Covid-19 e o novo “normal”

*Mariana Schuchovski

No mundo todo fala-se muito em “voltar ao normal” após a crise do coronavírus, mas, afinal, o que é este normal?

Até 2019, o “normal” eram os incêndios no mundo todo causados pelas mudanças climáticas que, além de outras consequências, queimaram mais de 10 milhões de hectares de florestas na Austrália e mais de 40 mil hectares na Amazônia brasileira, matando pessoas e animais. “Normal” eram empresas, políticos e sociedades falarem de sustentabilidade, sem, no entanto, realizar as transformações necessárias proporcionais as suas responsabilidades.

Até agora, a pandemia global do coronavírus, com mais de 1,4 milhão de casos confirmados, já matou mais de 87 mil pessoas, segundo New York Times (dados de 8 de abril). Além de outros impactos econômicos e sociais, infelizmente, estamos distantes dos números finais.

Longe de querer enaltecer um dos períodos mais críticos que a humanidade já viveu, com a necessidade de isolamento social na maioria dos países, este momento demonstrou claramente que a economia mundial precisa de um novo “normal”.

Dados de satélite compilados pela Agência Espacial Europeia, NASA e outras instituições mostraram uma melhora dramática na qualidade do ar na maior parte do “primeiro mundo”, quando comparados aos da mesma época do ano anterior e também nas últimas semanas.

As emissões de gases de efeito estufa da China, por exemplo, reduziram em um quarto em comparação ao mesmo período do ano passado.

No entanto, muitos acreditam que esses e outros tantos benefícios ambientais percebidos até o momento serão temporários, já que a produção será aumentada para combater uma crise econômica induzida pelo coronavírus, que por sua vez levará a um aumento dos impactos negativos, com emissões nas condições chamada "poluição retaliatória".

Uma pesquisa da Universidade de Harvard, publicada em 5 de abril, concluiu que pacientes com coronavírus de áreas com altos níveis de poluição do ar antes da pandemia têm mais chances de morrer da infecção do que aqueles de regiões mais limpas dos Estados Unidos. Este estudo oferece o primeiro elo claro entre a exposição em longo prazo à poluição do ar e as taxas de mortalidade por covid-19.

Na quarentena, tenho visto que as pessoas e as organizações parecem muito mais engajadas com as questões de sustentabilidade, refletindo profundamente sobre sua interação com o planeta e as pessoas. Muitas estão discutindo suas reais necessidades de consumo e as suas verdadeiras fontes de riqueza e sucesso, com percepções bastante diferentes dos conceitos estabelecidos até o momento. Mas será que essas percepções continuarão a fazer sentido no final da crise, com a retomada de nossa rotina e das atividades ditas normais?

É fundamental que as reflexões do agora perdurem, pois ainda é preciso discutir e fazer muito sobre o impacto em médio e longo prazo dos principais problemas globais, como as mudanças climáticas, a miséria e a fome, e todos os tipos de desigualdades.

O economista americano Milton Friedman disse: “Apenas uma crise - real ou percebida - produz mudanças reais”. Sem dúvida, este é um momento decisivo na nossa história.

Reiterando a Organização das Nações Unidas (ONU), do relatório de março de 2020, “com as ações corretas, a pandemia da covid-19 pode marcar o renascimento da sociedade como a conhecemos hoje. Mas isso só será alcançado com o envolvimento de todos os atores - governos, academia, empresas, organizações da sociedade civil, comunidades e indivíduos, agindo em solidariedade de maneiras novas, criativas e deliberadas para o bem comum”.

Não há como seguir em frente e dar respostas aos impactos socioeconômicos da pandemia, sem compreender o real sentido da nossa interdependência, que nos instiga a compartilhar a responsabilidade para um modelo global de solidariedade.

Quais são as mudanças que as nossas sociedades estão dispostas a promover para que as duras lições desta crise possam nos levar a um novo e melhor “normal”?

*MARIANA SCHUCHOVSKI é Doutora em Ciências Florestais e vice-presidente do Comitê de Sustentabilidade da Amcham Curitiba

LIDE Futuro realiza encontro com Luanna Toniolo, co-fundadora da TROC

Filiados ao LIDE Futuro puderam conhecer o processo de trabalho do maior brechó on-line do Brasil

Na quinta-feira (5), a empresária, Luanna Toniolo recebeu filiados e convidados do LIDE Futuro Paraná para um encontro. O bate-papo aconteceu na matriz da TROC, em Curitiba.

Advogada por formação, Luanna atuou por um bom tempo na área de direito, porém sempre foi apaixonada pelo universo de sustentabilidade da moda. Em 2015, teve a oportunidade de estudar Gestão de Marketing na Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos. No final do curso, a empresária decidiu optar pelo caminho do empreendedorismo.

Assim foi criada a TROC, uma plataforma que conecta pessoas para vender e comprar roupas usadas . Atualmente, a empresa conta com mais de 40 mil peças de vestuário em seu estoque e comercializa em média 6 mil produtos por mês. Ao longo do encontro, Luanna contou sobre sua trajetória como empreendedora, mãe e esposa. Também, relatou as dificuldades, como mulher, de atuar no mundo dos negócios. O público pôde conhecer todo o processo de trabalho da empresa, desde o recebimento de peças até o envio de pedidos para os clientes. O espaço também conta com estúdio de foto, uma área exclusiva de peças de luxo e um notável estoque de produtos. De acordo com Luanna, o maior diferencial da empresa para outros brechós on-line do país, é a curadoria feita com as peças recebidas.

A Presidente do LIDE Paraná, Heloisa Garrett, diz que “hoje tivemos o LIDE Mulher e o LIDE Futuro juntos, falando de mulheres que atuam na área de tecnologia e empreendedorismo. Os filiados puderam conhecer o modo de operação do negócio e conhecer os números da TROC, que são impressionantes e, principalmente, a Luanna está inspirando uma grande transformação no modo de como consumimos moda e conscientizando como podemos ser mais sustentáveis”.

A co-fundadora do brechó, Luanna Toniolo, conta que os filiados do LIDE Futuro puderam tirar uma história de propósito e ideias de como servir o mercado de maneira diferenciada. “Estou muito animada para expor aos filiados, um pouco do nosso propósito, inspirá-los, além de mostrar que a inovação não é feita apenas de tecnologia”, diz Luanna.

A advogada, Gisela Trovo, especializada em direito da moda, diz que a experiência foi incrível. “Exemplos como o da Luanna nos inspiram a cada dia estar empreendendo, inovando, trazendo a tecnologia e, principalmente, a sustentabilidade - que é o futuro de tudo”, relata Gisela.

O LIDE Futuro, braço de atuação do LIDE Paraná, é formado por jovens de lideranças empresariais que atuam em diferentes áreas, como sucessores de grandes grupos empresariais, e empreendedores. Para conhecer mais sobre a atuação do LIDE Futuro, acesse o site oficial www.lideparana.com.br.