Maior evento sobre o tema na América Latina segue até amanhã (domingo, 3) com palestras de convidados nacionais e internacionais
A empresária Cris Dios, a jornalista Mariana Ferrão, a bicampeã olímpica Sheilla Castro e a professora de neurociência Aline Castro. Crédito: Melito
Os caminhos do autoconhecimento, a busca do sucesso e o envelhecimento foram alguns dos destaques do primeiro dia do VII Congresso Internacional de Felicidade, em Curitiba. O maior evento sobre o tema na América Latina segue neste domingo e reúne cerca de 2 mil pessoas de todo país. A programação conta com convidados internacionais e brasileiros das áreas de ciência, filosofia, arte e espiritualidade.
Mestre em estudos da felicidade pela Centenary University e idealizador do evento, Gustavo Arns abriu o congresso destacando a revolução que vem acontecendo sobre o tema, desde a primeira edição, em 2016 – levando a temática inclusive para dentro das empresas. “A principal reflexão, desde o início da ciência da felicidade, é o que faz a vida valer a pena. O Congresso Internacional de Felicidade é um convite para que todos estejam abertos a receber novas respostas e a fazer novas perguntas.”
Para o mestre espiritual Sri Prem Baba, estamos em meio a uma revolução de consciência e, para realizarmos a felicidade plena, é preciso erradicar o que chama de “violência do sistema”. “Isso passa por eliminar a violência de nós mesmos – o vitimismo ou do jogo de acusações. Quando você se percebe reclamando da vida, está sendo tragado para as dimensões inferiores. Coragem de interromper esse ciclo e mudar”, defende o autor de obras como "Transformando o Sofrimento em Alegria" e "Propósito". Renunciar ao vício de olhar para os defeitos do outro e olhar para os seus próprios, na visão do pensador, é a base da verdadeira felicidade. “Aquela que não depende do outro reconhecer ou validar, nem de conquistas materiais”, completa.
Sucesso
Normalmente muito associado à felicidade, o sucesso foi tema do painel mediado pela professora de neurociência e saúde mental Aline Castro. “A definição do que é sucesso é algo muito particular e vai mudando ao longo da vida, assim como as nossas prioridades. A gente muitas vezes se confunde querendo que as pessoas que amamos sigam determinados caminhos achando que sabemos o que é sucesso para elas”, diz Aline.
Sheilla Castro, uma das atletas de vôlei mais premiadas do país e bicampeã olímpica, participou do painel ao lado da jornalista Mariana Ferrão e da empresária Cris Dios. Sheilla falou sobre essa mudança de perspectiva e da sua definição de sucesso ao longo da carreira. “É claro que a conquista das medalhas foi uma grande felicidade. Mas o sucesso para mim hoje é muito mais o meu dia a dia. É fazer o que eu quero e com as pessoas que eu amo, transbordando energia boa, gratidão e harmonia”, disse a atleta.
“Sucesso não é um ponto de chegada. Hoje tenho 46 anos e entendo o que é fazer uma caminhada de mãos dadas o tempo inteiro com o que é essencial. É manter a coerência, a verdade interna que eu busco diariamente”, completou a Mariana Ferrão.
Bela velhice
Mirian Goldenberg, doutora em Antropologia Social, colunista do jornal Folha de S. Paulo e da Vogue e autora de mais de 30 livros, falou sobre felicidade na perspectiva do envelhecimento. Mirian apresentou dados sobre uma série de estudos que fez ao longo das últimas três décadas com mais de 5 mil pessoas a partir de 60 anos.
Eles mostraram uma curva de felicidade em formato de “U” – ou seja, que tem o ápice no seu nascimento e retorna aos 80 anos. “Na média, os bebês têm tudo o que precisam para ser feliz. E essa curva vai caindo ao longo da vida, quando a pessoa começa a crescer e receber os ‘nãos’”, conta. “Por volta dos 45 anos, chega aquele momento que as pessoas, principalmente as mulheres, pensam: não sou nem jovem, nem velha – o que eu posso e não posso fazer? Em geral cuidam de filhos, marido, pais, trabalho e da casa e não se sentem reconhecidas. Quando chega a velhice, chega uma espécie de libertação”.
Para a jornalista, essa libertação vem acompanhada de uma espécie de invisibilidade social. “Essa contradição é importante para viver a chamada bela velhice. Já que me tornei invisível, cuidei de todo mundo e não de mim, agora é minha hora. Vou fazer o que eu sempre quis e nunca fiz.”
Mirian destaca três pontos importantes para a felicidade na velhice: autonomia, amizade/amor e alegria de viver. “A gente não pode brigar com a velhice. A gente tem que brincar com a velhice. É uma fase na qual podemos de fato ser a criança que nunca deixamos de ser.”
O primeiro dia de evento contou, ainda, com palestras da professora e escritora Ana Suy, do escritor Marcos Piangers, do jornalista Luciano Potter, da benzedeira, rezadeira e curandeira Merce, da cientista e pesquisadora da felicidade no trabalho Juliana Sawaia, da diretora de felicidade da Heineken Brasil Lívia Azevedo e do professor e palestrante Clóvis de Barros.
Festival da Felicidade
Paralelamente ao VII Congresso Internacional de Felicidade ocorre o Festival da Felicidade, um evento artístico e cultural gratuito que reúne a arte em suas diversas formas: música, teatro, dança, yoga, democratizando o acesso à cultura e oferecendo atividades para toda a família. O festival reunirá diversas atrações no parque neste domingo, até às 14h30.
SERVIÇO
VII Congresso Internacional de Felicidade
Datas: dias 2 e 3 de novembro de 2024
Local: Centro de Eventos Positivo - Parque Barigui (Al. Ecológica Burle Marx, 2518, Santo Inácio, Curitiba - PR)
Mais informações e inscrições: https://www.congressodefelicidade.com.br/
Instagram: @congressodefelicidade
Patrocínio: Banco CNH e New Holland, Colégio Positivo, O Jogo da Vida e Pós PUCPR Digital.
Apoio: Metalus, Helisul, Lunelli e Ibema
Sobre o Congresso Internacional de Felicidade
O Congresso Internacional de Felicidade reúne os maiores palestrantes do Brasil e do mundo para abordar o tema da felicidade a partir da ciência, arte, filosofia e espiritualidade. É um mergulho profundo de autoconhecimento e autodesenvolvimento pessoal e profissional. Um momento de reflexão acerca do que é a Felicidade e como podemos ser mais felizes a partir de múltiplos olhares com uma visão integral do ser humano. Mais informações no site: https://www.congressodefelicidade.com.br/
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