Clima derruba produção de vinho na América do Sul, mas Brasil amplia volume e pode se beneficiar nas gôndolas

Segundo a Mirow & Co., expertise brasileira em rápidas adaptações de novas uvas pode favorecer país na reconfiguração do mercado; dados da Organização Internacional do Vinho de 2023 convergem com estudo da consultoria sobre impacto do clima nos preços da bebida e nas terras produtoras

Foto de Kym Ellis na Unsplash

A vitivinicultura, uma das atividades mais sensíveis à mudança climática, está colhendo os frutos do aquecimento global, com impactos que vão do campo à taça, mostra estudo da consultoria Mirow & Co.. Já há retração na produção de vinho e movimentos migratórios por parte dos produtores, deslocados pelo calor excessivo que vem inviabilizando regiões tão tradicionais como o Mediterrâneo. O Brasil, que nos últimos anos desenvolveu expertise em rápidas adaptações de novas variedades de uvas, tem oportunidade de posicionar o vinho nacional em uma reconfiguração do mercado mundial, avaliado em US$ 315 bilhões.

Em todo o mundo, a produção de vinho em 2023 foi a mais baixa desde 1960, segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), devido ao estresse climático e a doenças fúngicas generalizadas. Foram produzidos 237 milhões de hectolitros, 10% a menos que em 2022. A remoção de vinhas nas principais regiões produtoras seguiu pelo terceiro ano consecutivo, resultando em uma superfície plantada 0,5% menor que no ano anterior.

O Brasil foi na contramão dos produtores sul-americanos mais tradicionais, em 2023. Enquanto Argentina e Chile reduziram suas áreas plantadas em 1,1% e 5,6%, e apresentaram quedas de 23% e 11,4% na fabricação da bebida, respectivamente, os brasileiros expandiram a superfície de vinhas pelo terceiro ano seguido, com 1,5% a mais, e ampliaram a produção em 12,1% sobre 2022, volume 31,4% acima da média dos últimos cinco anos. No Chile, incêndios florestais, secas e inundações comprometeram o setor. Na Argentina, geadas e tempestades de granizo levaram ao volume mais baixo desde 1957, segundo a OIV.

"Um possível motivo para o Brasil se contrapor, diante desse fenômeno, é uma maior capacidade dos produtores brasileiros de se adaptarem a condições climáticas mais hostis à produção de vinhos finos, especialmente se comparado com países de clima mediterrâneo", afirma Fernando Fabbris, associado e líder da prática de mudança climática e sustentabilidade na Mirow & Co..

O estudo da Mirow & Co. mostra que o aquecimento global deve afetar o agronegócio como um todo, mas os efeitos são ainda mais profundos em cultivos muito sensíveis a variações climáticas, como vinho, café e azeite. “A cultura da uva e do vinho é considerada o canário nas antigas minas de carvão, que sentia os gases venenosos antes dos mineiros e alertava para a retirada dos trabalhadores”, comenta Fabbris.

Os termômetros mais elevados, a escassez hídrica ou o excesso de chuvas, como ocorreu no Sul do Brasil no ano passado, onde se encontra a maior parte da produção nacional, tanto colocam as safras em risco quanto alteram as características das uvas e, por sequela, as dos vinhos.

Terroir sob risco
Não é apenas a safra, em quantidade, que fica exposta ao risco. Cada evento extremo altera as propriedades das uvas e, consequentemente, as da bebida, resultando em sabores e acidez diferentes. “Os eventos climáticos extremos dificultam principalmente a produção de vinhos especiais, como aqueles que requerem mais maturação, processo que evidencia eventuais desequilíbrios”, comenta Fabbris. “O que se vê agora na Argentina e Chile é semelhante ao que ocorreu nas também tradicionais regiões produtoras da Califórnia (EUA), em 2020, e na França, em 2021”, acrescenta.

Regiões produtoras da Califórnia já tinham sido atingidas por incêndios em 2008 e 2017, mas em 2020, a destruição causada pelo Glass Fire foi ainda mais longa. O incêndio queimou o cultivo de Cabernet Sauvignon do Napa Valley por 23 dias, atingindo cerca de 30 vinícolas, muitas delas exportadoras de produtos premium. Apenas 20% daquela safra foi engarrafada. Além dos vinhedos destruídos, houve prejuízo no vinho produzido, cujo gosto foi contaminado pela fumaça. O problema é que esses sabores só foram perceptíveis após a fermentação e, em alguns casos, após o envelhecimento.

