Funções cognitivas e executivas do cérebro: Entenda a diferença!

Planejamento, organização, raciocínio... linguagem. Nosso cérebro e nossa cognição tem habilidades incríveis e quase sempre subestimadas dentro do processo de desenvolvimento que acontece ao longo da vida.

Neste contexto, a cognição é capacidade de usar as estruturas do cérebro para perceber e processar as informações do meio e utilizá-las para as atividades mentais de pensamento ou resolução de problemas.

As funções cognitivas incluem as percepções dos sentidos, as habilidades motoras, a aprendizagem, a atenção, a memória, a linguagem, o raciocínio, a tomada de decisões, etc.

“Diferentes regiões do cérebro estão envolvidas na execução das funções cognitivas, com áreas específicas sendo responsáveis por diferentes aspectos do processamento cognitivo, sendo que todas são essenciais para o desempenho acadêmico, trabalho, as relações sociais e outras áreas da vida”, explicou a neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci.

Já as funções executivas são um conjunto específico de habilidades dentro do grande grupo das funções cognitivas. É o conjunto de habilidades cognitivas que permitem o planejamento, a organização, a tomada de decisões, o controle inibitório, a flexibilidade cognitiva, a memória operacional e o monitoramento do comportamento.

“As funções executivas são as funções cognitivas diretamente responsáveis por regular e coordenar processos mentais complexos para alcançar metas e objetivos, adaptando o comportamento de acordo com as demandas do ambiente”, explicou.

Entenda sua função executiva

A função executiva do cérebro está dividida basicamente em três pontos:

Flexibilidade cognitiva: A habilidade de alternar entre diferentes pensamentos, estratégias ou tarefas de forma adaptativa. A flexibilidade cognitiva permite ajustar o comportamento de acordo com as demandas do ambiente e superar obstáculos ou mudanças nas condições. É ela que usamos quando pensamos em estratégias eficazes para atingir metas, antecipar obstáculos, organizar recursos, e também quando tudo dá errado e precisamos de um plano B.

Memória de trabalho: A capacidade de manter e manipular temporariamente informações em mente para realizar tarefas cognitivas complexas. A memória de trabalho é fundamental para a resolução de problemas, o raciocínio e a compreensão de informações, mas ela tem uma limitação natural e só foca a atenção em uma atividade de cada vez.

Controle inibitório: A capacidade de inibir ou controlar impulsos, pensamentos ou comportamentos inadequados ou irrelevantes. A inibição está associada à capacidade de resistir a distrações, adiar recompensas imediatas em favor de objetivos de longo prazo e controlar comportamentos impulsivos.

Como problemas neste campo impactam a sua vida?

A neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia CIacci explica que, neste caso, os impactos dependem muito do tipo de disfunção, mas no geral, pequenas disfunções já podem causar impactos imensos “Por exemplo uma pessoa com dislexia, que é apenas uma organização diferente do cérebro ao lidar com a linguagem escrita, mas é o suficiente para ela ter que se esforçar muito, e durante muito tempo, para aprender estratégias para lidar com os erros de percepção na leitura”, pontuou.

As funções executivas no nosso dia a dia interagem o tempo todo em todas as nossas atividades diárias. Imagine que para preparar seguir o plano para atingir uma meta, será necessário utilizar a linguagem para aprender certos conteúdos e anotar etapas e prazos em uma agenda. Nesse cenário, quanto melhor uma pessoa domina a linguagem e a memória, melhor ela consegue aproveitar os aprendizados para colocar em prática durante o seu planejamento para a meta.

“As funções executivas dependem das cognitivas para ter elementos e estrutura para trabalhar, e as cognitivas dependem das executivas para aprender e se aperfeiçoar”, detalhou a especialista.

Funções cognitivas e executivas ao longo da vida
As funções cognitivas de todo o cérebro se formam desde um pouco antes do nascimento até a adolescência, sendo que os 3 primeiros anos de vida são cruciais para construir a base emocional do desenvolvimento cognitivo, e dos 4 aos 12 anos estão os períodos críticos para aprendizagem motora, da linguagem e da socialização.

Na infância as funções executivas ainda estão começando a surgir. Por isso que é excelente deixar as crianças explorando o parquinho e se sujando inteiras, mas não podemos responsabilizá-las por nenhuma decisão.

Na adolescência e início da fase adulta temos a maturidade do córtex pré-frontal e das funções executivas, agora sim podemos exercer a autonomia, mas ainda estamos sujeitos a decisões ruins porque ainda estamos aprendendo quais estratégias funcionam melhor.

Após os 25 anos podemos considerar que o cérebro está maduro e capaz de executar todo seu potencial, mas lembrando sempre que esse potencial depende de tudo que foi treinado e aprendido até aqui. As habilidades sociais e de comunicação também se desenvolvem, permitindo a navegação eficaz em contextos interpessoais e profissionais.
Na idade adulta média e idosa, as funções executivas podem começar a declinar devido ao envelhecimento do cérebro. Há uma diminuição gradual da velocidade de processamento cognitivo, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. No entanto, a experiência e os padrões adquiridos ao longo da vida podem compensar algumas dessas mudanças, permitindo uma adaptação eficaz às demandas cognitivas e emocionais, principalmente se continuarmos aprendendo.

Memória e flexibilidade cognitiva

Os desafios mais comuns que permitem melhoria pelo estilo de vida são a memória e a flexibilidade cognitiva. A memória porque ela depende da atenção, e podemos treinar o foco e a concentração em diversas tarefas, principalmente as tarefas manuais, como os cálculos no ábaco e leitura em papel.

“A flexibilidade cognitiva é extremamente exigida em tempos de muitas tecnologias e alta velocidade de fluxo de informações, e podemos treinar estratégias mentais de resolução de problemas e organização de rotina que melhoram o desempenho na hora de se adaptar a diferentes contextos”, alertou Livia.

A estimulação cognitiva neste sentido

O primeiro ponto de atenção quando se verifica uma dificuldade é fazer o correto rastreamento, ou seja, identificar se é apenas uma dificuldade, se é um transtorno do neurodesenvolvimento ou o indício de alguma perda cognitiva por doença neurodegenerativa. E isso só deve ser feito com os profissionais corretos de cada área, neuropsicólogos, psiquiatras ou neurologistas.

