Folia do Boi de Mamão 2025 segue até março no Litoral do Paraná

O evento reúne atividades para toda a família, que pode aproveitar os ensaios e folias de carnaval e trazer as crianças fantasiadas

A Folia do Boi de Mamão 2025 já começou no litoral paranaense. Com ações programadas até o dia 04 de março, os foliões poderão aproveitar as atrações, que incluem ensaios de carnaval e folias ao longo do mês. Todas as famílias são convidadas para esta grande festa e as crianças também podem participar fantasiadas.

O evento é uma produção da Associação de Cultura Popular Mandicuera com realização da Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, e com recursos da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal. O Bloco Carnavalesco Flor do Macambira é parceiro do evento, que conta com o apoio da Secretaria de Cultura de Paranaguá e da Prefeitura de Paranaguá.

“Este é um momento de celebração, que reúne famílias e amigos em prol da arte e da tradição oral. O espetáculo mantém vivas as histórias e mitos caiçaras”, afirmou Aorélio Domingues, mestre do Boi de Mamão desde o início dos anos 2000 e representante da Associação Mandicuera.

No Sul, a folia é do Boi de Mamão, mas no Norte do País é do Boi Bumbá, e no Nordeste, é do Bumba Meu Boi. Em todos, a essência da folia passa pela morte e ressurreição, que representa a preservação da cultura popular e o espírito comunitário das pequenas regiões.

“O Boi de Mamão é um auto de ressurreição, é uma manifestação cultural e folclórica típica do litoral catarinense e paranaense. Ele combina teatro, música, dança e comédia, destacando-se como uma celebração cheia de cor e vida”, comentou a coordenadora do projeto Mariana Zanette.

A narrativa tradicional inclui foliões e bonecos, que interagem de forma animada. Entre os personagens mais conhecidos estão o boi e o dono dele (Matheus), o cavalinho (responsável por trazer outros personagens), o médico e a Bernúncia.

A seguir, confira a programação completa:

Paranaguá

A programação em Paranaguá começou em janeiro com as oficinas de boneco e os ensaios, sendo os próximos nos dias 14 e 20, às 19h, na Rua da Praia.

Para os foliões que querem pular o carnaval, a saída de bloco acontecerá no dia 22 de fevereiro, com concentração às 12h e saída às 15h do Guincho, localizado na praça em frente ao Teatro Raquel Costa. As dançarinas da terceira idade da Unati (Universidade Aberta à Terceira Idade) também estarão presentes fazendo a apresentação de Balainha.

Confira a programação completa pelo Instagram:
https://www.instagram.com/boidemamaolitoral/

Litoral do Paraná

A Folia do Boi de Mamão estará presente em diversos municípios do litoral paranaense. Começando por Antonina, no dia 15 de fevereiro, às 15h, a folia será na Comunidade Agroflorestal José Lutzenberger. Depois seguirá para Guaratuba, no dia 25 de fevereiro, às 19h, na Praça dos Namorados. No dia 26 de fevereiro será a vez de Morretes receber a folia, às 15h, no Centro da cidade.

No dia 27 de fevereiro, Pontal do Paraná receberá os foliões, às 15h, no Ginásio do Primavera, na Avenida Tom Jobim. Dia 28 de fevereiro será a vez de Matinhos animar o carnaval, às 16h, no Calçadão no Centro da cidade. Encerrando as comemorações no dia 03 de março, a folia será na Ilha das Peças, às 15h, em frente à igreja.

Ilha dos Valadares

A Folia do Boi no Carnailha da Ilha dos Valadares acontecerá no dia 04 de março com saída às 16h em dois pontos de encontro: na Associação de Cultura Popular Mandicuera e no Bloco Carnavalesco Flor do Macambira. O Encontro dos dois blocos será na Praça Cyro Abalem, às 17h. O cortejo seguirá para o Itiberê às 19h.

História do boi de mamão

Em todo o Brasil, o boi foi trazido pelos jesuítas, que usavam o personagem para catequizar a comunidade. Os primeiros relatos no Litoral do Paraná são de 1920. “O boi possui características renascentistas de encenação, é um auto popular, que se assemelha muito com a estrutura da commedia Dell’ Arte”, conclui Mariana Zanette.

Couro de peixe vira moda nas mãos de estilista paranaense

Iguaria é produzida no Litoral do Paraná e possui qualidade igual ao do couro bovino

Em busca de materiais inovadores para produzir novas bolsas, a estilista Elyane Fiuza, natural de Paranavaí mas radicada em Curitiba, conheceu o couro de peixe: tanto o produzido em Pontal do Paraná como também o vindo do Mato Grosso. Esta novidade gerou uma coleção inteira de bolsas com a iguaria.

“Eu queria algo diferente. Quando descobri que estas peças iam empoderar mulheres de Pontal do Paraná, não tive dúvidas”, explica a estilista. A venda dos couros contribui para o rendimento de dezenas de famílias da região. No entanto, poucos produtores descobriram a qualidade, variedade e sustentabilidade que o produto oferece.

A usabilidade do couro de peixe foi descoberta por meio de pesquisas da Universidade Estadual do Paraná – Unespar. A professora doutora em zootecnia Katia Kalco explica que a qualidade deste produto equivale ao do couro bovino, de acordo com cada espessura e do curtume. Ela conta que uma das principais dúvidas acerca do couro é a respeito de seu cheiro: ele é inodoro.

