Com a robótica pode ser o fim das grandes incisões nas cirurgias cardíacas

Além da diferença expressiva no tamanho das incisões cirúrgicas, o tempo de recuperação de um paciente pós-cirurgia cardíaca cai de 6 semanas para 6 dias em média

Curitiba, junho de 2022 – Desde o início da pandemia, em 2020, o Brasil vem acumulando uma longa fila de espera de pacientes com doenças cardiovasculares. Os números, segundo o Ministério da Saúde, ultrapassam 60 mil pacientes que tiveram procedimentos suspensos ou adiados durante a crise com a covid-19. São milhares de pessoas. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), são realizadas, por ano no Brasil, aproximadamente 95 mil cirurgias.
Esses números mostram o impacto das doenças cardiovasculares na vida dos brasileiros. Sem contar as dificuldades das suas cardiopatias, muitos ainda precisarão encarar a intensa recuperação e o tempo de pós-operatório, que no caso das cirurgias tradicionais podem levar até seis semanas de recuperação. Mas o fortalecimento no país das cirurgias com ajuda da robótica pode ser o fim das grandes cicatrizes e de uma recuperação de 6 dias, e não mais 6 semanas. É o que explica o cirurgião cardiotorácico do Pilar Hospital em Curitiba, que que integra a holding Hospital Care, Milton Santoro.
Segundo ele, um fator limitante da cirurgia convencional sempre está relacionado com a incisão óssea. “Isso porque o coração é protegido por um arcabouço ósseo e, assim, para termos uma abordagem ampla ao coração nós precisamos realizar essa incisão óssea. E, como em qualquer circunstância semelhante a uma fratura, por exemplo, nós vamos ter de 4 a 6 semanas para uma consolidação adequada. Então isso trazia uma grande limitação para o paciente, extenso tempo de recuperação e maior risco agregado”, diz. “Atualmente, com uma abordagem mais específica, como é a cirurgia robótica, nós temos uma quantidade muito menor de trauma. Então a robótica é hoje a forma menos traumática para as cirurgias cardiovasculares com com a máxima qualidade de resultado”, avalia.
Recuperação mais rápida e menor tempo hospitalar
A experiência do cirurgião operando no robô Da Vinci do Pilar Hospital, um dos sistemas de cirurgia robótica de mais destaque e mais testado no mundo, revela que a há muitas diferenças em relação à cirurgia convencional. Para o paciente, uma imensa vantagem é a recuperação muito mais rápida, mas não só isso. “Envolve menos tempo de internação hospitalar, menos tempo na internação na UTI, menos fatores de risco inerentes ao procedimento, como sangramento, dor, e, aliado a isso, uma grande melhora estética porque não teremos grandes incisões. Com a robótica são incisões tão pequenas que, muitas vezes, podem ser camufladas até pelo local de escolha desses acessos e, principalmente, um retorno precoce à todas atividades, inclusive atividades físicas e práticas esportivas num tempo realmente surpreendente. Tem pacientes que vemos evoluir com procedimentos minimamente invasivos, com ou sem o uso da robótica, que em cinco ou seis dias está novamente indo para uma academia. Então, para o paciente é a chance de ter uma vida normal em um tempo bastante curto”, comenta.
Versatilidade que abrange qualquer procedimento cardíaco
Com a cirurgia robótica pode ser o fim do medo e do trauma que é a cirurgia cardíaca para muitos pacientes. Conforme Dr. Santoro, a cirurgia robótica para cardiopatias não oferece um tratamento diferente dos que já existem. Ela é a mesma cirurgia que sempre foi executada, agora apenas por uma abordagem diferente. “Não existe limitação da técnica relacionada com nenhuma doença. A única limitação que a cirurgia robótica vai enfrentar é em relação aos acessos. Como na cirurgia robótica nós temos que escolher uma abordagem porque não há uma grande incisão para se manipular as estruturas intracavitárias, nós temos que entrar sempre com determinado foco de abrangência para esse tratamento. Então, nesse aspecto, em alguns casos ela pode ter um pouco menos de versatilidade do que uma cirurgia convencional. Mas ela se aplica, praticamente, a todos os tipos de doenças, é só uma questão da estratégia a ser adotada: para as cirurgias congênitas, para as cirurgias valvares, principalmente, as cirurgias envolvendo a válvula mitral e para as cirurgias de coronária”, explica.
Melhor visibilidade, mobilidade e flexibilidade para o procedimento
Pode parecer que a tecnologia só auxilia os médicos. Mas não é bem assim. Quando cirurgias complexas, difíceis em situações exaustivas precisam ser realizadas os pacientes acabam assumindo um risco cirúrgico maior. A cirurgia robótica, já regulamentada pela Conselho Federal de Medicina, oportuniza uma melhora expressiva em relação à qualidade técnica da execução. “Isso porque os cirurgiões, como todos os humanos, têm limitações próprias dos movimentos e das articulações. Agora, em se tratando de um aparato robótico, essa limitação não existe, então conseguimos realizar movimentos por meio do robô que sem esse auxílio seriam extremamente arriscados ou até impossíveis. Isso se reflete numa qualidade melhor de execução e das circunstâncias enfrentadas em diversas cirurgias”, diz.
Outro benefício, segundo o especialista, é em relação à visualização ampliada. “Como nós trabalhamos com uma câmara de alta resolução com o robô, temos uma visão muito mais ampliada, com inúmeros detalhes do que está sendo feito e isso nos permite avançar em algumas técnicas de correção, com relação ao que nós faríamos com o olhar humano ou mesmo com o uso de lupas próprias para a cirurgia. Além disso, nós temos uma iluminação e um foco das estruturas perfeito, isso porque conseguimos ter todas essas vantagens ópticas com o uso do robô”, completa.