Uma vez identificado o transtorno ou dificuldade, vários caminhos de intervenção podem ser seguidos, como por exemplo:
Treinamento cognitivo: Envolve a prática repetida de tarefas e exercícios projetados para direcionar habilidades cognitivas específicas, como memória de trabalho, atenção seletiva e flexibilidade cognitiva. Esses programas podem ser adaptados às necessidades individuais do paciente e geralmente são realizados de forma estruturada e progressiva ao longo do tempo.

Terapia cognitivo comportamental: A terapia comportamental pode incluir técnicas de modificação de comportamento para promover a autorregulação e o autocontrole. Estratégias como reforço positivo, modelagem de comportamento e gerenciamento de contingências podem ser usadas para incentivar comportamentos desejados e reduzir comportamentos problemáticos.

Estratégias de compensação: Em alguns casos, é útil ensinar estratégias de compensação para contornar áreas de dificuldade cognitiva. Isso pode incluir o uso de dispositivos de assistência tecnológica, técnicas de organização e planejamento, e adaptações ambientais para facilitar o funcionamento diário.

Treinamento de habilidades sociais: Para indivíduos com dificuldades nas interações sociais e na comunicação, o treinamento de habilidades sociais pode ser benéfico. Isso pode envolver a prática de habilidades de comunicação, resolução de conflitos e empatia por meio de role-playing, modelagem e feedback direto.

Apoio psicossocial: O suporte psicossocial, incluindo terapia individual ou em grupo, apoio familiar e educação para os cuidadores, pode ser essencial para promover o bem-estar emocional e a adaptação às dificuldades cognitivas.

Estilo de vida saudável: Promover um estilo de vida saudável com dieta equilibrada, exercício físico regular, sono adequado e gerenciamento de estresse também pode ter um impacto positivo nas funções executivas e cognitivas. Estudos mostraram que hábitos saudáveis podem melhorar a plasticidade cerebral e reduzir o risco de declínio cognitivo relacionado à idade, inclusive com aulas de estimulação cognitiva em grupo.

Qual é o melhor horário para tomar uma decisão?

Não à toa o nosso cérebro tem horários e melhores condições para tomar decisões.
Entenda como isso funciona.

Quantas decisões você toma ao longo do dia? O quanto é difícil tomar algumas delas?
Certamente você já percebeu que o cérebro humano lida melhor com decisões nas primeiras horas do dia.
Acordar, tomar banho, escovar os dentes, ir para o trabalho, tomar café, almoçar, tomar ou não água ao longo do dia... tudo é decisão e o nosso cérebro precisa de energia para investir em boas escolhas ao longo de todo o dia.
Por que o cérebro tem um limite de decisões para tomar ao longo do dia?

Nosso cérebro é limitado pelos seus recursos disponíveis. Imagine que você tem uma caixa d´água que permite a vazão de apenas 80 litros de água por dia, e você precisa priorizar para onde vai cada litro. E mais, desses 80 litros, 50 já estão comprometidos com as atividades obrigatórias que tem que ser feitas todo dia. O cérebro trabalha mais ou menos assim para gerenciar o seu consumo de energia.

“Toda tarefa cognitiva que exige pensamento focado, como ponderar entre duas opções, avaliar o risco de uma decisão e tentar prever suas consequências, ou até mesmo o esforço para resistir a uma tentação (como um doce após o almoço), representa uma atividade com alta complexidade e, também, alto custo energético. Ao longo de um dia, quanto mais alta a carga cognitiva no seu cérebro, mais rápido ele esgota a energia que tem disponível”, detalhou a neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro.

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Decisões de manhã x decisões a noite

Partindo da premissa de que a noite de sono foi restauradora, o cérebro inicia o dia com todo seu potencial disponível, mas o quanto de disposição e energia ele ainda terá a noite vai depender da carga cognitiva sofrida ao longo do dia.

Carga cognitiva significa a carga imposta ao sistema cognitivo das pessoas, decorrente do esforço mental exigido na realização de tarefas, como a aprendizagem de novos conhecimentos ou a tomada de decisões.

“Por exemplo, se uma pessoa começa o dia trabalhando em reuniões, lidando com conflitos, depois vai à escola dos filhos resolver problemas, em seguida precisa atender clientes e a noite vai para a faculdade, com certeza ela chegará em casa esgotada. Diferente de alguém que estudou de manhã, trabalhou em atividades mais mecânicas e depois encontrou com os amigos. Essas duas pessoas terão diferentes níveis de energia para tomar uma decisão à noite, mas nos dois casos, não custa nada deixar para o outro dia”, explicou a neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci.

A capacidade de decidir pode diminuir ao longo do dia?

Não há um horário padrão para tomar decisões, porque, segundo a especialista do SUPERA – Ginástica para o cérebro isso é algo que depende tanto do estado de saúde geral do corpo (que reflete no quão rápido a pessoa se cansa), quanto da intensidade do esforço cognitivo das tarefas já realizadas no dia. Mas a lógica é que o poder de tomar decisões conscientes vai diminuindo ao longo do dia.

“Alguns estudos já avaliaram as decisões tomadas por médicos e juízes em diferentes momentos do dia, e todos constatam essa diminuição da qualidade, mesmo que a pessoa não perceba”, explicou.

Como otimizar a energia ao longo do dia?

A única maneira de garantir energia disponível para aquilo que é realmente importante, é tendo um olhar cuidadoso para a rotina e para a sua agenda. Parece bobeira, mas acordar sabendo exatamente o que vai comer, vestir e organizar em casa antes de sair pode poupar seu cérebro de muitas decisões que são pequenas, mas geram esforço.

Para quem deseja ou precisa ter um alto desempenho cognitivo, a rotina é a maior aliada. Ela precisa ser fluida, fácil e sem atritos. E no quesito agenda, vale ter cautela ao se comprometer com muitas atividades, ou com atividades complexas no final do dia. A dica aqui é usar a inteligência para distribuir as tarefas e compromissos estrategicamente ao longo da semana.

Agora, considerando o período de um dia, podemos melhorar o desempenho do cérebro se hidratando, fazendo pausas e se alimentando nos horários corretos.