Elyane utilizou couros de linguado e robalo (PR) e pirarucú (MG) para a confecção das bolsas. De acordo com a Dra. Katia, o robalo tem tamanha qualidade que também pode ser usado em bancos de automóveis e na produção de móveis.

Sustentabilidade. O couro que agora é usado para fazer bolsas seria jogado fora, como descarte da sobra do peixe. O processo é simples, mas trabalhoso. Antes de iniciar o curtume em si (no Curtume Comunitário de Couros de Peixe de Pontal do Paraná), as peças são limpas manualmente para a retirada de resíduos de carne. O processo todo leva dois dias e meio, enquanto que o curtume da pele bovina pode durar até 15 dias.

Mais informações: @elyanefiuza_oficial

14ª Festa do Fandango Caiçara de Paranaguá recebe apoio da TCP

Evento reúne oficinas, rodas de conversa, apresentações de fandango e feira gastronômica; nesta edição ocorrerá a estreia da Orquestra Rabecônica do Brasil no litoral do Paraná.

Entre os dias 23 e 27 de agosto acontecerá a 14ª Festa Nacional do Fandango Caiçara de Paranaguá. 21 grupos fandangueiros do território caiçara, no trecho entre as cidades de Paraty (RJ) e Itapoá (SC), irão se apresentar na Ilha dos Valadares.

O evento é gratuito e terá início com uma série de oficinas e mesas de debate envolvendo as comunidades tradicionais, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e entidades públicas. Na programação estão inclusas as oficinas de “Marcas Batidas nas Escolas”, dança tradicional do fandango; aula de afinação de viola com Fred Pedrosa; e oficina de rabeca com Zé Pereira.

Entre as apoiadoras do evento está a empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) que realizará, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Paraná (Sebrae-PR), uma Mesa de Turismo de Base Comunitária.

Segundo o superintendente Allan Chiang, “a mesa faz parte da Rede de Turismo Caiçara, lançada este ano pela TCP em parceria com o Sebrae-PR. O projeto busca dar orientações gratuitas aos moradores, que trabalham direta ou indiretamente com o turismo no litoral paranaense”.

Com início às 8h30 no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR, em Paranaguá, os participantes poderão debater estratégias e oportunidades envolvendo o turismo de base comunitária no litoral do Paraná. Além da realização da mesa redonda, a TCP realizou aportes ao evento. “Nós buscamos estimular o turismo local e apoiar projetos que preservem a cultura parnanguara, como é o caso da Festa do Fandango. Apoiar projetos locais é uma maneira de incentivar o desenvolvimento sustentável de uma região”, destaca Chiang.

Apresentações musicais e gastronomia caiçara

A partir do dia 25, serão realizadas as apresentações de fandango na Praça Cyro Abalém, que fica na entrada da Ilha dos Valadares. O destaque da programação será a estreia da Orquestra Rabecônica do Brasil, no dia 27, em Paranaguá. De acordo com a coordenadora do evento, Mariana Zanette, “esta é a primeira orquestra de rabecas no Brasil. Formada em Curitiba em 2011, agora a gente a traz pra cá esse ano”.

Zanette enfatiza que “a Festa do Fandango é um dos eventos mais genuínos e animados que Paranaguá oferece como atração turística e cultural. Não é à toa que o Fandango Caiçara é considerado Patrimônio Imaterial brasileiro desde 2012, em reconhecimento mais que justo concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas que anima este povo há mais de 400 anos”.

Ao lado do palco, haverá a Feira Ilha dos Paladares, atendendo ao público diversas opções da culinária caiçara. Entre as opções estão bolinho de barreado, croquete de siri, bolinho de camarão, pirão de bagre, arroz lambe-lambe, batata frita, barreado, isca de peixe, coxinha de camarão e bolinho de camarão. As bebidas locais disponíveis no evento serão mãe cá filha, cataia e cerveja artesanal.

O evento é uma realização da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e Prefeitura Municipal de Paranaguá, com promoção, organização, curadoria e produção: Associação de Cultura Popular Mandicuera.
Além da TCP, outras empresas e órgãos públicos estão apoiando o evento.

Grupos fandangueiros

Os grupos que irão se apresentar na festa são: Grupo Folclórico Mestre Romão, Grupo Pés de Ouro, Grupo Dona Mariquinha, Grupo Mestre Eugênio, Grupo Família Domingues, Grupo Viola Afinada Mestre Zeca, Grupo Mestre Brasílio e Fandanguará. Também estarão presentes Família Neves, Família Pereira, Grupo Chimarrita de Itapoá, Manema, Jovens Fandangueiros do Itacuruçá, Grupo de Fandango Caiçara de Ubatuba, Grupo de Fandango Bacurau e Grupo Sementes do Promirim. Outros que participarão do evento são Mestre Pedrinho, Orquestra Rabecônica do Brasil, Pirão do Mesmo, Raízes Fandangueiras e Grupo Mandicuera.

14ª Festa do Fandango Caiçara de Paranaguá

Data: 23 a 27 de agosto.
Local: Praça Cyro Abalém, Ilha dos Valadares – Paranaguá.
Inscrição nas oficinas: clique aqui
Para conferir a programação completa: clique aqui