Entre telas e taças

Confira 5 bons filmes com vinhos no roteiro, para assistir no streaming ou na sua TV, em companhia de seu rótulo preferido ou de alguns da Concha Y Toro

Quem aí não ama um bom filme que gire em torno do universo dos vinhos? Principalmente agora, que estamos limitados a viajar para visitar vinícolas espetaculares mundo afora, vale se contentar com uma história fascinante e uma bela taça de vinho para acompanhar. A VCT – Vinícola Concha Y Toro , que recentemente disponibilizou conteúdo gratuito de um curso EAD para amantes do vinho através do link https://www.youtube.com/channel/UCH_ZwYUmBgnMhDzX7e444aA?guided_help_flow=3 e lançou em abril a campanha #continue , estimulando as pessoas a fazer o que mais gostam em companhia de seus rótulos preferidos, sugere 5 vinhos e 5 filmes para as semanas que ainda nos restam na quarentena.

Confere aqui!

1)Um bom ano –Russel Crowe interpreta um investidor da bolsa e herda de seu avô, o notável ator Albert Finney, uma bela vinícola na Provence. O filme ainda tem Marion Cotillard, para alegria dos fãs da bela atriz francesa. As paisagens são de tirar o fôlego, e a cada vez que uma taça de vinho aparece em cena, dá vontade de sair correndo abrir uma garrafa.

Vinho para acompanhar – Don Melchor, porque é um corte de grandes cepas francesas, é requintado e único, como a própria história deste filme adorável.

Nada menos que o célebre enólogo Enrique Tirado está por trás deste grande rótulo! Foi produzido com 93% Cabernet Sauvignon, 3% Cabernet Franc, 3% Petit Verdot, 1% Merlot e descansou 14 meses em barris de carvalho francês (55% novos e 45% de segundo uso). Temperaturas inferiores às da anterior, marcaram esta safra, também influenciada pelo fenômeno El Niño. Os solos pedregosos de Puente Alto contribuíram para a drenagem das chuvas no período de colheita, permitindo um amadurecimento equilibrado. De vermelho escuro profundo, este vinho esbanja elegância e fineza, e apresenta importante expressão aromática, na qual se destacam notas de frutas vermelhas pequenas. Em boca, um ataque suave que se perpetua com um perfeito equilíbrio de sabores e um final de boa duração, com destaque para taninos delicados e equilibrados. Teor alcóolico de 14%

2) Sideways- Amelia Chardonnay – Não bastasse a carismática atuação de Paul Giamatti, o filme conta ainda com Thomas Haden, protagonista da série HBO Divorce, em interpretação hilária. O enredo se baseia na história de Miles Raymond, aspirante a escritor que presenteia seu amigo em sua despedida de solteiro com uma viagem enoturística pela California. Ambos se envolvem com duas mulheres, sendo uma delas tão apaixonada por vinho quanto Miles Raymond. O filme ganhou Oscar de melhor roteiro, inclusive. Vale a pena rever!

Vinho para acompanhar: Amelia Chardonnay, porque traz uma emblemática cepa tão popular na California e evoca o fascínio de vinhos feitos com ela.

Com o enólogo Marcelo Papa à frente deste premiado rótulo, Amelia tem um novo visual e uma nova origem para a produção de seu Chardonnay. A nova origem de Amelia é o resultado da busca da vinícola chilena Concha Y Toro por vinhos com caráter, que expressam as características únicas que o Vale de Limarí contribui para a Chardonnay, proporcionando grande frescura, mineralidade e acidez equilibrada aos vinhos. O vale de Limarí está localizado na região de Coquimbo, a cerca de 300 km ao norte de Santiago. De cor amarelo cristalino e brilhante, este vinho é complexo e possui várias camadas de aromas de flores branca e pêra, além de notas minerais predominantes. É refrescante e apresenta uma excelente combinação de estrutura e mineralidade, com um atraente nível de salinidade, em seu final fresco e longo.

3) O Julgamento de Paris – Don Melchor – O filme relata a impressionante performance dos vinhos californianos que desbancaram a supremacia francesa e colocaram produtores do Novo Mundo no Olimpo dos críticos e experts de vinhos. O famoso “Julgamento de Paris” aconteceu em 1976. No enredo, uma família de vinhateiros californianos à beira da falência, consegue colocar seu vinho nesta prova às cegas, arrematando a maior nota. E ainda tem os ótimos Bill Pullman e Chris Pine no elenco. Imperdível!