16ª Caminhada do Coração

Entre os dias 21 e 28 de setembro, o Hospital Cardiológico Costantini convida a população a caminhar, seguindo as recomendações de distanciamento social das autoridades, em locais autorizados

Com o objetivo de incentivar a população a combater o sedentarismo, desde 2005, o Hospital Cardiológico Costantini realiza anualmente a Caminhada do Coração. Em 2020, porém, com a pandemia e a necessidade de se evitar aglomerações, o evento terá uma edição especial. Entre os dias 21 e 28 de setembro, semana que antecede o Dia Mundial do Coração, celebrado no dia 29, o hospital convida a todos a realizar 30 minutos de caminhada por dia ou 150 minutos dentro de uma semana, respeitando os critérios de segurança e distanciamento social.

A caminhada deverá ser realizada em local de preferência do participante, seguindo as orientações das Secretarias da Saúde e Ministério da Saúde. A indicação é para que seja em um ritmo confortável para o participante e sem ficar ofegante.

Diretor do hospital, o médico cardiologista Costantino Costantini, explica que com a impossibilidade me manter o formato tradicional da caminhada, a ideia foi manter a conscientização de prevenção da doença cardiovascular. “Não podíamos deixar esse alerta tão importante de lado. Por isso, readaptamos e convidamos vocês a caminharem no parque, na praça, no clube, no bairro, seguindo a recomendação de momento do município. Observamos um aumento de mais de 50% em casos de doenças do coração nesse período da pandemia, pessoas que deixaram de procurar atendimento médico por medo de sair de casa. É preciso estar sempre alerta para o coração”.

Para aqueles que participarem, a organização criou um selo de participação da Caminhada do Coração. Ele deve ser postado nas redes sociais ao final de cada caminhada realizada. O selo e outras orientações podem ser encontrados no Facebook e no Instagram do Hospital Cardiológico Costantini. Abaixo, você encontra as orientações gerais.

Dia Mundial do Coração

Comemorado anualmente no dia 29 de setembro, a data faz parte do mês do coração, dedicado a atividades de alerta e conscientização sobre as doenças cardiovasculares, que são umas das principais causas de morte no Brasil e no mundo. A importância destas ações justifica-se pelos dados apresentados pelo Cardiômetro, ferramenta da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) que exibe em tempo real o número de óbitos por doenças do coração no país. Em 2020, até o momento, o Brasil já registra mais de 285 mil mortes.

Orientações para realização da 16ª Caminhada do Coração - edição especial:

É recomendado que você faça uma avaliação cardiológica pré-participação antes de iniciar um programa de exercícios e/ou atividade física. Ainda mais neste momento de pandemia;
Siga as orientações dos órgãos oficiais: Ministério da Saúde, Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS);
As medidas de distanciamento social devem ser respeitadas. Mantenha distanciamento mínimo de 1,5 m de outras pessoas. Lembre-se que de acordo com a Lei estadual (PR) n.20189 é obrigatório o uso de máscaras;
Caminhe em um ritmo confortável, sem ficar ofegante. Divida o tempo de caminhada ao longo da semana. O objetivo é realizar pelo menos 150 min de exercício neste período;
Mantenha os cuidados com a hidratação pré, durante e pós-exercícios. Atente para a utilização de roupas e calçados adequados. Nos dias de sol, utilize protetor solar.