Qual é o papel dos estimulantes neste processo?

Seria maravilhoso se o café e outros estimulantes não tivessem papel importante neste processo, mas tem.

Quando estamos usando os circuitos do cérebro para pensar, tomar decisões, ler, estudar, e tantas outras tarefas, os neurônios consomem ATP – que é o combustível ou a gasolina do cérebro. Quebrar muitas moléculas de ATP gera um subproduto que é a Adenosina (como se fosse o gás carbônico da queima da gasolina). A adenosina vai se acumulando e se liga a receptores que causam a sensação de cansaço e sonolência.

“A cafeína se parece com a adenosina o suficiente para ocupar a ligação com esses receptores, mas seu efeito é oposto, ela vai evitar que se sinta o cansaço além de induzir a liberação de adrenalina, que vai trazer a sensação de estar energizado. Mas tudo isso é temporário, e quando passa o efeito, todo aquele cansaço está acumulado ali, e talvez até pior”, explicou Livia Ciacci.

Sono, atividade física e estímulo cognitivo

Dentro deste contexto, o sono é o único recurso para ‘faxinar o cérebro’ e prepará-lo para mais uma rodada de atividades. Levar a qualidade do sono a sério é a estratégia mais eficaz e econômica para melhorar a performance mental.

Os exercícios físicos e a alimentação são os responsáveis pela saúde do corpo e do coração, essenciais para que o cérebro tenha equilíbrio para se dedicar ao esforço mental. “Lembre-se sempre que o corpo sinaliza para o cérebro como ele está, se está faltando água, nutrientes, ou se o metabolismo está bagunçado, e isso vai diminuir a disposição para se dedicar aos esforços cognitivos”, explicou.

Já os estímulos cognitivos de qualidade, ou ginástica para o cérebro, tem a função de treinar o cérebro para diferentes tipos de processamentos. Quando ensino para o cérebro maneiras diferentes de lidar com problemas, cálculos ou outras habilidades cognitivas, ele gastará menos energia quando tiver que usar esses recursos. É como um atleta, que só consegue bater recordes de performance porque ele treina o suficiente para que aquela atividade se torne fácil para ele.

Quais seriam os melhores ‘horários’ para tomar boas decisões?
São os horários que você está descansado, alimentado, bem hidratado e sem preocupações excessivas roubando a atenção.

“É muito comum nós negligenciarmos esse cuidado com o momento certo para fazer certos tipos de atividades mentais, isso acontece porque nós não percebemos a queda de desempenho gradual, e temos a tendência de acreditar que estamos prestando atenção em tudo. Mas na verdade, à medida que a fadiga vai aumentando, o cérebro vai automatizando as decisões. Ou seja, ele liga o piloto automático, você acha que está em pleno controle, mas no dia seguinte pode vir a pensar “onde eu estava com a cabeça”?”, concluiu a especialista.

Atividades manuais para o seu Carnaval em casa!

Para quem vai ficar em casa no Carnaval, as atividades manuais são uma excelente opção para divertir e tirar o cérebro da zona de conforto!

Atividades manuais são sempre uma boa pedida e se você vai ficar em casa no carnaval! Esta pode ser uma excelente pedida, não apenas para entreter a família, como também para tirar o cérebro da zona de conforto (e esse estímulo é maior do que você imagina).

Pausa na tecnologia, play no manual: com tantas telas, fazer algo que estimule o pensamento e a criatividade é fundamental para o nosso cérebro.

“As tecnologias digitais são excelentes para muitas coisas, principalmente para reduzir o tempo gasto em uma série de tarefas, mas temos que ter consciência de que quando as utilizamos, estamos em uma posição passiva”, alertou Livia Ciacci, neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o Cérebro.

A especialista lembra ainda: “buscar algo no google é passivo porque eu digito e vem pronto, assistir vídeos é passivo porque estou recebendo um raciocínio pronto de alguém, sem ter que pensar para isso. Essas atividades em excesso ensinam para o cérebro que ele não precisa se esforçar, afinal de contas, porque ser criativo se basta eu procurar no google? Então, as atividades manuais são ótimas formas de equilibrar esses estímulos passivos com algo mais ativo”, explicou.

Confira algumas sugestões de atividades manuais para fazer no carnaval:

Máscaras de Carnaval: Faça uma sessão de criação de máscaras de carnaval usando papelão, tintas, glitter, lantejoulas, penas e outros materiais coloridos. Todos podem deixar voar sua criatividade e criar suas próprias máscaras únicas.

Confecção de Fantasias: Incentive a família a trabalhar em conjunto para criar fantasias criativas para o carnaval. Use tecidos, adereços, cola, tesouras e outros materiais para transformar roupas comuns em trajes festivos. Isso pode ser uma atividade muito divertida.

Decoração de Carnaval: Decore a casa com temas de carnaval! Faça enfeites de papel, guirlandas coloridas, serpentinas, confetes e balões para adicionar um toque festivo ao ambiente. Todos podem participar da criação e montagem da decoração, tornando-a uma experiência compartilhada.

Customização de Instrumentos Musicais: Transforme objetos comuns em instrumentos musicais divertidos para acompanhar as músicas do carnaval. Use latas vazias, tampas de panela, garrafas plásticas e outros itens domésticos para criar tambores, chocalhos e maracas personalizadas.

Culinária Temática: Prepare algumas delícias culinárias relacionadas ao carnaval, como brigadeiros, gelatinas, cupcakes coloridos ou salgadinhos típicos da festa. Todos podem participar do processo de preparação, desde a escolha das receitas até a decoração dos pratos.

Oficina de Dança: Aproveite o ritmo animado do carnaval para organizar uma oficina de dança em casa. Que tal os mais velhos ensinarem passos básicos de samba, frevo ou marchinha e os mais novos ensinarem as dancinhas do tiktok?

Essas atividades são ótimas oportunidades para reunir diferentes gerações, promovendo interação, criatividade, diversão e muitos estímulos cognitivos durante o feriado de carnaval.