Vinho para acompanhar: Marques de Casa Concha Etiqueta Negra, porque traz na garrafa a elegância e a surpresa de um vinho complexo e notável, perfeito para acompanhar este filme intrigante

Elegante e complexo, com belos tons de vermelho escuro, o vinho tem corpo untuoso, com notas de cereja, salsaparrilha preta, cedro, amora e breu, além de um toque de grafite. Apresenta uma profunda concentração de sabores emoldurados por taninos intensos. Uma textura quase sedosa envolve sua estrutura tânica, que se destaca realmente no começo do longo final.

4) Sob o Sol da Toscana – Baseado em livro homônimo, o filme conta a história de Frances Maye, que foge para a Toscana ao descobrir que seu marido a trai. Além de belas paisagens desta região - uma das grandes produtoras de vinhos no mundo – as cenas sempre ganham a companhia de uma bela taça de vinho, elemento que compõe o pano de fundo e nos faz viajar pelo belo vilarejo toscano, em Cortona, onde as cenas são rodadas.

Vinho para acompanhar: Casillero Carménère, pela suavidade e o pomar de frutas e especiarias que traz, é uma boa companhia para rever este filme e suas belas paisagens.

Guardado em barricas de carvalho americano, cor vermelho intenso, escuro e profundo sugere aroma de ameixas negras, especiarias e groselhas maduras, junto com chocolate, notas de café e tostado. Boa estrutura e suave na boca. A carmenere é uma variedade de cepa que desapareceu de seu lugar de origem, o Médoc, ao norte de Bordeaux, depois da peste filoxera, reaparecendo depois no Chile no final do século XX. Taninos suaves e redondos, o fazem ideal para acompanhar queijos maduros.

5) Caminhando nas Nuvens - Passados 4 anos da II Guerra Mundial, Keanu Reeves, que faz o papel de um vendedor de chocolates, se envolve com Vitoria Aragon, interpretada por Aitana Sanches Guijon. No cenário, o vinhedo Las Nubes se destaca, e o casal se apaixona durante a colheita de uvas. Ambos enfrentarão grandes desafios a partir daí para viver este grande amor.

Vinho para acompanhar: Marques de Casa Concha Cabernet Sauvignon, um vinho cheio de personalidade, com forte senso de origem, e que também passou por desafios de elaboração para chegar ao seu notável caráter.

Outra obra prima de Marcelo Papa, este Cabernet Sauvignon descansa em 16 barris de carvalho francês e em fudre piemontês de 5 mil litros, por 16 meses. Tem potencial de guarda para ser consumido até 2024 ou pode ser bebido agora. De cor vermelho profundo, sugere nas notas de prova cereja untuosa, salsaparrilha, cedro, amora, alcatrão e presença de fumaça. Possui grande concentração de sabores moldurados por seus taninos firmes. Uma textura suave, quase sedosa, que cobre a firme estrutura tânica subjacente, que realmente aparece no início do seu longo final.

Um presente dos céus, uma surpresa da terra

Embora 15% menor, a colheita 2020 foi superior em qualidade, mesmo em tempos de pandemia

O enólogo Marcelo Papa, diretor técnico da Vinícola Concha Y Toro e responsável pelos vinhos Marques de Casa Concha, agradece à natureza e comenta que a colheita em 2020 foi um presente dos céus na elaboração dos vinhos da Concha Y Toro. Graças ao atípico clima quente e seco que marcou a safra, adiantando a maturação das uvas, o avanço do Covid -19 chegou em um momento em que a colheita já havia sido realizada, embora, normalmente a safra não termine antes de maio. No dia 31 de março, por exemplo, a vinícola já tinha cerca de 70% das uvas colhidas. Em um ano normal, tem-se cerca de 30% das uvas colhidas nos vinhedos. Em Limarí (ao norte de Santiago), a colheita aconteceu em datas próximas à de 2019. As variedades mais importantes foram colhidas por volta dos dias 15 a 20 de fevereiro, antes da chegada do coronavírus ao Chile. Entre os desafios, as viagens reduzidas e medidas para reduzir o contato entre as equipes.

