Cachaçaria de Morretes produzirá álcool 70 para combater o Coronavírus

Produção foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vai suprir a falta do produto na cidade do litoral paranaense

Crédito: Divulgação Porto Morretes

A cachaçaria Porto Morretes começou a produzir nessa quinta-feira (26), álcool 70%, que será doado para a Secretaria Municipal de Saúde de Morretes, município do litoral do estado. O produto será destinado para a limpeza e higienização do hospital e de postos de saúde da cidade.

Ao todo, poderão ser produzidos 500 litros de álcool por dia, pelo menos durante os próximos 30 dias. O período poderá ser prorrogado de acordo com a necessidade do município. Embora a cidade ainda não tenha registrado nenhum caso da Covid-19, o Coronavirus, a procura pelo álcool na cidade foi grande e o produto sumiu dos mercados.

Segundo o sócio-diretor da empresa, Fulgêncio Torres, a própria empresa entrou em contato com o hospital e se disponibilizou a realizar a doação do produto que está sendo muito demandado. “Esse é um momento de dificuldade para todos nós e nessas horas temos que procurar ajudar aqueles que mais precisam. Esperamos oferecer essa contribuição para fortalecer a luta contra a doença”, afirma ele.

Crédito: Divulgação Porto Morretes

Para iniciar a fabricação do álcool, os produtores de cachaça entraram em contato com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), que fez a solicitação da produção à Anvisa. Como as cachaças têm graduação alcoólica de 45 e os aguardentes de 54, foi necessária a autorização do órgão de Vigilância Sanitária, que permitiu a produção.

A cachaçaria precisou realizar alguns rápidos ajustes em seus equipamentos para iniciar a fabricação do álcool. O produto passará por todas as inspeções necessárias antes de ser utilizado.

A Porto Morretes é uma cachaça premium que esteve por vários anos entre as melhores e, em 2016 foi eleita a melhor Brasil, além de já ter recebido premiações internacionais.

Segundo a coordenadora estadual de agronegócios do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, a iniciativa é um exemplo de empreendedorismo solidário e demonstra como micro e pequenas empresas podem ajudar durante o período do Coronavirus.

“Temos em nosso estado micro e pequenas empresas com insumos, produtos e uma capacidade técnica que podem ser de grande utilidade nesse momento. Precisamos estimulá-las e valorizá-las para que possam prestar sua contribuição”, afirma.

Em Curitiba, evento debate o cenário e mercado de chás e ervas

No Sebrae/PR, movimento valoriza a cultura local, as plantas nativas, o alimento limpo e sustentabilidade

Para discutir as perspectivas da produção de chás na Região Metropolitana de Curitiba e também no Paraná, o Sebrae/PR promove nesta sexta-feira (13), das 13h30 às 18h, na sua sede, em Curitiba, o SlowTea – Chás do Paraná. As inscrições são limitadas e podem ser feitas pelo sistema Sympla por meio do link https://www.sympla.com.br/slow-tea---chas-do-parana__798600.

O evento abordará os desafios e avanços na produção e beneficiamento de ervas, plantas aromáticas e medicinais que podem ser utilizadas na gastronomia, fármacos, temperos e bebidas. Maria Isabel Guimarães, consultora do Sebrae/PR, adianta que o evento, realizado dentro do Comunidades Sebrae – Agro, é aberto para empresas da área e empreendedores envolvidos na cadeia.

“Teremos produtores, consumidores e empreendedores de comércio e varejo, além de sommeliers e especialistas. O setor está em alta no momento. Falaremos dos mais diferentes usos de chás e das ervas, como na gastronomia, medicina, na indústria cosmética e outros”, explica.

De acordo com o IBGE, o Paraná é o maior produtor de erva-mate e camomila do país e possui longa tradição na produção de diversas ervas. O cultivo da erva-mate, por exemplo, foi grande propulsor da economia paranaense no século XIX, conhecida como época do “ouro verde”.

A necessidade de fortalecer o mercado regional foi o motivo principal para a organização do evento. “Não é desejo que esse trabalho aconteça só em Curitiba, mas no Paraná todo que é forte na produção. Precisamos nos posicionar como marca coletiva para o Brasil e mundo. O objetivo envolve a valorização de empresas do setor no que diz respeito à qualidade, segurança e mercado”, pontua Maria Isabel.

Dados do Deral/Seab, de 2017, indicavam o Paraná como o maior produtor nacional de plantas medicinais, aromáticas e condimentares. O estado responde por 90% da produção nacional.

O evento contará com uma palestra de abertura ministrada por Dani Lieuthier sobre as expedições de chás e ervas por diferentes biomas do Brasil e do mundo, seguida por uma apresentação das frentes de atuação e projetos do SlowTea. Um painel da análise sensorial da erva-mate também será apresentado, assim como o mapeamento ecológico de produtores de ervas aromáticas e medicinais. Os participantes poderão ainda realizar conexões profissionais durante o tea break e encerramento do evento.