Como as atividades manuais ajudam o cérebro

A ideia principal deste tipo de proposta é não subestimar a capacidade do cérebro em criar. Imagine que dentro do cérebro existem vários botões de controle. Cada um desses botões se liga a uma parte específica do corpo por um cabo. Só que esses botões não nascem sabendo como controlar todas as partes do corpo, eles vão aprendendo durante o desenvolvimento e dependem da prática.
Quando um desses botões de controle manda a ordem para as mãos segurarem um copo, ele recebe de volta a informação se a ordem funcionou, ou se precisava de um pouco mais de força, ou se o movimento foi lento ou rápido demais, e assim melhora a cada nova tentativa.
“Na neurociência dizemos que a ação consciente dos movimentos formula a intenção da resposta à tarefa, e mantém o cérebro atento sobre o seu desempenho, sendo importante inclusive para os aprendizados cognitivos. É como se as atividades manuais ensinassem o cérebro a processar melhor os estímulos e continuar aprendendo”, explicou a neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Lívia Ciacci.

Veja os benefícios:

Estimulação Sensorial: Ao realizar atividades manuais, como pintura, desenho, artesanato ou jardinagem, envolvemos múltiplos sentidos, como visão, tato e propriocepção. Essa estimulação sensorial ajuda a fortalecer as conexões neurais e a promover o desenvolvimento cognitivo.

Coordenação Motora: Atividades manuais exigem movimentos precisos e coordenados das mãos e dedos. Esses movimentos ajudam a aprimorar a coordenação motora fina, que é essencial para tarefas como escrever, digitar e manipular objetos com destreza.

Concentração e Foco: Muitas atividades manuais exigem atenção concentrada e foco, especialmente aquelas que envolvem detalhes minuciosos. Esse tipo de concentração ajuda a fortalecer a capacidade de concentração e aprimora a habilidade de manter a atenção em uma tarefa por períodos prolongados.

Redução do Estresse: O envolvimento em atividades manuais pode ter efeitos relaxantes e terapêuticos, ajudando a reduzir os níveis de estresse e ansiedade. O foco na tarefa manual pode funcionar como uma forma de meditação, promovendo um estado de relaxamento e bem-estar mental.

Estímulo Criativo: Muitas atividades manuais, envolvem um componente criativo. O processo de criar algo novo estimula a imaginação e a criatividade, promovendo o pensamento original e inovador.

Volta as aulas : 7 técnicas de estudo e organização de rotina para 2024

Volta as aulas: 7 técnicas de estudo e organização de rotina para 2024
Foi dada a largada para alcançar as metas de 2024, entre elas, colocar os estudos em ordem, ler mais, e para milhares de pessoas, conseguir a tão sonhada aprovação em vestibulares e concursos. No entanto, o início de uma jornada e sua tão sonhada realização inclui mais do que apenas a motivação. Na ausência dela é a disciplina quem vai ditar as regras para que tudo ocorra como previsto.

Planejamento de estudos

Dentro de um planejamento de estudos podemos resumir todos os tipos de dificuldades em estudar com base em dois aspectos: A falta de clareza do que deve ser feito e o desamparo aprendido.
Falta de clareza: O cérebro precisa conseguir imaginar exatamente o que vai fazer, ele só vai se engajar em algo que seja possível visualizar a linha de chegada. Por isso os cronogramas traçados a partir de um objetivo e as listas de etapas são tão importantes.

Desamparo aprendido: Quando tentamos alcançar um objetivo por algumas vezes sem sucesso, fica mais difícil tentar mais uma vez, porque o cérebro “aprende” que essa atitude vem seguida de um fracasso. Por isso não adianta ir direto para os assuntos complexos, comece sempre por onde você já entende e consegue acertar. A sensação de acertar é importantíssima para gerar a motivação e a autoconfiança necessárias para se esforçar em um conteúdo mais difícil.

Como o nosso cérebro entende uma informação nova?

Segundo a neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci, toda vez que lemos ou ouvimos uma nova informação, o cérebro busca na memória algo relacionado ao assunto para fazer correlações. “Todo novo aprendizado será ancorado em algum conhecimento ou percepção prévia e então servirá para reforçar um ponto de vista ou ampliar a visão do tema. Já no caso do aprendizado de procedimentos ou etapas, como resolver uma equação matemática, por exemplo, além de saber o porquê de se fazer esse cálculo é importante praticar várias vezes, para que o cérebro memorize e consiga fazer as próximas contas com menos esforço”, detalhou.

Qual é a importância da organização na assimilação de conteúdos?

A organização representa 90% do sucesso do estudo, porque é ela que proporcionará para o cérebro a visão de onde se quer chegar com o esforço. Organizar os estudos significa selecionar os conteúdos, ter clareza de porque eles foram selecionados e quais serão as referências utilizadas, distribuir os tópicos ao longo do tempo disponível e equilibrar o tempo de foco com o tempo de descanso.

Por onde começar?

A especialista do SUPERA orienta que esta jornada comece pela organização e clareza do que será feito, como e por quanto tempo. “Seja detalhista nesse planejamento, imagine que seu cérebro precisa ser convencido de que o esforço vai valer a pena, mostre pra ele todas as etapas e imagine como será ter sucesso em cada uma delas”, explicou. Segundo ela, não basta listar na agenda que às 13:00 horas vai estudar matemática e às 14:00 português. É necessário detalhar como o estudo será feito. “Durante meia hora vou ler a teoria, por dez minutos vou ver vídeos de exemplos e na próxima meia hora vou resolver 10 exercícios, e se tiver dúvidas vou perguntar para o meu colega João. Só assim teremos uma noção mais realista de quanto tempo leva cada coisa, para então conseguir distribuir as rodadas de estudo ao longo das semanas e dos meses”, detalhou.

7 dicas para ter mais organização e rotina nos estudos em 2024

1 - Defina e priorize metas claras:
Estabeleça metas específicas e mensuráveis para o ano.
Identifique as tarefas mais importantes e concentre-se nelas.
Divida essas metas em objetivos menores, facilitando o acompanhamento do progresso.
Use técnicas (como a Matriz de Eisenhower) para classificar tarefas por importância e urgência.

2 - Crie um Cronograma:
Elabore um cronograma semanal ou mensal para organizar suas atividades. Aqui é o momento de incluir todos os detalhes, para que quando for começar, saiba exatamente o que será feito.
Inclua tempo para estudo, revisão, atividade física e lazer. Evite o burnout mantendo um equilíbrio entre estudo, descanso e lazer.
Mantenha horários de estudo consistentes para criar uma rotina.
Evite procrastinação e mantenha o compromisso com seus horários.

