Organização abre fundo de crédito e capacitação para microempreendedores de baixa renda afetados pela crise do Coronavírus

Fundo fornece empréstimos com taxa de juros de 1,5%, além de conteúdo de educação financeira; não é necessário ter CNPJ

O impacto que a pandemia do Coronavírus está causando na economia brasileira é enorme, em empresas de diferentes portes e setores. Para os microempreendedores de baixa renda, que dependem de forma imediata da renda do seu negócio, os danos são ainda mais devastadores. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem hoje mais de 46 milhões de microempreendedores e trabalhadores informais. Para atender a esse público, a Aliança Empreendedora, em conjunto com a Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), criou o Fundo Emergencial de Apoio a Microempreendedores.

A iniciativa é composta por um fundo de empréstimos financeiros, com juros baixos, e cursos de capacitação online e gratuitos destinados a empreendedores de comunidades de baixa renda, formalizados ou não, que estão passando por dificuldades por conta da crise do Coronavírus.

“A Abcred é a parceira ideal para esse momento, pois assim como a Aliança Empreendedora, trabalha em rede. Possui 34 instituições associadas distribuídas no Brasil inteiro e principalmente em regiões do interior, uma capilaridade que nenhuma outra organização de microcrédito tem e uma grande responsabilidade na distribuição de crédito”, explica Helena Casanovas Vieira, cofundadora e Diretora de Pesquisa e Desenvolvimento Aliança Empreendedora.

Crédito

O fundo tem duas modalidades: perdido, quando é realizada a doação do recurso aos empreendedores para terem fôlego durante a crise; e fundo com retorno, com taxa de juros de 1,5 % ao mês, bem inferior ao praticado no mercado, que é de 3,9% ao mês. A análise de crédito leva de três a quatro dias e o valor é fornecido via transferência bancária ou cartão pré-pago.

O diretor financeiro da Abcred, Fabio Maschio, explica que a solicitação pode ser feita pelos microempreendedores diretamente com as instituições associadas e não é preciso ter CNPJ. “Os trabalhadores informais serão um dos grupos mais afetados, por isso a facilitação na liberação de crédito para esse perfil de empreendedor é fundamental”, comenta.

As organizações que desejam contribuir e aportar recursos no Fundo Emergencial devem entrar em contato diretamente com Aliança Empreendedora.

Capacitação

Além do crédito, os empreendedores receberão conteúdo de educação financeira, desenvolvido pela Aliança Empreendedora, por meio dos agentes de microcrédito e financeiros. São videoaulas, ferramentas e material de apoio - em uma linguagem acessível, rápida e prática - compartilhados por meios digitais como o Whatsapp e redes sociais.

A capacitação ajudará o microempreendedor de baixa renda a planejar o futuro do negócio de forma consciente. “Saber utilizar o crédito é fundamental em momentos como este que estamos passando e o agente de crédito possui um importante papel nesse momento” destaca Fabio Maschio, Diretor Financeiro da Abcred.

“Com essa parceria vamos conseguir construir conteúdo em conjunto e fazer com que o microcrédito seja mais orientado do que ele tem sido até então”, finaliza a cofundadora da Aliança Empreendedora.

Aliança Empreendedora

Criada em 2005, a instituição faz parceria com empresas, governos e organizações sociais para desenvolver modelos de negócios inclusivos e apoiar microempreendedores que estão em comunidades de baixa renda. A Aliança Empreendedora está em todos os estados brasileiros e concretizou 165 projetos, treinou 134 organizações e apoiou mais de 100 mil microempreendedores no Brasil.

Jovens engrossam estatísticas de desemprego no Brasil

Na contramão do censo, a dbm oferece oportunidades para jovens aprendizes no mercado de trabalho e 70% deles são efetivados

A taxa de desemprego no país está em 11,8%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada no último mês de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Driblar essa situação é um desafio ainda mais difícil para a população entre 18 e 24 anos. Dados apontados pelo mesmo estudo mostram que, entre os jovens, a estatística sobe para 26% — mais do que o dobro em comparação ao índice geral.

Na contramão do censo estão Guilherme Coelho, 20 anos, e João Carlos Costin, 19 anos, colaboradores da equipe da dbm, empresa paranaense especializada no desenvolvimento de tecnologias para o setor de contact center. Os dois ingressaram na companhia muito jovens, como menores aprendizes, e foram efetivados. Guilherme está na dbm há 3 anos e 7 meses, cursa administração de empresas e já ganhou algumas promoções até virar analista de control desk, seu cargo atualmente. Para ele, todo esse crescimento é sinônimo de segurança. “Estou numa empresa que pode me proporcionar um futuro promissor e meu plano é fazer carreira na dbm”, conta.