Muitas vinícolas do Napa Valley passaram a realizar colheitas mais cedo, reduzindo a exposição ao risco de incêndio, resultando em vinhos mais frescos, ácidos e com menos teor alcoólico, e também começaram a utilizar outras variedades de uvas, como Malbec, Tempranillo e Touriga, originárias de áreas mais áridas e menos vulneráveis à fumaça. Ou seja: pode ser que a Cabernet Sauvignon, tão cultivada no Napa Valley, não seja mais utilizada na região nos próximos anos.

No ano de 2021, a França passou por fenômenos meteorológicos díspares, desde o calor extremo à geada precoce, bem como chuvas intensas. Os eventos alteraram os períodos de desenvolvimento das plantas, sua capacidade de extrair água do solo e o crescimento das uvas, que também queimaram sob o sol.

“Não houve tempo necessário para o desenvolvimento dos aromas. O aumento da temperatura também diminuiu a acidez do vinho e aumentou o teor alcoólico”

No Vale do Rhône, as alterações no microclima estão levando a vinhos mais doces e com maior teor alcoólico, menos apreciados pelo consumidor que, nos últimos anos, tem buscado vinhos mais leves, de maior acidez e menor teor alcoólico. Com uma das menores colheitas desde os anos 1950, o prejuízo chegou a US$ 2 milhões em vendas.

“Os produtores franceses estão tendo que mudar os tipos de uvas e testar a resistência delas aos eventos mais extremos. A influente região de Bordeaux, em que a tradição das uvas está intimamente ligada à qualidade, certificações de origem e reputação da bebida, já começou a introduzir novas variedades”, destaca.

Impacto nos preços
O efeito desses testes vai demorar a chegar às prateleiras. As adaptações de uvas e terroirs levam de 15 a 20 anos.

Enquanto isso, no campo de todas as regiões produtoras são cada vez mais frequentes os recursos de proteção das parreiras, como tendas e argila borrifada, que funciona como uma espécie de filtro solar.

Outro fator significativo é o deslocamento de eixos produtores, em busca de maiores altitudes, como as regiões de clima temperado do Norte e Sul dos hemisférios. Na Europa, o movimento migratório ruma à Inglaterra e aos países nórdicos, que devem ter uma produção maior em dez anos. Na América do Sul, a Cordilheira dos Andes e a Patagônia são o principal destino.

“Há uma intensa mudança de estratégia em relação à comercialização de terras. Apesar da mudança para novas geografias, até o fim do século haverá uma redução de 50% da superfície cultivável, porque as novas áreas não rendem tanto”, complementa.

Todo esse movimento terá mais impacto sobre oferta e preço. “O reflexo no mercado é que o vinho premium ficará ainda mais caro, atingindo valores estratosféricos, e o de média qualidade terá ainda mais retração na oferta, com um choque maior entre preço e qualidade”, diz o associado da Mirow & Co..

O vinho brasileiro, que nos últimos cinco anos deu um salto de qualidade e ganhou mais destaque, vem de uma acentuada curva de aprendizado que pode favorecê-lo no novo cenário. “Com o choque de produção global pressionando os vinhos de maior qualidade, o vinho brasileiro pode se tornar uma alternativa”, avalia Fabbris.

Segundo a consultoria, o redesenho do mercado vai exigir cada vez mais tecnologia, inteligência e novos métodos de qualidade na produção, uma vez que os eventos climáticos tornam as técnicas preditivas ainda mais sensíveis, ampliando os riscos.

Enólogos, meteorologistas e engenheiros agrônomos serão ainda mais demandados no novo quadro de produções mais flexíveis e possíveis quebras de safra. “Será fundamental ter uma ótima gestão financeira e comercial, em meio a um mercado mais difícil de operar e com mais riscos sobre o preço. O produtor terá de buscar um salto de qualidade, pois a nova realidade vai separar os produtores convencionais dos mais sofisticados, provando sua resiliência”, pontua.