3 - Tenha um Espaço de Estudo Dedicado:
Reserve um local tranquilo e livre de distrações para estudar (celular sem notificação e longe da visão).
Mantenha o espaço organizado e confortável para aumentar a concentração.
Se possível, que a mesa de estudo não esteja do lado da cama!

4 - Utilize Técnicas de Estudo Eficientes:
Experimente diferentes métodos de estudo e encontre o que funciona para você.
Use técnicas como mapas mentais, resumos e flashcards.
Utilize aplicativos e ferramentas online para organizar suas tarefas e criar lembretes.
Aproveite recursos como a técnica Pomodoro para aumentar a produtividade e a noção do tempo.

5 - Adote Hábitos de Saúde:
Priorize uma boa noite de sono para melhorar a cognição.
Mantenha uma dieta balanceada e inclua exercícios físicos na sua rotina, o cérebro precisa que o corpo esteja saudável!

6 - Faça Revisões Periódicas:
Reserve tempo regularmente para revisar o que foi aprendido.
Fale sobre o que está aprendendo com outras pessoas, isso fortalece a retenção e consolidação do conhecimento.

7 - Busque Apoio Quando Necessário:
Não hesite em procurar ajuda de professores, colegas ou tutores quando enfrentar desafios.
Participar de grupos de estudo também pode ser benéfico.

Lembre-se, o sucesso nos estudos é uma jornada contínua. A constância e a adaptabilidade são a chave. Boa sorte!

17 ladrões do seu foco:Como produzir mais em 2024

Ainda estamos no começo do ano e tem muita gente que já está desistindo das metas que ainda não se tornaram hábito. Se você está nesta lista – e conhece suas fraquezas, fique atento aos que são considerados os maiores ladrões de foco. A lista é da neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci, confira:

Pense no cérebro como um grande sistema fechado de processamento de informações, que trabalha com uma quantidade constante de energia disponível. Em cada tarefa mental, focamos a atenção para usar os circuitos de neurônios necessários para a tarefa. Se durante esse processo, outra coisa desvia a atenção, aquele raciocínio em andamento para imediatamente, porque o cérebro só processa conscientemente a atividade em que a atenção está focada e só uma tarefa de cada vez. “Quando voltamos a atenção do distrator para a tarefa inicial, acabamos demorando mais para conseguir retornar ao mesmo ponto de onde estávamos. Esse efeito negativo das interrupções na atenção é tão sério que é um assunto extensamente discutido no trabalho das tripulações de vôo, cirurgiões e equipes de saúde, porque pode aumentar muito o risco de erro humano”, detalhou a especialista.

Smartphone:
Notificações constantes de mensagens, redes sociais e aplicativos interrompem a concentração completamente porque criam um comportamento condicionado em nós. Cada vez que você clica na notificação, recebe uma injeção de neurotransmissores que te dão uma sensação de satisfação e o anseio pela próxima notificação. Segundo Charles Duhigg (2012), adquirem-se novos hábitos para suprir os anseios, que podem ser necessidades sociais, emocionais,
físicas ou outras. Os variados alertas que o smartphone emite representam anseios sociais e emocionais, por isso quanto mais verificamos o aparelho, mais vontade temos de vigiá-lo, mais difícil fica resistir e mais difícil ainda fica retornar ao raciocínio que estávamos anteriormente.

E-mail:
Assim como as notificações, verificar o e-mail constantemente fragmenta o seu foco, além do fato de que manter a janela de e-mail aberta cria uma vigilância extra no cérebro, essa hipervigilância na expectativa do que vai chegar aumenta a ansiedade.

Mídias sociais:
Se você já rolou o feed no Facebook ou no Instagram por horas e horas sem objetivo nenhum, saiba que experimentou um ciclo vicioso de busca de recompensa que faz seu cérebro esquecer do mundo. Meia dúzia de curtidas pode levar ao êxtase, e esse entusiasmo sinaliza para o cérebro que se continuar rolando, pode ter mais dessa sensação, e, de repente, passou 2 horas.

Mensagens instantâneas: Conversas online podem ser muito distrativas.
Nós lidamos com o mundo real e o virtual sem ter muito preparo para isso. Um bom exemplo é quando uma mensagem no WhatsApp demora para ser respondida e dispara uma onda de ansiedade. O cérebro entende isso como se o remetente estivesse na sua frente e escolhesse por te ignorar, ativando áreas neurais que processam a dor da rejeição. Então, as mensagens instantâneas interrompem porque podem facilitar a ansiedade social da expectativa das respostas imediatas e quando essas respostas realmente são imediatas, nos fazem dividir atenção e perder produtividade nas outras atividades.

Ambiente desorganizado:
Geralmente subestimamos o poder do ambiente sobre nosso comportamento, mas o cérebro está o tempo todo monitorando o espaço automaticamente. Um local de trabalho bagunçado pode prejudicar a concentração porque traz estímulos distratores constantemente no campo visual e porque dificulta que tenhamos a clareza do que deve ser feito naquele momento.

Barulho:
Ruídos externos podem atrapalhar o foco, principalmente os ruídos que sejam muito altos ou que conflitam com o tipo de tarefa que se está tentando cumprir. Por exemplo, se preciso escrever um texto, mas tem pessoas do meu lado falando alto, a eficiência do foco será ruim, porque tanto a tarefa quanto o distrator mobilizam os mesmos circuitos de processamento da linguagem. O que seria diferente caso estivesse tocando apenas uma música instrumental, onde seria mais fácil focar no meu texto e ignorar o som.

Procrastinação:
A procrastinação tem várias causas, e uma delas é a falta de clareza do que deve ser feito com a sensação de que a tarefa está acima dos meus recursos para cumpri-la. Como se essa tarefa fosse julgada pelo cérebro como “muito difícil” ou “muito desconfortável”, mesmo não sendo tão difícil assim. Quando isso ocorre, adiamos as tarefas importantes, o que faz surgir um
sentimento de culpa e aflição que vai atrapalhar a atenção nessa e nas outras atividades.

