Paciente de 80 anos recupera a qualidade de vida ao poder andar sem desmaiar

Procedimento minimamente invasivo, realizado no fim de dezembro, implantou um transcateter de válvula aórtica

Curitiba, janeiro de 2022 – Dificuldades para fazer uma caminhada simples, até a cozinha, sem desmaiar. Essa era a realidade da dona Nely Lourdes Rizzi, de 80 anos. Nos últimos dias de dezembro a sua vida mudou, já que ela conseguiu, por meio de uma parceria entre fabricantes, Pilar Hospital e seu Instituto de Ensino e Pesquisa, a passar por um procedimento minimamente invasivo para a implantação de um implante transcateter de prótese valvular aórtica (do inglês “TAVI – Transcatheter Aortic Valve Implantation”), e sua intervenção foi transmitida em um workshop para diversos países, como forma de capacitar outros cardiologistas intervencionistas a realizarem o procedimento.
O implante transcateter de prótese valvular aórtica tem sido utilizado como alternativa ao tratamento conservador (por cirurgia aberta) em pacientes com estenose aórtica grave sintomática. “Trata-se de um procedimento minimamente invasivo onde é inserida uma nova válvula para substituir a válvula doente por meio de um cateter. Essa intervenção apresenta menos riscos, com menor tempo de recuperação e retorno mais rápido para casa e a anestesia é local”, explica Dra Deborah Nercolini, cardiologista intervencionista.
A estenose aórtica é uma doença degenerativa que atinge 5% das pessoas com mais de 75 anos, sendo caracterizada pela redução da área efetiva da valva, exigindo um esforço cada vez maior do coração para conseguir bombear o sangue pelo corpo, enfraquecendo o órgão. “Essa técnica ainda não está disponível no sistema público, devido ao custo, mas se formos comparar com o custo de uma cirurgia aberta, com internações, maior tempo de recuperação, e os riscos para pacientes dessa idade, o custo acaba sendo equivalente ou menor no acompanhamento a médio e longo prazo. A grande diferença é que o paciente submetido a TAVI tem uma recuperação mais rápida, podendo voltar à sua vida normal em menos de 3 dias, apresenta menos internamentos subsequentes e, consequentemente, onera menos o sistema público e os sistemas de saúde.
Desde 2021 o procedimento passou a ser coberto por alguns planos de saúde no Brasil e, de acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, está indicado para pacientes que tenham mais de 70 anos, com quadro de estenose aórtica grave sintomática, e que tenham anatomia favorável para a realização de implante transcateter.

Hospital Cardiológico Costantini alerta para a importância de cuidar do coração durante a pandemia

Equipe médica ressalta os riscos das doenças e intensifica protocolos de cuidados

Completando 22 anos em 2020, o Hospital Cardiológico Costantini alerta a população para a importância de manter os cuidados médicos durante a pandemia do coronavírus. Com receio de procurar atendimento hospitalar, os pacientes têm descontinuado os tratamentos, o que acaba aumentando os riscos de infarto e outras doenças relacionadas ao coração.

De acordo com o diretor do Hospital, Costantino Costantini, em épocas de pandemia, fatores de risco, como estresse, sedentarismo e obesidade aumentam e é preciso ter uma atenção especial com o coração. “Se a pessoa estiver com algum sintoma de infarto, como dores no peito que podem irradiar pelo braço e região do estômago, suor excessivo, tontura, falta de ar, indisposição gástrica, braço amortecido, dores nas costas ou na mandíbula, por exemplo, é necessário que ela procure atendimento médico imediatamente”, explica o médico cardiologista.

Dados internos mostram que houve uma redução de cerca de 50% em número de consultas e exames durante a pandemia. Entretanto, o Hospital afirma que intensificou todos os protocolos de cuidados necessários para a não proliferação do vírus no ambiente hospitalar e que os pacientes não podem deixar o tratamento de lado. Para se ter uma ideia, segundo números do Cardiômetro, indicador criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia para mostrar o número de óbitos por doenças cardiovasculares no Brasil, foram pouco mais de 189 mil mortes pelo coração em 2020, até agora.