Sobre a Mirow & Co.
A Mirow é uma consultoria estratégica dedicada a ajudar seus clientes a enfrentar seus desafios mais complexos. Ao longo dos últimos 10 anos, atendeu a mais de 50 grandes empresas brasileiras e multinacionais em centenas de projetos, abrangendo setores como Energia, Infraestrutura, Automotivo, Celulose e Papel, entre outros. A firma possui uma equipe composta por mais de 40 consultores e 7 sócios, com escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro, além de uma extensa rede de parceiros globais em diversos países. A abordagem da Mirow combina metodologias inovadoras, alto rigor analítico e forte capacidade de implementação, oferecendo uma experiência excepcional para seus clientes.

Vindima RS 2024 ganha site com experiências exclusivas

Conheça as principais festas e eventos que acontecem no verão
e são uma das atrações mais divertidas para os turistas no RS

A colheita da uva direto dos parreirais é uma das atividades mais procuradas pelos turistas. Fotos Wine Locals, divulgação
A vindima é um dos momentos mais celebrados para os produtores de vinho do Rio Grande do Sul, e as experiências e eventos realizados somente na época da colheita da uva são imperdíveis para turistas e moradores locais que buscam uma programação diferente e divertida. Pensando nisso, o Vinho Brasileiro, marca do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS) para promoção dos rótulos nacionais, e a Wine Locals, plataforma especializada em experiências com vinho, desenvolveram uma página especial que reúne as principais vindimas e eventos que ocorrem somente nesse período no Rio Grande do Sul.

Na página www.vindimars.com.br é possível encontrar mais de 20 vinícolas que oferecem a experiência de colheita das uvas nos parreirais durante o dia e à noite, além da tradicional pisa das uvas, eventos em meio aos vinhedos, jantares especiais e muita gastronomia típica e vinho. No site também é possível encontrar informações sobre o que é vindima, dicas para aproveitar as experiências da melhor maneira, opções de hospedagem e muito mais.

A Serra Gaúcha é reconhecida nacional e internacionalmente pelos seus rótulos e pela tradição na produção de vinhos. Além da região, outras partes do Rio Grande do Sul, como a Campanha Gaúcha, têm se destacado na elaboração de vinhos e também concentra experiências em vindimas. O período das festas da colheita ocorre nos meses de janeiro, fevereiro e março.

“Fomentar o mundo do vinho e proporcionar vivências para cada vez mais pessoas é o nosso propósito desde a fundação da Wine Locals. Essa é sem dúvidas a época mais esperada do ano e por estarmos tão próximos dos produtores e das vinícolas, sabemos de todo o trabalho e empenho colocado em cada rótulo. Por isso, através dessa parceria, queremos alcançar ainda mais pessoas para prestigiar essa festa,” afirma o empresário Diego Fabris.

Entre as experiências disponíveis estão desde as mais tradicionais, passando pela colheita das uvas nos parreirais e a pisa das uvas como era feito antigamente, até opções como jantares sob as estrelas em meio aos vinhedos, cursos e atrações específicas que remetem ao período da colheita e até uma vindima com samba.

"Cada estação revela um charme, mas a época da vindima transforma a paisagem com cores e aromas. É um momento especial para vitivinicultores e apreciadores do mundo do vinho, é um período de valorização e celebração da cultura e da tradição", afirma a gerente de Promoção para o Mercado Interno do Consevitis-RS, Cristina Carniel.

Parceria estratégica na promoção do enoturismo gaúcho
Cristina salienta a parceria entre o Consevitis-RS e a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), ressaltando o comprometimento conjunto na promoção do setor vitivinícola gaúcho. Essa colaboração tem como objetivo fortalecer as tradições culturais e econômicas associadas à colheita da uva em diversas regiões do Estado, enfatizando o enoturismo, celebrando os vinhos e espumantes, bem como a rica herança cultural associada ao processo de colher a fruta.

As vinícolas participantes, não apenas na Serra Gaúcha, mas também na Campanha e em outras regiões produtoras, oferecem experiências únicas que refletem a diversidade e a riqueza enológica do Rio Grande do Sul. Durante essa época especial, muitas cidades programam festas gratuitas, com entrada franca para uma variedade de atividades, proporcionando aos visitantes uma imersão completa na atmosfera festiva da vindima.