Já no que tange à maturidade fenólica, esta foi bem avançada e bastante alinhada com a maturidade alcoólica. “Estamos muito felizes com a qualidade alcançada e podemos dizer que esta colheita será melhor que a de 2019, principalmente em Limarí e Maipo.“O mais difícil de tudo foi o cuidado e a preocupação com as pessoas e saber tomar as decisões certas para proteger a saúde de todos. Não tenho dúvidas de que, com tudo isso, tiraremos muitas lições, técnicas e humanas”, diz Marcelo Papa. A empresa tomou todas as precauções para proteger funcionários e a continuidade das operações.Além dos cuidados nas vinícolas, foram realizadas medidas de higienização preventivas nas instalações, fornecimento de equipamentos de proteção e recursos para os trabalhadores, salvaguardas especiais para grupos de risco, planos de trabalho online e flexibilidade de mão-de-obra. E todos mantiveram-se muito atentos às indicações do governo e da Organização Mundial da Saúde. Devido ao fato de a maioria das vinícolas da Cocha Y Toro estar longe das grandes cidades, o risco de contaminação foi menor, já que o vírus se propaga mais nitidamemte nos grandes centros urbanos.

Sobre as regiões e vinhedos que se destacaram, o enólogo destaca o norte , especificamente o vale de Limarí, onde o clima mostrou-se muito semelhante à safra 2018, em termos de radiação solar, luminosidade e temperatura, ano aliás, com características notáveis. Limarí, portanto, se destacou produzindo ótimos Chardonnay e Pinot Noir. Na zona central, vale do Maipo, berço dos Cabernet Sauvignon, notou-se também um desenvolvimento precoce das vinhas. Em geral, a colheita alí é concluída em meados de maio, mas este ano foi quase um mês antes. No vale do Rapel, as Carmenere também apontaram colheita antecipada, com o clima igualmente mais quente. No Maule, mais próximo à Cordilheira dos Andes, e mais afastado do mar, não chegou-se a ter uma temperatura tão quente quanto à colheita de 2017, repetindo-se ali também a antecipação de 3 semanas, em comparação aos outros anos.

Sobre Marcelo Papa e os vinhos Marques de Casa Concha

Super premiado, e diretor técnico da Concha Y Toro, Marcelo Papa está à frente dos vinhos Marques de Casa Concha há mais de dez anos. Foi enólogo do ano em 2004 pelo Guide to Chilean Wine, e em 2007, pela Chilean Circle of Wine Writers e Chilean Food and Wine Association. Em 2019 conquistou novamente a posição de melhor enólogo do ano pelo Chile Special Report do Tim Atkin.

Desde sua criação, Marques de Casa Concha tem sido amplamente reconhecido pela imprensa internacional e conquistado menções por 5 vezes na lista dos 100 melhores vinhos do mundo pela Wine Spectator. São vinhos fiéis à expressão de origem e variedade, e que representam a diversidade de terroirs do Chile. Experimentar novas técnicas de vinificação e manter o espírito inovador da marca, somando-se à habilidade de dar aos vinhos personalidade e sentido de origem, é o que move o enóogo Marcelo Papa a criar rótulos excepcionais, e o que faz dele um dos profissionais mais reconhecidos e respeitados do Chile.

Marques de Casa Concha Chardonnay

O Marques de Casa Concha Chardonnay é produzido no Vinhedo Quebrada Seca, em Limarí, Chile, a somente 22 quilômetros do oceano Pacífico, na margem norte do rio Limarí. Os solos são argilosos e ricos em carbonato de cálcio; as temperaturas são frias e as manhãs nebulosas, o que permite que a fruta amadureça lentamente e sejam obtidos, por fim, vinhos mais frescos. Com potencial de guarda até 2023 o vinho tem coloração amarelo claro. É um vinho complexo, elegante e vibrante, que proporciona sabores de pera branca com notas minerais e notas de avelãs torradas. Profundamente concentrado, com uma textura sedosa e camadas de pera e figo maduro, além de sabores minerais, final longo e vibrante. Harmoniza bem com Mariscos e peixes em molhos com manteiga, queijo ou creme; carnes brancas como coelho, peru, porco ou aves de caça; pratos leves à base de legumes ou grãos; curries suaves à base de leite de coco; ravioli, lasanha e polenta com molhos brancos.