Exposição permanente de João Turin em espaço público promove acessibilidade da arte

As 100 obras mais representativas do artista podem ser apreciadas gratuitamente no Parque São Lourenço, em Curitiba, contribuindo para a popularização do legado deixado por João Turin

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Uma seleção representativa das obras do artista João Turin (1878-1949) está hoje acessível em um ambiente público, e pode ser apreciada gratuitamente por todas as pessoas que visitarem o Parque São Lourenço, na cidade de Curitiba. Lá foi construído pela Prefeitura da cidade o Memorial Paranista, em homenagem ao artista como um espaço para preservação e difusão de obras de arte, que abriga cerca de 100 esculturas e baixos relevos de João Turin em uma exposição permanente e em um jardim de esculturas ampliadas, a céu aberto. “Ser público e de graça nos aproxima do ideal de popularização da arte. O local passa a ser um espaço de convivência”, afirma Samuel Lago, um dos detentores dos direitos autorais do artista.

A conquista de um espaço privilegiado como este, que proporciona grande visibilidade ao legado de João Turin é um dos pontos mais altos de um trabalho minucioso de levantamento de seu legado: um resgate de ponta a ponta, realizado pela Família Lago e SSTP Investimentos, algo até então inédito no mundo das artes. Iniciado em 2008, quando tiveram início as negociações com a família de João Turin, o resgate compreendeu uma série de etapas, tais como pesquisa, localização de obras, catalogação, recuperação, fundição, entre outras.

Foram catalogadas 410 obras, contemplando não somente esculturas, mas também desenhos, pinturas, design de moda e criações arquitetônicas mostrando o quanto João Turin foi um artista versátil. As cerca de 100 obras presentes no Parque São Lourenço compreendem esculturas e baixos relevos em bronze. Antes do resgate artístico, muitos trabalhos deixados pelo artista estavam disponíveis apenas em gesso. “Estamos em um caminho de tornar o João Turin cada vez mais conhecido e sem dúvida uma exposição permanente é importante nessa estratégia e funciona super bem”, comenta Samuel Lago.

Construído pela Prefeitura de Curitiba e inaugurado em maio de 2021, o Memorial Paranista, no Parque São Lourenço, reuniu quase 100 obras de Turin graças a uma junção de esforços. Das 15 esculturas ampliadas, 12 foram compradas pela Prefeitura, e as outras 3 foram doadas pela Companhia Paranaense de Energia (Copel), por meio da Lei Rouanet (de incentivo à cultura). 78 esculturas em tamanho original foram doadas pela Família Lago para o Governo do Estado do Paraná, que emprestou as obras à Prefeitura de Curitiba em regime de comodato.

“É muito significativo ter um espaço de exposição permanente para um artista como João Turin, que retrata o imaginário do povo paranaense. Isso é muito importante como reconhecimento ao artista e como reforço de auto-estima do paranaense, que é um povo multifacetado devido a suas influências de colonização. É imprescindível que as pessoas conheçam os artistas locais. A gente só consegue isso com algo de larga extensão como uma exposição permanente, pois uma exposição temporária não teria esse alcance”, avalia Samuel Lago.

Na área externa há um Jardim de Esculturas com mais 13 obras em bronze, que podem ser vistas pelo público que visitar o parque. Todas essas esculturas são ampliadas e algumas ganharam proporções heróicas. A maior de todas é Marumbi, com 3 metros de altura e aproximadamente 700 quilos. Outro espaço importante é uma fundição elétrica e moderna, que também foi doada pela Família Lago e SSTP Investimentos, substituindo uma antiga fundição que estava obsoleta. Para agendar uma visita guiada, basta fazer um agendamento através do site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista.

Além de um reconhecimento de preservação cultural tão importante, o Memorial Paranista é também uma oportunidade de incentivar o turismo na cidade de Curitiba. “Do ponto de vista econômico para a cidade é muito interessante, pois tem um grande potencial de se tornar um local de visitação de turistas, como a Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame, que ficam próximas do Parque São Lourenço”, observa Samuel Lago.

Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Há esculturas em locais públicos de municípios do Paraná, Rio de Janeiro e na França. Turin também está no acervo de arte do Vaticano. A escultura “Frade Lendo” foi entregue como presente do povo brasileiro para o Papa Francisco, em 2013, na primeira visita do pontífice ao Brasil.

Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do estado do Paraná, João Turin veio ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura na Bélgica. Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa. Foi premiado no salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949.

Em junho de 2014, seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses. Esta exposição também teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e na Pinacoteca de São Paulo.

Serviço:
Memorial Paranista João Turin: Rua Mateus Leme, 4700 (Curitiba, Paraná).
Entrada gratuita.
Agendamento de visitas guiadas no site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista
Site sobre João Turin: joaoturin.com.br
Redes sociais: @escultorjoaoturin e facebook.com/escultorjoaoturin

Vídeo sobre o Memorial Paranista João Turin:
https://youtu.be/0ZevRuwdti8

Arquiteto Ricardo Tempel Mesquita diz que com pequenas atitudes podemos tornar a cidade mais acessível

Arquiteto Ricardo Tempel Mesquita diz que com pequenas atitudes podemos tornar a cidade mais acessível

Curitiba, julho de 2018 – Na tarde de ontem (19 de julho) o arquiteto e especialista em acessibilidade, Ricardo Tempel Mesquita, falou para síndicos, conselheiros e demais presentes, que é possível tornar a cidade mais acessível, se cada um fizer a sua parte. Mais do que isso, a acessibilidade não custa muito.