A Wine Locals
Referência no segmento enoturístico no Rio Grande do Sul, a Wine Locals é uma plataforma de experiências com vinho feita por apaixonados por novos lugares e novos rótulos. O objetivo do negócio é conectar as pessoas ao mundo do enoturismo com criatividade, inovação e tecnologia. Através de uma curadoria especializada, ajudamos as pessoas a viverem esse universo com experiências disponíveis no Brasil, na Argentina, no Chile e no Uruguai.

O Consevitis-RS
O Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS) atua no apoio, difusão e financiamento de demandas relacionadas à produção de uvas, vinhos, sucos de uva e demais produtos derivados no âmbito agrícola, produtivo, técnico, promocional, cultural, ambiental, jurídico e institucional. O instituto também está envolvido em programas de ensino, pesquisa, extensão e inovação, visando ao constante desenvolvimento e aprimoramento do setor vitivinícola.

Passeio pelo Complexo Enoturístico evoca memória históricada vitivinicultura regional

Antigos equipamentos utilizados na vinificação fazem parte da ambientação do espaço

Assim como a matéria-prima de qualquer indústria, a uva também necessita de equipamentos para ser lapidada. Utensílios que ampararam esse processo, contribuindo na sua transformação em néctar na forma de vinho ou de espumante, compõem uma das grandes atrações do revitalizado Complexo Enoturístico da Cooperativa Vinícola Garibaldi.

A presença desses aparelhos nos corredores do espaço do enoturismo e do varejo, datados desde fins do século 19 a meados dos anos 1980 do século passado, ajuda a compor não só um panorama histórico da vitivinicultura regional como da própria trajetória de evolução do vinho brasileiro.

Andar por ali é como visitar um museu dedicado à enologia. Ao todo, são 10 acessórios expostos, como bigunços e mastelas. Outros cinco itens pertencentes ao acervo da vinícola foram apenas catalogados e serviram para inspirar na montagem do espaço. Entre eles estão equipamentos como a “slita”, um rudimentar veículo sem rodas puxado por mulas, de meados dos anos 1880, similar a um trenó e utilizado para transportar a colheita da uva dentro das propriedades. “Geralmente, ela era construída a partir de dois troncos de árvores ou uma "forquilha", onde eram apoiados os cestos para o transporte”, conta o jornalista Cassius André Fanti, responsável pela pesquisa histórica que amparou a ambientação dos espaços.

Para dar início à proposta, ele realizou um levantamento de equipamentos guardados na vinícola. Fotografou cada um deles e estabeleceu a sequência da cadeia produtiva, desde a colheita da uva, o transporte até a propriedade, a elaboração do vinho colonial ou a destinação à vinícola e o processo industrial. Além disso, pesquisou registros bibliográficos sobre o tema, visitou museus e entrevistou trabalhadores de outros tempos que utilizaram alguns dos equipamentos ou preservam a memória de itens usados em sua época e na de antepassados.

Fanti destaca como esses acessórios contribuíram para estabelecer o desenvolvimento da vitivinícola regional. “A cultura da videira evoluiu juntamente com os avanços tecnológicos de cada época, principalmente porque as condições geográficas da Serra do Nordeste do Rio Grande do Sul nunca foram favoráveis ao trabalho humano. Só se comemora a importância econômica e social deste setor atualmente porque homens e mulheres superaram desafios inimagináveis e criaram habilidades para abrir caminhos, com superação e persistência, para estabelecer o que hoje nos orgulhamos em chamar de Região da Uva e do Vinho”, avalia.

Além da “slita”, o jornalista destaca outra curiosidade garimpada em sua pesquisa. Trata-se da “sfoladora”, também utilizada nos primórdios da viticultura na Serra, e um dos equipamentos catalogados pela pesquisa. “Hoje, alguns estabelecimentos turísticos a utilizam para que os visitantes "pisem as uvas". Antigamente, ela ficava sobre a mastela para a extração do mosto. Em resumo, é uma espécie de caixa com furos em sua parte de baixo”, explica Fanti.