Falta de metas claras e planejamento:
Complementar à procrastinação, sem metas definidas você pode se perder no que está fazendo. O cérebro precisa planejar cada nova ação de forma bem detalhada, por isso a
clareza é a maior arma de quem quer aumentar a produtividade e melhorar os resultados do trabalho ou estudo. Teremos mais facilidade para focar a atenção, se a lista do que fazer estiver detalhada, passo a passo.

Multitarefa:
As multitarefas são o grande mal do mundo do trabalho contemporâneo. Tentar dividir a atenção entre várias coisas ao mesmo tempo vai diminuir a eficiência e aumentar o risco de erros, sempre. Pense na sua atenção como um bolo de aniversário, quanto mais convidados tiverem na festa, menor será a fatia oferecida para cada um. Quanto mais coisas sendo feitas simultaneamente, menor a fatia de atenção em cada uma. No cérebro, as informações vistas no troca-troca de tarefas não chegam nem a virar memórias de curto prazo, o que dificulta a consolidação de conhecimento. No longo prazo, o hábito de alternar tarefas constantemente vai
tornando as pessoas mais “rasas” por perderem a habilidade de fazer associações mais profundas.

Estar com fome, sede, cansado ou com sono:
O cérebro monitora o tempo todo qual o estado de saúde e de viabilidade do corpo humano, então ele sabe exatamente se você está com fome, com sede, cansado ou se dormiu mal, sendo que todos esses dados influenciam diretamente no estado emocional de fundo, que tem o poder de nos deixar mais ou menos alertas, mais ou menos irritados e claro, mais ou menos concentrados.

Reuniões improdutivas:
Já falamos de clareza nesse texto? Sim! Ter clareza na sequência de ideias e decisões tomadas também vale para as reuniões em grupos de trabalho ou estudo. A consultoria Korn Ferry já publicou uma pesquisa feita com 1.945 trabalhadores e concluiu que 67% dos participantes sentiam que reuniões em excesso prejudicam a eficácia do seu trabalho, enquanto 34% desperdiçaram até 5 horas por dia em reuniões sem sentido. Uma reunião improdutiva prontinha para detonar seu fofo é aquela que: não tem objetivos específicos definidos, os participantes não sabiam da pauta antes, falta uma pessoa que monitore o tempo e o foco nos assuntos, ocorrem constantes desvios de assunto ou conversas paralelas e falta a pessoa
responsável pela ata e por compartilhar com todos quais as ações definidas e seus prazos.

Interrupções constantes: Colegas de trabalho ou familiares interrompendo suas tarefas.
Toda interrupção, seja por aparelhos tecnológicos ou por outras pessoas, é uma barreira ao fluxo de trabalho/estudo, ou seja, o trabalho cognitivo perde seu andamento e consequentemente gastará mais tempo e energia para atingir o objetivo final. A tese de doutorado de Adriana Bridi mostrou o impacto das interrupções nas atividades de enfermagem em terapia intensiva, concluindo que cada interrupção ocasionou uma atividade secundária, aumentando em aproximadamente 60% a carga laboral dos profissionais, e claro, o risco de erros.

Preocupações: Estresse e preocupações pessoais podem distrair.
O cérebro não monitora apenas o corpo, mas também o que se passa nos pensamentos, e as preocupações com situações específicas ou com o futuro pode tirar completamente o foco. Ao perceber que está com dificuldade de concentração porque está preocupado, você pode tentar escrever em sua agenda o que precisará fazer depois para resolver essa preocupação e programar um alarme para o horário. Essa estratégia visa “descarregar” a preocupação em um momento certo para se ocupar com ela, e tende a ajudar a mente a esquecê-la momentaneamente.

Perfeccionismo: Tentar fazer tudo perfeitamente pode ser um
ladrão de tempo.
A sensação de ter receio de fazer ou terminar algo por achar que não está perfeito o bastante é bem comum e tem relação com o nível de autoconfiança e a tolerância aos erros. Vale lembrar que todas as pessoas que são excelentes no que fazem, começaram sem ter tanta perfeição e estavam dispostas a aprender com as falhas. Como já disse o escritor Mark Manson “Só podemos atingir a excelência em algo se estivermos dispostos a falhar”.

Notícias constantes: A constante atualização de notícias pode ser uma distração.
As notícias em si não são o problema, mas usá-las para preencher o tempo porque surgiram notificações (e você não resistiu) ou está procrastinando uma tarefa que não planejou bem, pode ser um hábito perigoso, que criará um ciclo vicioso muito parecido com as mídias sociais.

Redes de jogos ou apostas online: Jogos e apostas podem ser
altamente viciantes.
Jogos e apostas tem um grande poder de sequestrar a nossa atenção, e são ladrões de tempo mais perigosos para aquelas pessoas mais vulneráveis a essas tentações, porque o limite entre o hábito e o vício é muito tênue.

Comparações com os outros:
Se comparar com os outros, além de ser um ladrão de foco é também um ladrão da autoestima! A maior armadilha da comparação está no fato de que só vemos recortes da vida dos outros, e geralmente são os recortes que as pessoas querem mostrar, o que dá a falsa sensação de perfeição. Não caia nessa cilada, todo mundo tem sua trajetória, suas dificuldades e suas conquistas, mantenha o foco na sua estrada e na sua evolução, seu cérebro agradece!

Nostalgia no fim de ano: Entenda sua memória afetiva

Bastou virar o calendário para reascender nos corações cheiros, gostos e sentimentos de Natais passados.

Seja pelas férias escolares, Natal ou só os muitos panetones, o mês de dezembro é único e com ele emoções muitas vezes guardadas por muito mais do que doze meses, mas afinal: o que significa para o nosso cérebro estas muitas lembranças do último mês do ano.

Para a neurociência, é, de fato, o que parece: um conjunto de coisas que criam no nosso cérebro uma espécie de condição propícia para sair do lugar comum.

“A nostalgia associada ao fim do ano é um fenômeno complexo e multifacetado, pois vários aspectos contribuem para um combo de sentimentos nostálgicos, muitos deles ligados às experiências de dezembros passados”, detalha a neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci.