Ricardo ainda destacou que a acessibilidade é uma questão de empatia e solidariedade. “É nos colocarmos no lugar do outro e saber que as dificuldades enfrentadas por aqueles com necessidades especiais vão além das deficiências físicas. São aqueles que se acidentam e ficam impossibilitados de andar, os mais idosos que não conseguem conduzir os carrinhos de compras por calçadas e escadas, as mães e pais que não conseguem passear ou sair com seus filhos pelas calçadas da cidade – ou das próprias casas e condomínios. É triste quando em uma cidade as pessoas precisam andar na rua por achá-las mais seguras do que nas calçadas”, por exemplo.

O arquiteto ainda comentou que se todos os condomínios da cidade trabalharem a acessibilidade de suas frentes e entradas, por exemplo, teremos uma cidade mais acessível. “Uma pessoa estimula a outra. Quando um vizinho vê que as soluções são simples, bonitas, práticas e custam pouco, ele também se motiva a fazer a sua parte”, explicou.

Participaram do encontro o presidente do Sistema Secovi-PR, Luiz Antonio Langer, a vice-presidente de Condomínios, Maria de Fátima Batista Galvão e a presidente do Conselho de Síndicos, Siomara Freitas Kaltowski.

O especialista deixou algumas dicas e orientações sobre a acessibilidade, obrigações e formas de serem desenvolvidas:

CALÇADAS
· Assegurar toda segurança aos pedestres;
· Executar em material plano e não derrapante;
· Apenas obstáculos de utilidade pública;
· Proibido pedras irregulares ou lisas;
· Permitir fácil deslocamento de cadeiras de rodas;
· Deverá ser garantida faixa livre e contínua de circulação com, no mínimo, 1,20m, inclusive entre obras e mobiliários;
· Inclinação transversal máxima de 2%;
· Evitar plantas venenosas ou com espinhos, com raízes que danifiquem o pavimento e com ramos pendentes (mín. 2,10m do piso);
· De acordo com o art. 113 da LBI – Lei Brasileira de Inclusão, cabe aos municípios, estados e União a construção e manutenção dos passeios.
· Guias rebaixadas sinalizadas, com piso tátil de alerta no entorno do rebaixamento, executadas em material plano e antiderrapante, com no mínimo 1,20m de largura, inclinação máxima de 8,33% e ressalto de 1,5cm junto à pista para informação ao deficiente visual. Deverão estar ortogonalmente alinhadas entre si quando em lados opostos da rua.

RAMPAS
· Piso plano e antiderrapante;
· Inclinação máxima de 8,33%;
· Corrimãos em ambos os lados com altura máxima de 92cm e outro a 70cm, com curso livre, a 4cm de parede e diâmetro entre 3 e 4,5cm;
· Comprimento contínuo máximo de 9m (patamar mínimo de 1,20m);
· Obrigatória instalação de rampa suave quando houver desnível entre edificação de acesso público e o passeio, preferencialmente, paralela ao fluxo dos pedestres.

ACESSOS
· Largura mínima de 1,20m para circulações e 80cm para portas;
· Rampas onde houver desníveis;
· Capachos deverão estar embutidos e nivelados e tapetes deverão estar ficados ao piso;
· Grelhas e bueiros com frestas de até 15mm;
· Sinalização luminosa e sonora no acesso de veículos.

SANITÁRIOS
· Acesso com vão mínimo de 80cm com porta de correr ou com abertura para fora, com maçaneta tipo alavanca;
· Evitar box em vidro e com desnível;
· Círculo inscrito de 1,50m livre de obstáculos;
· Piso antiderrapante;
· Barras de apoio no vaso, lavatório e chuveiro;
· Lavatório suspenso, sem coluna ou gabinete, com barra de apoio e proteção no sifão;
· Vaso adaptado à altura da cadeira de rodas 46cm (sóculo ou tampa alta) e barras de apoio;
· Metais tipo alavanca, mono comando, quarto de volta ou automático.

ESTACIONAMENTOS
· Assegurar 4% das vagas (1 para cada 25), no mínimo 3, sinalizadas e próximas ao acesso;
· Não havendo estacionamento próprio, deverá ser sinalizada vaga em frente ao estabelecimento de acesso público, mesmo na área do ESTAR (estacionamento regulamentado);
· Deverá haver guia rebaixada sinalizada e rampa nos acessos ao imóvel, com circulações demarcadas, com, no mínimo, 120m de largura.

MOBILIÁRIO URBANO
· Apenas os indispensáveis e de utilidade pública;
· Mobiliário com volume maior na parte superior do que na base (telefone público, caixa de correio, lixeiras, bancas de jornais e placas com menos de 2,10m de altura) deverá ter piso tátil de alerta, com textura e cor diferenciadas, contornando o volume 60cm além da projeção.
· Telefones e elevadores deverão ter comunicação tátil (Braille).