João Carlos também começou como menor aprendiz e foi efetivado após 7 meses. Já tem diploma de técnico em informática e agora faz o curso de análise de desenvolvimento de sistemas. E além do ótimo ambiente de trabalho – o alto astral é a marca registrada da empresa, segundo os colaboradores da dbm – a possibilidade de crescimento é outro fator que faz João Carlos vestir a camisa da corporação. “A chance de crescimento profissional é uma conversa recorrente por aqui e vemos que a empresa valoriza essa questão. A dbm é um lugar muito importante para mim, para minha autoestima. Eu organizo a parte técnica de todos os sistemas que serão usados pelas operações. Amo o que eu faço e ter contato com todas as pessoas do prédio inteiro é uma responsabilidade muito grande. Por isso, me orgulho do meu trabalho”, depõe.

E todo esse entusiasmo é reflexo da política da área de recursos humanos da dbm, com foco no desenvolvimento e retenção de talentos. A capacitação faz parte da filosofia da corporação, tanto para os jovens, que passam pelo estágio do primeiro emprego, como para as pessoas que estão na faixa dos 50 anos ou mais e que buscam a recolocação no mercado de trabalho.

Eliana Tartaglione, gerente de RH na dbm, explica que, os jovens aprendizes, que ingressam na companhia antes de completar 18 anos, passam por um grupo específico conhecido como job rotation, com duração de três meses, no qual têm a oportunidade de transitar por várias áreas. E quando percebem que determinado colaborador tem um perfil diferenciado e habilidades específicas, ele já é alocado nessa área na qual apresenta familiaridade e afinidade.
Mas, antes disso, esses jovens que nunca tiveram contato com o mercado de trabalho, passam por um processo de integração que irá norteá-los por toda a vida profissional. “Eles são acompanhados por uma psicóloga que os ajuda a acalmar toda essa ansiedade, gerada por uma grande mudança, que é a entrada no mercado de trabalho. Além de receberem todo esse acolhimento, os colaboradores aprendem como se portar no novo ambiente, qual a vestimenta e as formas de comunicações adequadas ao regime funcional e o que fazer para se destacar”, complementa Eliana.
Todo esse esforço por parte da companhia traz grande recompensa para a contratante e para o contratado: cerca de 70% dos menores aprendizes, que ingressa na empresa na faixa etária dos 16 anos são efetivados. Aqueles que não continuam na dbm, ao concluírem 18 anos, geralmente vão se dedicar aos estudos e procurar uma oportunidade de trabalho na sua área de atuação. Para todos eles, porém, a bagagem adquirida na dbm tem um grande peso na trajetória profissional. “Os colaboradores amadurecem e ganham segurança quando passam pelo processo de formação dos menores aprendizes. Desde o primeiro dia são acompanhados de perto por supervisores e iniciam em atividades de baixa complexidade. Assim que vão ficando mais seguros, ganham mais responsabilidade. É bem comum encontrar jovens retraídos, devido à insegurança. O acompanhamento, no dia a dia, por profissionais da área, é uma forma de reverter esse quadro. No final do processo eles estão aptos a realizar suas funções e seguir adiante na dbm ou em outra empresa”, informa Eliana.
Via de mão dupla

Todo esse trabalho de treinamento e capacitação de pessoal gera crescimento para os profissionais e para a empresa. Reter talentos é fundamental em companhias nas quais a equipe é encarada como o principal ativo. “No setor de contact center as pessoas fazem muita diferença. Sabemos a importância de investir em nossos colaboradores para que eles prestem o melhor atendimento para representar a marca dos nossos clientes. O nosso sucesso depende do comprometimento e atenção da nossa equipe”, ressalta a gerente de RH da dbm.

E se reter talentos é uma dificuldade geral das empresas, no setor de contact center esse desafio é maior ainda: “o turn over da nossa área de atuação é muito alto, porque as pessoas enxergam o setor de call center como um trabalho de passagem”, conta Eliana Tartaglione. Ela acrescenta que essa é mais uma razão para a empresa investir em ações para motivar e valorizar os colaboradores. “Sempre inovamos para satisfazer os anseios das novas gerações. Parte da nossa capacitação, por exemplo, passa pelo conceito da gamificação, que ajuda no engajamento da equipe no processo de treinamento. Na essência, a técnica é uma mistura de competição, recompensa e diversão. Ou seja, a gamificação trabalha com o lado lúdico e facilita a inclusão dos colaboradores no mundo da empresa”, finaliza.