da Rocha (Guairão)

Ingressos: na bilheteria do Teatro Guaíra e no site Deu balada

Balé Teatro Guaíra abre as comemorações dos 50 anos com A Sagração da Primavera

Balé Teatro Guaíra abre as comemorações dos 50 anos com A Sagração da Primavera

As apresentações serão nos dias 03, 04 e 05 de maio e serão acompanhadas pela Orquestra Sinfônica do Paraná

A programação especial do Balé Teatro Guaíra (BTG) para seu aniversário de 50 anos começa na próxima sexta, sábado e domingo, dias 03, 04 e 05 de maio, no Guairão. A companhia irá apresentar a montagem de A Sagração da Primavera com coreografias da portuguesa Olga Roriz, versão que veio aos palcos do Guairão pela primeira vez em 2012. As apresentações serão às 20h30 na sexta e no sábado, e às 19h no domingo. Ingressos R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Todas as os espetáculos contarão com a presença da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP).

Entre os anos de 2012 e 2014, o BTG apresentou A Sagração da Primavera por 09 estados brasileiros, alcançando mais de 30 mil espectadores. Com esta obra, a companhia recebeu um lugar de destaque no cenário nacional da dança.

"No meu ponto de vista, A Sagração da Primavera é uma das obras mais inquietantes e impactantes do repertório musical e coreográfico. A composição musical de Stravinsky e a concepção dramatúrgica e coreográfica de Olga Roriz me tocam profunda e genuinamente", diz Cintia Napoli, atual diretora do Balé Teatro Guaíra.

Esse sentimento de inquietação que a obra traz pode ser explicado, segundo Stefan Geiger, maestro-titular da Orquestra Sinfônica do Paraná, pela maneira como a música foi escrita. "Stravinsky transformou toda a orquestra em uma grande percussão. Podemos ouvir violinos imitarem o som das caixas claras e tambores, o que nos leva para dentro da época tribal na qual a história do balé se desenvolve".

O destaque para os sons da percussão faz sentido com a história de A Sagração da Primavera. A obra fala sobre um ritual pré-histórico de sacrifício ao Deus da primavera, movido pelos sons de bumbos e tambores. Uma jovem é escolhida pelos anciãos de sua tribo para dançar até a morte, na esperança de trazer boas colheitas e fertilidade ao seu povo. Essa atmosfera ritualística aparece na coreografia de Olga Roriz na forma dos movimentos carregados por fortes respirações dos bailarinos.

A versão que será apresentada nas comemorações dos 50 anos do BTG é diferente da original em vários aspectos. O mais evidente é o palco coberto com serragem e a névoa que envolve os bailarinos e ajudam a aproximar a plateia do clima primitivo que envolve a dança, a música e a história.

Outras duas mudanças acontecem com os personagens do Sábio e da Eleita. Em vez de ser um mero espectador da narrativa, o Sábio traça o percurso e prepara o terreno para o ritual de sacrifício ao deus da primavera. Já a Eleita não é mais uma vítima, e sim uma jovem mulher que se sente privilegiada por dar sua vida em troca de prosperidade ao seu povo. Para as três bailarinas que interpretarão o papel, esta é a chance de mostrar não só seus conhecimentos técnicos, mas também uma entrega total à personagem.

"Acredito que o grande desafio em dançar A Sagração da Primavera de Olga Roriz é lidar e se entregar à força expressiva imposta pela própria obra", afirma Cíntia Napoli. “Não existe outra possibilidade que não seja se entregar 100% até o final, este é o maior desafio, mas também o maior prazer em dançar esta montagem", complementa.

Mostra de Repertório - Balé Teatro Guaíra 50 anos

Além da Sagração da Primavera, o Balé Teatro Guaíra apresenta em maio os espetáculos Carmen (08/05, 20h30) e O Segundo Sopro (11/05, 20h30 e 12/05, 19h), duas grandes montagens de sucesso na história da companhia. Todas as apresentações serão abertas com trechos de O Grande Circo Místico, em memória a um dos balés mais famosos do Brasil e que foi concebido originalmente para o BTG.

Serviço:

Balé Teatro Guaíra 50 anos - Mostra de Repertório

Homenagem O Grande Circo Místico + A Sagração da Primavera -

com participação da Orquestra Sinfônica do Paraná

De 03 a 05 de maio, sexta e sábado às 20h30 e domingo às 19h

Homenagem O Grande Circo Místico + Carmen

Dia 08 maio, quarta-feira, às 20h30

Homenagem O Grande Circo Místico + O Segundo Sopro

Dias 11 e 12 de maio, sábado às 20h30 e domingo às 19h

Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto - Guairão

Classificação: Livre

Preço: R$20 (vinte reais) e R$ 10 (dez reais)