Clique Para Download
7==QOzojMiJDZ5UmOyJmLt92YuEmcyVGdAlGbsV2Y1xWYtF2czVmbhZnO4UTM3QTM1MDOyozZlBnauc3bsdzNzcjZ5UTZ2EjN0EzY0UTOzUWOxUTOhdTZkNTO2YmNGJTJ2YmNGJTJzcTM1MjRyUiMwIDNx8VL0ETLfpDN
Clique Para Download
7==QOzozYzUWOyEmOyJmLt92YuEmcyVGdAlGbsV2Y1xWYtF2czVmbhZnO4UTM3QTM1MDOyozZlBnauc3bsFjYhlDN3QGOygjN0EmZmhDM0AjMwQTMxQGO3IWY1gzMGJTJ1gzMGJTJzcTM1MjRyUiMwIDNx8VL0ETLfpDM
Clique Para Download
7==QOzojZ3ETYlBjOyJmLt92YuEmcyVGdAlGbsV2Y1xWYtF2czVmbhZnO4UTM3QTM1MDOyozZlBnauc3bsFWZzI2N3YWZ2EzN3MDZiZGMiRDNxIjNzQWO2E2Y4gzMGJTJ4gzMGJTJzcTM1MjRyUiMwIDNx8VL0ETLfpzM

Clique Para Download
3==QOzoDMlZWOlBjOyJmLt92YuEmcyVGdAlGbsV2Y1xWYtF2czVmbhZnO4UTM3QTM1MDOyozZlBnauc3bsRDZ1QjN3EWMxkjMwYGZxADOhBTOyYTNxcjYlJzYihTYGJTJihTYGJTJzcTM1MjRyUiMwIDNx8VL0ETLfpzM

Itens em exposição

- Bigunço (até os anos 1980)
Parecidos com pipas de madeira, eram usados para o transporte das uvas entre as propriedades rurais e as vinícolas

- Desengaçadeira (década de 1950)
É a etapa inicial do processamento da uva. Este equipamento separa os grãos do cacho e inicia o processo de esmagamento.

- Mastela (década de 1880)
Tina de madeira onde eram colocadas as uvas para serem pisadas no processo de esmagamento para extrair o mosto para a elaboração dos vinhos. Além disso também serviam para a trasfega do vinho ou para o preparo da calda bordalesa (verderame, no dialeto), um fungicida para ser aplicado nas parreiras.

- Prensa Manual (década de 1940)
Separa as partes sólidas (casca, sementes) do líquido através da compressão dos grãos nas paredes internas.

- Bomba manual (década de 1950)
Usada para transferir vinhos entre as pipas e para auxiliar no engarrafamento.

- Amadurecimento (pipas de madeira)
Após a fermentação e filtragem dos vinhos, o vinho fica por um período para concentrar aromas e ganhar maior complexidade.

- Envasadora (Utilizado a partir da década de 1950)
Aparelho para encher garrafas e outros recipientes de vinho ou espumantes. Modelo manual cuja pressão era exercida por gravidade.

- Rolhadora
Aplicava as rolhas em garrafas e garrafões por meio de pressão, para garantir a conservação dos vinhos e, em alguns casos, no envelhecimento nas próprias garrafas.

- Gabietador
Usada para prender as gaiolas nas garrafas de espumantes (amarrações com arames que seguram a rolha

- Capsulador (década de 1950)
Colocava a cápsula no gargalo das garrafas, com o objetivo de proteger a rolha e a bebida de possíveis danos.

Itens do acervo, catalogados

- Slita (a partir de 1880)
Parecido com um trenó, era um veículo sem rodas puxado por mulas, utilizado para transportar a colheita da uva em cestos, das parreiras até a propriedade.

- Sfoladora (década de 1880)
Também era usada para a pisa das uvas. Espécie de caixa com furos em sua parte de baixo, que era colocada sobre a mastela.

- Carroça (começaram a ser construídas na região a partir de 1885)
Meio de transporte com tração animal (geralmente bois) usado para a transportar os bigunços com uvas.

- Balaios
Cestos produzidos com vime (fibra natural obtida de um arbusto) utilizados para armazenar a uva após a colheita até serem transportadas à propriedade.

- Rotuladora
Equipamento utilizado para a aplicação dos rótulos em garrafas, melhorando muito a padronização de sua identificação, já que antes eram feitos manualmente.

Ilustre sua pauta com outras imagens em alta: Link
Crédito: Augusto Tomasi