De acordo com ela, consideramos os principais deles:

Memórias Afetivas - O final do ano muitas vezes é marcado por reuniões familiares, celebrações festivas e tradições específicas, religiosas ou não. Esses eventos criam memórias afetivas profundas que estão ligadas a sentimentos de calor humano, pertencimento, esperança e alegria. Esse tipo de ritual associado ao vínculo humano tem muita força para criar memórias duradouras no cérebro, exatamente porque combina emoção, crenças e a repetição das tradições (sejam elas de qualquer cultura).

Antecipação e Expectativas: A temporada de festas é frequentemente marcada por uma sensação de antecipação e expectativa. A antecipação de eventos felizes e a expectativa de um novo começo no próximo ano podem criar um ambiente propício à nostalgia.

Simbolismo de Encerramento e Renovação: O fim do ano é simbolicamente associado ao encerramento de um ciclo e ao início de um novo. O corpo humano como um todo é organizado por ciclos, e esse simbolismo de encerramento e renovação desperta reflexões sobre o tempo que passou e as mudanças experimentadas. Isso é bastante positivo, pois a sensação de que os fracassos ficaram no “eu do passado” permite que eu inicie um novo ano disposta a começar “do zero” de novo.

Cheiros e fim de ano

Cheiros específicos associados a época do fim do ano podem ter um impacto significativo no processo de memorização de longo prazo. Isso ocorre devido, segundo a neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro, devido à conexão direta entre a região do cérebro responsável pelo processamento olfativo, o bulbo olfatório, e áreas associadas à memória e às emoções, como o hipocampo e a amígdala.

Essa ligação entre cheiro, memória e emoção é mais rápida e, muitas vezes, mais forte do que com outros estímulos sensoriais. Inclusive uma pesquisa da universidade de Rockfeller diz que 35% da nossa memorização vem do olfato.

“No contexto das festas de fim de ano, os cheiros de pinheiro, canela, maçã, laranja, panetone, peru assado entre outros aromas característicos dessa época, ficam associados no cérebro às celebrações e momentos especiais a partir da repetição de cada ano desde a infância. Quando esses cheiros são percebidos novamente, eles desencadeiam automaticamente as lembranças e emoções ligadas a esses eventos, contribuindo para uma sensação de nostalgia e aprofundando a conexão emocional com os eventos de fim de ano”, detalhou.

Memória, lembranças e a essência do que somos

O ser humano é construído a partir das suas percepções sobre a vida e de lembranças. As vivências moldam quem vamos nos tornando e quais laços construiremos com quem nos cerca. Revisitar e contar as boas memórias é excelente para mantê-las vivas, afinal, lembrar a felicidade é ser feliz de novo. Além disso, olhar para trás com carinho, significa valorizar a própria vida.
Toda essa magia acontece no cérebro, um órgão que precisa de estímulos de qualidade para continuar saudável e capaz de proporcionar tantas boas sensações e trocas com as pessoas que amamos. Exercitar o cérebro é garantir que você continuará capaz não só de contar as histórias dos bons tempos, mas também disposto a formar novas memórias tão lindas quanto as antigas.

"Uma dica para os momentos em família que também exercita a memória é fazer a chamada “decoração afetiva”. Que tal distribuir recordações por toda casa, com fotos, objetos e uma playlist especial? Criar uma casa que carrega memórias irá criar excelentes memórias", concluiu a neurocientista do SUPERA - Ginástica para o cérebro.

Como a ginástica para o cérebro funcionano cérebro das crianças?

Você sabia que exercitar o cérebro não apenas estimula habilidades, mas também é muito divertido?

A diversão no cérebro é um processo fascinante que envolve uma série de mecanismos neurobiológicos.

O humor como um todo desempenha um papel importante no cérebro humano, não apenas como uma forma de entretenimento, mas também como um mecanismo de enfrentamento. Pesquisas científicas mostram que o riso e o humor têm efeitos benéficos na saúde mental e física, reduzindo o estresse, fortalecendo o sistema imunológico e promovendo o bem-estar geral.

A neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci explica que o humor, do ponto de vista de “achar graça”, nasce da forma como o cérebro projeta e antecipa eventos e situações.

“A comédia envolve uma quebra de padrões ou uma reviravolta inesperada, desafiando as previsões do cérebro e resultando em uma reação de riso. O riso e o sorriso são expressões sociais que vão além do humor, comunicando aos outros que ‘está tudo bem’. Quando exercitamos o cérebro, o humor está presente em todas as etapas e desafios, pois é ele quem dará a leveza necessária para que o esforço cognitivo não seja cansativo”, explicou.

Como é possível estimular o cérebro de forma leve?

O cérebro tem um sistema de monitoramento constante do ambiente especializado em buscar por novidades. É o que faz você virar o olhar para as notificações no celular ou na direção de um barulho diferente.

Existe uma região chamada “zona incerta”, que fica escondidinha lá no meio do cérebro, sempre que algo no ambiente muda ou surge uma informação nova a zona incerta se comunica com o mesencéfalo que então movimenta os olhos na direção da novidade.

Ou seja, nós somos curiosos naturalmente e o princípio da variedade usa essa característica para nos envolver em contextos variados (que não nos envolveríamos na rotina normal) e ao mesmo tempo estimular habilidades cognitivas.

A importância da variedade para o cérebro

É possível que alguém trabalhe 10 horas por dia em uma lanchonete servindo cafés e se sinta relaxada ao fazer cálculos matemáticos com o ábaco depois desta jornada de trabalho ao fim do dia?

A resposta é sim. Isso acontece porque cada tipo de tarefa que realizamos usa regiões específicas no cérebro e todas tem uma limitação biológica de desempenho até chegarem à fadiga.

Imagine que você está há 3 horas escrevendo com a mão direita e ela já está dolorida. Você pode descansá-la e se manter ativo ao mesmo tempo enquanto faz uma caminhada ou dança uma música, porque estará poupando a mão e usando outras partes do corpo.

“O ábaco – usado no método de ginástica para o cérebro, apesar de exigir muita concentração, pode ser relaxante porque enquanto a atenção está nos cálculos as outras áreas cansadas conseguem se recuperar. Direcionar o foco de atenção para uma tarefa só também é um fator que facilita diminuir o cansaço mental e a ansiedade da correria do dia a dia”, explicou.

Novidade, variedade e grau de desafio crescente?

A ginástica para o cérebro funciona com três princípios: novidade, variedade e desafio crescente são responsáveis por manter as pessoas interessadas, curiosas e ampliar o repertório de modos de pensar.

O desafio crescente é o responsável tanto pela motivação, porque não gostamos nem do muito fácil e nem do muito difícil, quanto pela repetição que vai garantir que o cérebro desenvolva os circuitos necessários para conseguir executar tarefas um pouco mais complexas em seguida.

A combinação desses elementos tem duas grandes vantagens: nos manter engajados e motivados e estimular o desenvolvimento das habilidades através de todos os sentidos.

“Quanto mais se cria o desejo de superar as metas, mais as pessoas se engajam nas aulas e tarefas e por mais tempo executam o treino. E por outro lado, quanto mais sentidos envolvidos na tarefa, como o tato, a visão, a audição e a posição corporal no ábaco, mais a atenção fica envolvida e melhor a qualidade do estímulo para o cérebro”, concluiu a especialista.

SUPERA – Ginástica para o cérebro11 mitos e verdades sobre o cérebro!

Na Semana Mundial do cérebro teste o seu conhecimento sobre o órgão mais importante do corpo humano!

Ao mesmo tempo que o cérebro é o órgão mais importante do corpo humano é também o que menos temos conhecimento. Seu funcionamento – mitos e verdades seguem sendo perpetuados em diferentes contextos

“São inúmeros mitos sobre o cérebro, o mais conhecido deles é que usamos apenas 10% do cérebro o que também não é verdade. O cérebro é um órgão ativo que fica ligado o tempo todo enquanto estivermos vivos. A cada instante, várias áreas do cérebro estão interagindo por meio das mudanças eletroquímicas que caracterizam os impulsos nervosos. O cérebro funciona em uma constante dança combinada entre áreas em atividade e em repouso”, explicou a neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci.

Confira 11 mitos e verdades sobre o cérebro!

Seu cérebro está totalmente desenvolvido por volta dos 18 anos de idade
Mito! O desenvolvimento do cérebro continua bem depois adolescência e na idade adulta. E em particular, o córtex pré-frontal, que é importante para o raciocínio e tomada de decisão, não amadurece totalmente até chegarmos aos vinte e poucos anos.

O tamanho do cérebro determina a sua inteligência
Mito! O cérebro de Albert Einstein pesava menos que o cérebro médio. O cérebro do gênio, no entanto, mostrou-se relativamente conexões densas entre as áreas do cérebro. Os cientistas atribuem as conexões entre as áreas e sua eficiência para inteligência mais do que tamanho.

O cérebro não sente dor
Verdade! A dor é sentida através de fibras nervosas sensoriais chamadas nociceptores. Curiosamente, o cérebro pode perceber sinais de dor de nociceptores enviados de todo o corpo, mas como o cérebro em si não tem, não sente dor. Se alguém cutucasse o seu tecido cerebral, você não sentiria isso!

Você usa apenas 10% de seu cérebro
Mito! O mito de 10% de uso do cérebro remonta quase um século. Em 2013, 65% dos os americanos acreditaram nesse mito. Na realidade, a menos que haja dano cerebral, a maioria das áreas do cérebro estão ativos o tempo todo, em algum grau.

Algumas pessoas podem sentir gosto de formas e cores
Verdade! O fenômeno, conhecido como cinestesia, vem de uma palavra grega que significa "perceber junto." Pessoas com essa habilidade podem ouvir, cheirar, provar ou sentir dor em cores. Outros podem provar formas ou experimentar cores ou sensações táteis enquanto ouvem música.

O cérebro consegue ser bom em multitarefas
Mito! Multitarefa em termos de tarefas voluntárias que requerem atenção, o cérebro não é um bom multitarefa. Enquanto tarefas involuntárias, como regular o sangue pressão e respiração podem ser feitas simultaneamente, o cérebro não pode atender dois ou mais estímulos em atenção ao mesmo tempo. Em vez disso, o cérebro rapidamente alterna entre as tarefas.

A aprendizagem ocorre quando novas células são adicionadas ao cérebro.
Mito! Novas células podem, de fato, ser adicionadas ao cérebro. No entanto, aprender não requer adição de novas células cerebrais. Aprendizado ocorre como as conexões entre o cérebro células mudam. Quando você aprende uma nova habilidade, como uma língua ou um esporte, as células do seu cérebro disparam juntos e criam associações.

O cérebro é o órgão mais gorduroso do o corpo.
Verdade! No geral, o cérebro é 75-80% de água. Os outros 20-25% do cérebro é composto por tecido sólido e um mínimo de 60% de gordura.

Você possui uma dominância do lado esquerdo ou direito do cérebro. Isso vai determinar se você é mais criativo ou mais lógico.
Mito! Ao contrário da crença popular e de centenas de memes e imagens que perpetuam este mito, os humanos não podem ser categorizados com cérebro esquerdo ou direito. Os talentos como criatividade, processamento de linguagem, habilidade espacial e lógica, requerem um trabalho em equipe integrado de ambos os hemisférios.

Cérebros de meninos e meninas são anatomicamente iguais.
Verdade! Não existem diferenças anatômicas entre cérebros de sexos diferentes. As diferenças serão moldadas a partir dos aprendizados e incentivos que as crianças recebem.

Os humanos têm o maior cérebro de todos os mamíferos.
Mito! Cachalotes seguram o troféu para o maior cérebro de qualquer espécie viva! Embora os cérebros dos cachalotes sejam cinco vezes maiores que os cérebro humano, humanos ainda detêm o recorde de espécie com o maior cérebro em relação ao tamanho do corpo, também conhecido como “quociente de encefalização”.

Se entender mais sobre o cérebro pode ser complexo a especialista da a fica que envolve três palavras-chave: novidade, variedade e grau de desafio crescente “A prática de ginástica para o cérebro, sem dúvida além de outros recursos que proporcionam uma atividade constante e desafiadora para o cérebro são fundamentais. Você pode ainda estudar mais, se aperfeiçoar em algo no seu trabalho ou aprender um hobby novo: existem diversas possibilidades para manter o seu cérebro ativo e, consequentemente, mais inteligente”, concluiu Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro.

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